A Cineworld, considerada a segunda maior rede do mundo, divulgou uma atualização sobre sua atual situação. Visando contornar as vendas de ingressos que estão abaixo das expectativas, a empresa britânica está discutindo com várias stakeholders e avaliando as opções estratégicas de modo que todas as partes envolvidas obtenham liquidez, reestruturem seus balanços e reduzam suas dívidas. As informações são do portal Deadline.

A desalavancagem – movimento que uma empresa faz para diminuir a exposição das dívidas que estão superiores ao caixa disponível – é uma das opções em pauta. Caso realmente opte por isso, qualquer transação provavelmente resultará em uma diluição significativa das participações societárias existentes na Cineworld.

No entanto, prevê-se que as operações comerciais do grupo permaneçam inalteradas. Além disso, é esperado que a rede continue a cumprir suas obrigações de contraparte dos negócios em andamento, desde que não tenha mais interrupções nas exibições, como houve em 2020 e 2021.

A exibição tem sido um dos setores mais atingidos da indústria, visto que a Covid-19 forçou o fechamento de cinemas durante um longo período. A Cineworld não está sozinha na avaliação de seu futuro. A Vue International está sendo reestruturada e a AMC vem manobrando para evitar o risco de falência.

No geral, as bilheterias tiveram um ótimo retorno com os lançamentos de verão. Mas atualmente é um momento de flexibilização, pois as consequências do Covid continuam afetando as datas de estreia. O terceiro trimestre deste ano, por exemplo, não possui muitas variedades de opções. Além disso, há um vão nas empresas especializadas em efeitos visuais, o que limita a produção de grandes blockbusters.

 “Apesar de uma recuperação gradual da demanda desde a reabertura em abril de 2021, os níveis recentes de vendas de ingresso ficaram abaixo das expectativas. Esses níveis mais baixos se devem a uma lista limitada de filmes que deve continuar até novembro de 2022 e, então, impactar negativamente as negociações e a posição de liquidez da nossa companhia no curto prazo”, ressaltou, em nota, a Cineworld.

Deste modo, a Cineworld está tomando medidas proativas para garantir que tenha força e flexibilidade de balanço para se adaptar às condições do mercado. O grupo divulgou anteriormente as iniciativas operacionais e financeiras para gerenciar custos e aumentar a liquidez.

Em março de 2021, a Cineworld registrou receitas de US$ 1,805 bilhão. O lucro operacional também se recuperou, atingindo US$ 15,8 milhões, contra o prejuízo de US$ 2,258 bilhões de 2020. De certa forma, foi uma boa melhoria depois de um ano tão complicado.

Para finalizar, o grupo também ressaltou que continua a manter um controle rígido sobre seus custos operacionais e fluxo de caixa e que está em boa posição para se beneficiar da recuperação esperada da indústria.