08 Setembro 2022 | Renata Vomero
"Não queria que fosse um episódio esticado", diz diretor de "Tromba Trem", baseado em série de sucesso
Animação da Copa Studio estreou nesta quarta-feira nos cinemas
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Uma excelente opção para crianças e adultos acaba de chegar aos cinemas. Tromba Trem (Manequim) traz para as telonas a série de sucesso da televisão, primeira produção da Copa Studio, lançada em 2010.
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O filme procura responder questões abertas nos anos do programa, especialmente sobre as origens do elefante Gajah, que vira uma celebridade instantânea, mas acaba se tornando suspeito de uma série de raptos. Restando ao personagem pedir ajuda dos amigos do trem a vapor.
“Os desafios para criar uma história para a tela grande foram bem significativos, a começar pelo roteiro. A gente não queria que fosse um episódio esticado, queríamos que tivesse um ritmo e clima de filme. Para isso tivemos que escrever um roteiro que tivesse estrutura de longa-metragem, depois em termos de direção de arte e decupagem de cena, elevamos a um grau mais complexo do que é a série. Tem muitos mais ângulos de câmera, mais desafios de arte e animação do que a série tinha”, comentou Zé Brandão, diretor do filme e fundador da Copa Studio. Ele ainda afirmou que a vontade de transformar Tromba Trem em filme vem desde o início da série.
E falando nela, é interessante pensar no quanto o filme conversará com o público já cativo deste universo, algo que deve transparecer nos ingressos. Ainda assim, há a preocupação também de abraçar novas audiências, cogitando que elas se tornem também espectadores do programa.
“Queríamos fazer um filme para quem sempre assistiu a série e que tinham essas perguntas que precisavam de uma conclusão. Fizemos acenos para essa audiência original no roteiro do filme, mas sabíamos que ele precisava funcionar para quem nunca viu o programa, a gente queria muito que, mesmo que para quem viu, tivesse essa sensação do novo. Fizemos sobretudo um filme que pudesse funcionar para qualquer pessoa”, ressaltou o cineasta.
A animação conta com as vozes de Roberto Rodrigues como Gajah, Maíra Kestenberg como Duda, Elisa Lucinda como a Rainha dos cupins, Caíto Mainier como o gorila Silas, Marisa Orth como a jaguatirica Mirella, agente de celebridades, e o humorista Ed Gama como o Calango Leso.
Esses nomes refletem também o amadurecimento deste universo, que já ultrapassou dez anos de criação e que lá atrás chegava em um cenário de incertezas sobre como as animações brasileiras poderiam ser recebidas pelo próprio público. Depois de Tromba Trem, a Copa Studio ainda produziu os sucessos Irmão do Jorel e Historietas Assombradas para Crianças Malcriadas.
“Foi mudando [a desconfiança], as pessoas foram assistindo a mais animações brasileiras nossas e de outros estúdios e elas foram se acostumando com essa qualidade. Hoje é normal, o público abraça e até se identifica mais, como com o humor tipicamente brasileiro, não só no texto, que está na voz e sotaques, como também o visual, caso do fusca da família em Irmão do Jorel, ou o adesivo o Inmetro na televisão da avó deles. Elas se identificam e faz com que a gente tenha uma base de fãs que ultrapassa as crianças e atinja também os pais e jovens”, comentou Brandão.
Tromba Trem é uma distribuição da Manequim, novo selo da Vitrine Filmes voltado ao cinema nacional mais comercial. A produção é da Copa Studio, a direção é de Zé Brandão e o roteiro é assinado por Debora Guimarães, Lucas Pelegrineti, Pedro M. Vieira e Zé Brandão.
“A sensação de estar na tela grande vendo o filme com outras pessoas é indescritível, como a gente costuma lançar séries em que as pessoas assistem em suas casas, a gente nunca vê a reação delas. Mas poder estar no mesmo espaço e poder assistir eles rindo e cantando com a gente, especialmente as crianças, é uma sensação muito boa e queremos repetir em um próximo longa do Copa Studio”, concluiu o cineasta.
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