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21 Setembro 2022 | Ana Paula Pappa

Players promovem discussão para repensar os recursos humanos no audiovisual

Regionalismos, políticas públicas e ações com foco nos funcionários foram destaque no painel da Expocine

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(Foto: Daniel Sousa - Daydream Mídia)

O mercado audiovisual vive constantes transformações que impactam os profissionais da área. Para pensar esses temas, o painel Recursos Humanos: Mudanças e Perspectivas no Audiovisual reuniu a gerente de Recursos Humanos da rede Kinoplex; o diretor da Equipe Cine e do Cine 14 BIS, Mauri Palos; a coordenadora da área de formação da Spcine, Bárbara Trugillo; e o sócio-diretor da Leão do Norte Produções e co-organizador do Matapi - Mercado Audiovisual do Norte e da plataforma Tela Amazônia, Clemilson Farias. 

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A conversa girou em torno do estudo feito pela consultoria Olsberg SPI em 22 países da América Latina e Caribe a pedido do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Netflix. A pesquisa identificou que entre os principais desafios para o desenvolvimento da força de trabalho no audiovisual estão: falta de cursos/capacitação adequados, baixo número de trabalhadores de cargos técnicos com as habilidades necessárias e uma percepção negativa de salários baixos.

O mediador Erick Krulikowski, fundador da 2bc Negócios Criativos e consultor para desenvolvimento de negócios audiovisuais, iniciou o painel trazendo a discussão para o momento “pós-pandemia” que estamos vivendo. Essa era de intensa tecnologia coexiste com o grande impacto que as equipes sofreram, precisando modernizar alguns processos e descentralizar outras demandas.  

“Durante a pandemia, a Kinoplex teve o objetivo de manter todos os funcionários sem reduzir nenhum benefício. A empresa criou um comitê entre diversas áreas para entender melhor os funcionários a partir de pesquisas de clima”, explicou Alessandra Almeida, gerente de RH da rede Kinoplex. Segundo ela, a companhia manteve este olhar humano para seus funcionários retomando programas de formação de líderes e desenvolvimento de ações para manter os funcionários engajados em todas as pontas, desde o back office até a bomboniere. 

“O público está voltando mais exigente, então o desafio é entender como viver este momento, já que são pessoas lidando com pessoas'', concluiu.

Mauri Palos, da Equipe Cine, compartilha do mesmo pensamento e afirmou: “nosso maior patrimônio são os funcionários, e é a partir desse princípio que desenvolvemos a empresa. Em se tratando de pessoas, temos que reconhecer as diferenças e o dia a dia de cada um, principalmente no atendimento ao público”. 

O planejamento é fundamental para conseguir organizar as equipes e deixar a rotina de trabalho o mais agradável possível respeitando o tempo de todos. Partindo para uma esfera mais social, Clemilson e Bárbara concordam que o mercado precisa apurar o olhar para questões de representatividade, além de não discriminar os profissionais fora do eixo Rio-São Paulo.  

“Um dos nossos desafios é ter que lidar com a forma como empresas de outras regiões enxergam as produtoras do Norte e Nordeste, pois menosprezam o nosso conhecimento”, explicou Clemilson, co-organizador da plataforma Tela Amazônia, que mapeia profissionais do audiovisual da região. 

Para ele, desenvolver pessoas para além do Sudeste também é um desafio, pois, ao mesmo tempo em que a Amazônia é o 3º destino mais buscado para produções, a região só entra nesse ranking pois são produtoras estrangeiras que fazem esse movimento. 

“Precisamos compreender nossas histórias e contá-las. Sou acreano, mas nunca tive a referência de um olhar brasileiro sobre essa região, apenas estrangeiros”, contou Clemilson. 

Se a dificuldade é encontrar profissionais capacitados, a Spcine está empenhada em preencher quaisquer lacunas que possam existir. Bárbara Trugillo conta que a área de formação de pessoas é transversal, atuando nas dimensões técnicas, criativas e empreendedoras. Um dos exemplos é o projeto Meu Olhar, que será lançado no mês que vem e visa formar mil jovens que querem trabalhar no mercado audiovisual. 

Com base na pesquisa encomendada, a empresa abrirá 10 cursos e 300 bolsas para as áreas com maior necessidade de formação, como coordenador de dublê, continuísta, segundo assistente de direção e etc. O resultado da pesquisa sairá no dia 18 de outubro anunciando todos os cursos que serão criados. 

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