A D23 Expo, evento da Disney em que a companhia apresenta seus planos e line-up para os anos seguintes, aconteceu entre os dias 9 e 11 de setembro e trouxe diversas novidades para os fãs. Apesar dos anúncios (que você pode conferir no final da matéria), o CEO Bob Chapek também chamou muita atenção e revelou novidades e planos futuros para a companhia. As informações são dos portais Deadline e Variety, que conseguiram exclusivas com o principal executivo da Disney.

“O Disney+ não será apenas uma plataforma de serviço de filmes, mas se tornará uma plataforma de estilo de vida experimental. Uma plataforma para toda a empresa incorporar as coisas físicas que você pode experimentar em um parque temático, mas também as experiências digitais que você pode obter através da mídia”, ressaltou Chapek ao compartilhar os planos para o streaming da empresa.

Apesar disso, o executivo admite que os planos ainda estão em fase embrionária, mas já tem noção dos caminhos que a Disney deve percorrer para atingir o objetivo: “desejamos que todas as pessoas tenham a oportunidade de vir aos nossos parques, mas percebemos que isso não é uma realidade para algumas pessoas. Para alcançar os 90% de pessoas que nunca poderão chegar a um parque da Disney, temos diante de nós a oportunidade de transformar o que era uma plataforma de serviço de filmes em uma plataforma experimental e dar a eles a capacidade de andar na Haunted Mansion do ponto de vista virtual“.

Para chegar a essa conclusão, Chapek afirmou que o desenvolvimento de uma inteligência artificial complexa é necessário, captando informações tanto dos visitantes dos parques quanto dos assinantes do streaming. “Quando uma família vem aos nossos parques, digamos que fique uma semana. Sabemos tudo o que fazem no parque. E se nos der permissão e capacidade através do aplicativo de associação, programaremos sua experiência no Disney+, não de acordo com o que você assistiu pela última vez ou com o que outras pessoas assistiram a esse programa, mas com o que você fez, o que experimentou”, concluiu Bob Chapek.

Internamente, o grupo Disney nomeou o planejamento de Next Generation Storytelling (em tradução livre, “próxima geração de narrativas”). Executivos de outras partes do grupo, como Kevin Feige, líder do MCU, também estão envolvidos no plano, visto que a intenção é fazer com que a experiência unifique conteúdo digital com experiências presenciais. Nas palavras do CEO, “é uma terceira dimensão da tela, para que você possa começar a entender quais ferramentas estão disponíveis do ponto de vista tecnológico”.

Grupo com mais assinantes em seus streamings, a Disney é detentora também do Hulu, ESPN, além da Star, que em diversos países (como no Brasil) agrega quase todas as plataformas da empresa. A companhia vem se desdobrando para conseguir quebrar a barreira dos diversos streamings do grupo espalhados. Porém Chapek está tranquilo em relação a isso: “o que aconteceria quando tivéssemos total propriedade de nossa plataforma geral de entretenimento? E a resposta a essa pergunta é o que o consumidor quiser. Seremos guiados pela compreensão e desejo dos consumidores de hoje pela [capacidade] de expansão da Disney”, indicando que nos próximos anos isso poderá mudar.

Simultaneamente, os considerados poucos conteúdos disponíveis no Disney+ é algo que incomoda o executivo, que se defende dizendo que a pandemia prejudicou o plano de lançamentos dos que iam para a plataforma e o que ia diretamente para o streaming. Mas que, na velocidade que estão crescendo, deve haver um equilíbrio já no ano que vem: “a única coisa que podíamos fazer [em relação à pandemia] com o pouco que tínhamos na época era reaproveitar o conteúdo originalmente pensado para os cinemas e movê-lo para o Disney+. Mas então chegamos à conclusão de que para termos toda a nossa expressão da Disney para nossos fãs e saciar toda a demanda que eles têm, tínhamos que criar para os dois canais de distribuição, tínhamos que criar para os cinemas e tinha que criar para a Disney+. E isso significa que precisávamos de mais conteúdo do que nunca”.

Indo além do Disney+, a Hulu também possui importante papel nos planos de expansão da empresa. “Quando as pessoas assistiram 'Dumbo' com seus filhos e depois os colocaram pra dormir, essas mesmas pessoas podem não querer assistir 'Bambi', certo? Eles querem assistir a outra coisa, mas algo que ainda é Disney. E a elasticidade disso é muito mais ampla do que jamais poderíamos imaginar, conforme demonstrado em nossa experiência na Europa. Temos muito conteúdo de entretenimento geral na Walt Disney Co. Só não temos a capacidade total de usá-lo devido à complicada situação de propriedade que temos (no Hulu), pelo menos nos próximos 16 meses”, informou Chapek.

Por fim, mas não menos importante, Bob Chapek comentou sobre o canal esportivo ESPN, que tem criado muita pressão entre os acionistas, que gostaria que a Disney vendesse essa propriedade. Porém o executivo argumenta o contrário, pois dezenas de empresas tentaram comprar o canal, indicando que ele possui alto valor potencial. Além disso, Chapek destaca: “95 dos 100 melhores programas (mais vistos) no ano passado na TV aberta foram esportes ao vivo”.

D23 Expo

Entre os principais anúncios, estiveram o trailer do live action de A Pequena Sereia, Abracadabra 2 e Desencantada, além dos anúncios de novas produções, como a sequência de Divertida Mente e o spin-off Mufasa: O Rei Leão, que contará a história do pai de Simba. 

Como esperado, a franquia Star Wars ganhou muitas novidades: Andor, Willow, The Bad Patch, Histórias de um Jedi, Ahsoka, Skeleton Crew e a terceira temporada de Mandalorian tiveram novos conteúdos revelados. 

E, entre trailers e teasers inéditos e novas produções, o MCU não ficou para trás, com novos materiais das seguintes obras apresentados ao público: Pantera Negra: Wakanda Para Sempre, Coração de Ferro, Homem-Formiga e Vespa: Quantumania, Lobisomem da Noite, Invasão Secreta, Armor Wars, Loki 2, Eco, Demolidor, Capitão América: Nova Ordem Mundial, Thunderbolts e The Marvels.