20 Junho 2022 | Renata Vomero

"Lightyear" lidera no Brasil enquanto "Jurassic World" mantém sucesso global

América Latina foi principal mercado internacional para a animação

O fim de semana contou com o grande retorno da Pixar aos cinemas e o sabor pode ser um pouco agridoce. Lightyear (Disney) estreou globalmente e, tanto na América do Norte, quanto no cenário mundial, ficou abaixo do esperado, somando US$85,6 milhões. Na América Latina, no entanto, o filme liderou as bilheterias, incluindo no Brasil, onde fez abertura de R$12 milhões. Os dados são da Comscore.

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Lightyear é o derivado de uma das franquias de maior sucesso da Disney e Pixar, Toy Story, e conta a história do astronauta que inspirou a criação do querido boneco Buzz Lightyear. O filme chegou aos cinemas em pleno fervor do verão no hemisfério norte, no entanto, com performance que traz mais interrogações do que respostas.

Na América do Norte, o longa fez abertura de US$51 milhões, insuficiente para tirar Jurassic World: Domínio (Universal) da liderança na região. No cenário global, a animação abriu com US$85,6 milhões, sendo US$34,6 milhões do mercado internacional, sob este ângulo o filme fica na terceira posição do ranking, ainda se mantendo na segunda na bilheteria mundial.

A América Latina realmente trouxe números fora dessa curva para a produção. Líder em todos os territórios da região, o filme se tornou o maior lançamento de animação da pandemia para a América Latina. No Brasil, a renda de R$12 milhões foi garantida com a venda de 560,4 mil ingressos.

Todos esses números realmente abrem espaço para alguns questionamentos, visto que Lightyear foi o primeiro lançamento da Pixar nos cinemas na pandemia – o último foi Dois Irmãos, pouco antes do apocalipse começar. É possível que os números demonstrem que as famílias estejam ainda resistentes aos cinemas ou talvez os fãs da Pixar tenham se habituado com as estreias diretamente no Disney +, formato adotado pelo estúdio com as animações do selo: Soul, Luca e Red: Crescer é Uma Fera. Todos estes títulos, ora lançados no serviço por conta da pandemia e cinemas fechados, ora estrategicamente por receio do comportamento das famílias nos cinemas podem ter gerado esse paradoxo no estilo de “quem nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?”.

Alguns fatores diferentes destes apontados acima também podem ter influenciado a performance, como o fato de se tratar de um filme derivado, que normalmente tem desempenho abaixo da obra-mãe, ou até mesmo a alta concorrência nos cinemas – tanto Jurassic World, quanto Top Gun: Maverick seguem atraindo bons públicos. Talvez mais semanas tragam novas respostas, assim como novos lançamentos também.

Brasil

Além da Lightyear, um excelente destaque neste fim de semana no Brasil foi Top Gun: Maverick. O filme da Paramount fez 484,1 mil ingressos, com bilheteria de R$11,5 milhões. Mais de 3,5 milhões de espectadores já viram o filme, gerando renda acumulada de R$79 milhões. Com isso, esta se torna a maior bilheteria da Paramount no Brasil.

No entanto, Jurassic World: Domínio (Universal) atraiu mais público do que o filme de Tom Cruise, foram 544,9 mil espectadores, gerando, porém, a renda de R$11,45 milhões. Isso possivelmente aconteceu porque Top Gun está fazendo especialmente sucesso nas salas PLF ou VIP, em que os ingressos tendem a ser mais caros. O novo filme da saga jurássica se aproxima dos 3 milhões de público.

Em seguida vem Doutor Estranho no Multiverso da Loucura com 51,8 mil ingressos e bilheteria de R$1 milhão. Quase 8,5 milhões de brasileiros já assistiram ao filme nos cinemas. Seguindo com boa performance está Assassino sem Rastro (Diamond/Galeria). O longa fez renda de R$284,3 mil com a venda de 12,4 mil ingressos.

E fazendo a dobradinha Diamond e Galeria vem o queridinho do momento: Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. O filme estreia oficialmente em 23 de junho, mas as sessões de pré-estreia que aconteceram neste fim de semana foram responsáveis por atrair 9,8 mil pessoas aos cinemas. Inclusive, o filme bateu uma das melhores médias por sala do fim de semana, em uma sessão única em 47 cinemas o longa atingiu média de ocupação por sessão de 48 pessoas. As informações são da própria distribuidora.

E fazendo jus ao grandioso cinema nacional, que teve seu dia comemorado neste domingo (19), duas estreias brasileiras entraram no top 10. Foram elas Amigo Secreto (Vitrine), com 4,6 mil ingressos e A Suspeita (Imagem) com 4,2 mil espectadores.

O fim de semana contou com o feriado emendado de Corpus Christi o que parece ter impulsionado a movimentação nos cinemas, entre os dez melhores filmes, o número de espectadores somados foi de 1,7 milhão e R$37 milhões de renda. Com a parada do Orgulho LGBTQIA+ no domingo (19), em São Paulo, alguns cinemas não operaram ou foram afetados pela celebração, que aconteceu pela primeira vez desde o início da pandemia.

Top Gun: Maverick foi o filme mais vendido na Ingresso.com pelo segundo fim de semana consecutivo. O longa foi responsável por 39% de todas os ingressos comercializados na plataforma entre os dias 16 e 19 de junho.

América do Norte

Jurassic World: Domínio segue na liderança da bilheteria norte-americana nesta segunda semana. O terceiro longa da nova trilogia da saga fez US$58,6 milhões, uma queda de 60% com relação ao resultado de sua estreia. No acumulado o filme tem US$249,7 milhões.

Como já mencionado, Lightyear fez US$51 milhões, o melhor dia para o filme foi no dia de sua estreia, na sexta (17), em que fez 20,7 milhões.

Reforçando o poder de Top Gun: Maverick, o filme se consolida de uma vez por todas como um dos grandes blockbusters da temporada e do ano. Com arrecadação de US$44 milhões, a produção caiu apenas 15% com relação à semana anterior, um resultado impressionante para a quarta semana de um título. A bilheteria acumulada é de US$466,1 milhões.

Global

Os dinossauros estão com tudo no mundo todo! Neste fim de semana, Jurassic World fez US$134,8 milhões, garantindo a recheada soma de US$622,1 milhões. Top Gun também se destaca com seus US$83,7 milhões e US$885,1 milhões globais.