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06 Julho 2022 | Yuri Codogno

Desigualdade em diferentes grupos sociais atinge setor de exibição do Reino Unido

Pesquisa aponta desequilíbrio nas questões étnicas, econômicas e geográficas

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(Foto: Divulgação)

Pesquisa realizada pelo Independent Cinema Office (ICO), órgão nacional do Reino Unido que apoia cinemas independentes por meio de programação, treinamento, consultoria e distribuição cultural, e pelo Bridge Group, uma consultoria sem fins lucrativos que usa pesquisas para promover a igualdade social, aponta que o setor de exibições do Reino Unido possui diversos tipos de desigualdades. As informações são da Veriety.

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A pesquisa, que foi realizada em abril, demonstrou que as desigualdades estão relacionadas com questões étnicas, econômicas e geográficas. Foram entrevistadas 602 pessoas entre profissionais fixos, freelancers, voluntários e quem ajuda o público a acessar o cinema. Tal número representa cerca de 3% do total de empregados no setor, de acordo com dados de 2021 do Office for National Statistics.

Como resultado, foi apresentado que o setor de exibição de cinema não reflete a diversidade étnica do Reino Unido, com 89% dos entrevistados se autodeclarando brancos – contra 79% da população total do conjunto de países que se autodeclara branca. Ou seja, em todos os níveis do negócio, pessoas negras, asiáticas ou etnicamente diversas estão sub-representadas. Os dados étnicos são do censo de 2011.

Na questão geográfica, 36% dos entrevistados são de Londres ou do sudeste do Reino Unido, contra apenas 15% do norte da Inglaterra e 14% na Escócia.

Em relação à questão econômica, 56% dos entrevistados se declararam oriundos de um contexto socioeconômico mais alto, com 15% tendo frequentado uma escola privada (quase o dobro do restante do Reino Unido) e 77% com um diploma ou nível superior. O setor de exibição de filmes tem uma proporção maior de pessoas de alto nível socioeconômico do que outras indústrias criativas (52%) e que da população em geral (37%).

Sobre os treinamentos profissionais, 26% responderam que foram financiados por seu empregador ou por outra agência, 17% tiveram treinamento financiado por uma combinação de fontes (algumas do empregador, outra agência e autofinanciados) e 7% foram autofinanciados. Mais de um terço dos entrevistados indicou que os custos e o financiamento eram barreira para o treinamento.

Além disso, os entrevistados estavam mais interessados ​​em receber treinamento profissional no desenvolvimento de público (32%), diversidade e inclusão, incluindo acessibilidade, conscientização sobre deficiência, linguagem de sinais (25%) e criação de programas (23%).

A pesquisa também apontou outros dados preocupantes. Para os cargos sêniores, havia uma diferença salarial de 8% entre homens e mulheres, favorecendo o gênero masculino. Também, o trabalho não remunerado foi realizado por 40% dos entrevistados.

Por fim, uma proporção maior de pessoas que se identificaram como negras, asiáticas ou etnicamente diversas tinha educação de nível superior (90%), em comparação com os profissionais brancos (72%), intensificando mais ainda a disparidade de representação e salários.

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