Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Estudo

13 Julho 2022 | Yuri Codogno

Quantidade de profissionais da Indústria Criativa nacional cresceu 11,7% em três anos

Áreas como Tecnologia e Consumo puxaram o avanço, enquanto Cultura e Mídia decaíram

Compartilhe:

(Foto: Divulgação)

Elaborado pela Firjan, a sétima edição do Mapeamento da Indústria Criativa aponta que o número de profissionais criativos cresceu 11,7% em relação à última análise, lançada em 2019. O estudo analisou o setor entre 2017 e 2020 e revelou que atualmente o Brasil conta com 935 mil profissionais empregados formalmente.

Publicidade fechar X

O levantamento, que tem como fonte principal o Ministério do Trabalho e Previdência, reflete as transformações da nova economia, caracterizada por novos modelos de negócio, hábitos de consumo e relações. O estudo leva em consideração apenas os dados de profissionais formais.

A Firjan divide o Mapeamento em quatro áreas criativas - Tecnologia (TIC, Biotecnologia, Pesquisa e Desenvolvimento), Consumo (Publicidade e Marketing, Design, Arquitetura e Moda), Mídia (Editorial e Audiovisual) e Cultura (Expressões Culturais, Artes Cênicas, Música, Patrimônio e Artes). Conforme o estudo, Consumo e Tecnologia representam mais de 85% dos vínculos empregatícios. O crescimento em ambas as áreas foi imenso, com taxas de aumento de 20,0% e 12,8%, respectivamente.

Tal avanço é um reflexo direto da expansão da tecnologia na pandemia, quando houve a necessidade da transformação digital de empresas de todos os segmentos para aumento de eficiência, aumentando a demanda por tais profissionais.

Já Cultura e Mídia ocupam somente 15% e registraram uma considerável queda de respectivamente 7,2% e 10,7%. Segundo o vice-presidente da Firjan e presidente do Conselho de Indústria Criativa da federação, Leonardo Edde, a contração das vagas no setor de Mídia é de caráter estrutural e que sofre as consequências das inovações tecnológicas. Também colaboram para este cenário as alterações nas relações de trabalho, que não ocorrem mais em formato de contratações formais e foram impactadas pelas mudanças físicas geradas pela pandemia.

Em relação à Cultura, Edde pontua que o setor já vinha enfrentando dificuldades em razão de desafios institucionais ligados a novas legislações, como a alteração na Lei Rounaet, que estabeleceu a redução de 50% no limite para captação de recursos e a diminuição de cachês. “As produções criativas nos ajudaram a encarar os dias difíceis de pandemia e a manter a saúde mental no isolamento. O problema é que nós apenas consumimos, mas não geramos mais dessa riqueza em razão do isolamento e de outras barreiras físicas geradas pela pandemia. Ou seja: aumentou o consumo e caiu a produção cultural”, analisou Edde.

Um avanço, porém, foi em relação ao PIB. No estudo de 2019, a Indústria Criativa representava 2,61% do PIB nacional. Agora passou para 2,91%, totalizando R$ 217,4 bilhões, valor comparável à produção total do setor de construção civil e superior à produção total do setor de extrativo mineral.

Os estados de São Paulo e Rio de Janeiro seguem como os mais representativos no mercado do trabalho criativo, com 50,9% dos empregos até 2020, sendo aproximados 380,3 mil vínculos em SP e 95,7 mil no RJ. Entretanto, diferentemente da última edição do estudo, o PIB criativo do RJ (4,62%) ultrapassou o de SP (4,41%), seguido do Distrito Federal (3,07%).

Em relação à área cultural, mesmo que tenha apresentado forte retração, vale destacar o protagonismo do Norte e Nordeste no setor: Paraíba (13,6%), Bahia (12,2%), Piauí (11,8%), Alagoas (11,4%), Acre (11,0%) e Rio Grande do Norte (10,6%) lideram o ranking de participação de profissionais na área cultural.

O estudo também apontou quais são as dez profissões criativas em alta no Brasil hoje. Em ordem, ocupam o ranking: Analista de Negócios, Analista de Pesquisa de Mercado, Programadores/Desenvolvedores, Biomédico, Visual Merchandising, Gerentes de Tecnologia da Informação, Designer Gráfico, Pesquisadores em geral, Gerente de Marketing e, em décimo lugar, Engenheiros da área P&D.

“Vivemos uma nova era onde as engrenagens da economia criativa são cada vez menos tangíveis. O profissional criativo, portanto, é essencial para navegar neste novo cenário, mapeando tendências, otimizando a experiência dos consumidores e promovendo uma maior sinergia entre inovação, desenvolvimento, produção, distribuição e consumo”, finalizou Edde.

Compartilhe:

  • 0 medalha