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29 Junho 2022 | Yuri Codogno

Bob Chapek prorroga contrato como CEO da Disney por três anos

Em quase um século de história, a empresa teve apenas sete CEOs

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(Foto: Divulgação)

O conselho de diretores da Walt Disney Company votou por unanimidade para estender o contrato de Bob Chapek como CEO da companhia por mais três anos. O novo termo terá validade a partir do dia 1º de julho e substituirá o antigo, que terminaria em fevereiro de 2023.

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Chapek assumiu o cargo em fevereiro de 2020, sucedendo Bob Iger e precisou lidar com algumas situações, começando pela pandemia que impossibilitou o funcionamento integral de diversos serviços e operações da empresa. Nesse tempo, também precisou dar sequência à absorção da 21st Century Fox e do crescimento do então recém-lançado Disney+, inclusive superando a projeção de assinantes.

Apesar do apoio, o momento de Bob Chapek não é dos melhores. Nos últimos 18 meses algumas polêmicas estremeceram a confiança em sua liderança, com forte queda no preço das ações da Disney nesse período.

Entre os problemas está o confronto público com a atriz Scarlett Johansson sobre o lançamento simultâneo de Viúva Negra nos cinemas e no streaming, que demorou algumas semanas para ser resolvido e prejudicou a relação da empresa com seus maiores talentos. Além disso, mais recentemente Bob dimitiu o respeitado executivo Peter Rice sem dar explicações satisfatórias. Peter, que atuava como chefe geral de entretenimento, havia renovado recentemente seu contrato, o que forçou a Disney a pagar milhões na rescisão.

Porém o ponto mais prejudicial à imagem de Bob Chapek como CEO da Disney foi a ausência de posicionamento contra “Don't Parental Rights in Education” (apelidado de “Don’t Say Gay” pela oposição política), projeto de lei anti-LGBTQIA+ da Flórida que, em um recorte, implica no reconhecimento de pessoas que se identificam com as diversas orientações sexuais.

A demora no posicionamento enfureceu funcionários, fãs e importantes celebridades relacionadas com a Disney, especialmente depois de vir à tona que a empresa financiou alguns dos parlamentares que apoiaram o projeto.

Com a eminente pressão e depois de mais um período em silêncio, a companhia finalmente se posicionou publicamente contra o projeto e retirou doações políticas na Flórida. Com isso, a Disney se tornou o saco de pancadas do governador Ron DeSantis, que respondeu abolindo o distrito autônomo da Disney em Orlando.

Apesar das polêmicas, Bob Chapek é unanimidade entre os executivos da empresa. “A Disney sofreu com a pandemia, mas com Bob no comando, nossos negócios – de parques a streaming – não apenas resistiram à tempestade, mas emergiram em uma posição de força”, disse Susan Arnold, presidente do conselho da Disney, em um comunicado na última terça-feira. “Bob é o líder certo na hora certa para a The Walt Disney Company e o Conselho tem total confiança nele e em sua equipe de liderança”, completou a executiva.

Além disso, os números do balanço do segundo trimestre fiscal são favoráveis, indicando uma boa recuperação da empresa no mercado. No Disney+, por exemplo, a previsão é que a plataforma tenha entre 230 e 260 milhões de assinantes globais pagos até setembro de 2024.

De acordo com os registros, Chapek faturou mais de US$ 32 milhões no ano passado, sendo a maior parte em bônus em dinheiro e prêmios de ações. O salário de Chapek em 2021 foi de US$ 2,5 milhões.

“Liderar esta grande empresa é a honra de uma vida e sou grato ao Conselho por seu apoio”, disse Chapek. “Comecei na Disney há quase 30 anos e hoje tenho o privilégio de liderar uma das maiores e mais dinâmicas empresas do mundo, levando alegria a milhões de pessoas em todo o mundo”, completou o CEO

Conheça um pouco mais da trajetória do Bob Chapek antes de se tornar CEO da Disney.

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