11 Julho 2022 | Yuri Codogno
Analista de Wall Street projeta aceleração menor do que a esperada para exibidores
Projeções apresentam queda de 8% na bilheteria doméstica de 2022 em relação à análise anterior
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Após dois anos sem lucrar, as principais redes de cinema pouco a pouco estão recuperando a renda das bilheterias. A chegada da temporada de verão trouxe novo fôlego, com a estreia de diversos blockbusters que estão movimentando o setor de exibição do mundo inteiro. O analista Eric Wold, da B. Riley Securities, relata, porém, que as receitas da bilheteria doméstica para 2022 e 2023 podem ser menores do que as projeções feitas inicialmente.
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A análise é baseada no desempenho da bilheteria doméstica durante o primeiro semestre do ano, que foi menor do que a projetada originalmente, fazendo com que as estimativas para o segundo trimestre fossem reduzidas.
Wold prevê um declínio de 28% na receita de bilheteria para 2022 em comparação com 2019. A projeção anterior era de uma queda de 20%. Para 2023, a previsão de queda, também em comparação com 2019, aumentou de 3% para 7%.
Apesar disso, Wold se mantém otimista para o futuro. “Com o risco aumentado de uma recessão local nos últimos meses, continuamos a acreditar que o grupo de exibidores pode ser visto como um porto seguro dentro dos segmentos de consumo e entretenimento”, disse o analista.
Encabeçados por Top Gun: Maverick e Jurassic World: Domínio, os meses de maio e junho impulsionaram os ganhos nas bilheterias, com o mês passado totalizando US$ 1,114 bilhão no mercado norte-americano, acima dos US$ 409,2 milhões de junho de 2021, mas ainda abaixo do mesmo período de 2019.
Simultaneamente, Eric Handler, analista da MKM Partners, divulgou um relatório com as perspectivas para a Imax. Nele, baixou suas estimativas financeiras do segundo trimestre para a empresa, visto que a Imax teve a maior parte de seu circuito na China fechada durante grande período do segundo trimestre devido a mais recente onda do COVID-19. Handler agora projeta receita trimestral de US$ 73 milhões, valor 44% maior do que em relação ao segundo trimestre de 2021, porém 30% menor se comparado ao segundo trimestre de 2019 e lucro (antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de US$ 25 milhões, valor 40% menor do que o mesmo período de 2019.
Na sua opinião, porém, o sentimento em relação ao Imax permanece excessivamente pessimista e não reflete um modelo de negócios atraente, de fluxo duplo de receita e com foco em conteúdo de grande sucesso, como conta Handler: “embora estejamos reduzindo nossas estimativas do segundo trimestre como resultado de um bloqueio mais longo do que o esperado na China, esse problema foi temporário, quase todas as telas Imax em todo o país reabriram e o volume e a qualidade do conteúdo devem melhorar à medida que os estreiem os principais lançamentos”. Isso porque Handler acredita que a volta ao cinema será relativamente rápida na China, como ocorreu no final de 2020 e início de 2021.
De qualquer jeito, os blockbusters do atual verão possuem potencial para alavancar as bilheterias do ano. Filmes como Thor: Amor e Trovão, que já estreou, e Não! Não Olhe, que entra no circuito doméstico no final de julho, ajudarão a elevar as receitas.
Por fim, Handler acrescentou que as bilheterias devem aumentar no quarto trimestre e é esperado que as receitas de Imax ultrapassem US$ 300 milhões pela primeira vez desde o segundo trimestre de 2019. Filmes como Adão Negro, Pantera Negra: Wakanda Forever e Avatar: O Caminho da Água serão fundamentais para essa retomada.
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