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27 Maio 2022 | Renata Vomero

França faz estudo para entender resistência do público em voltar aos cinemas

Perda do hábito foi razão mais citada entre os entrevistados

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(Foto: iStock)

Centro Nacional de Cinema (CNC) da França encomendou um estudo inédito ao Instituto Vertigo para entender a razão do público ainda ter resistência em retomar para as salas de cinema, mesmo com a pandemia praticamente controlada no país.

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A análise contou com mais de mil entrevistados que responderam perguntas acerca de seus hábitos de consumo de filmes. Os resultados foram apresentados nesta semana no Festival de Cannes, sob o nome de “Por que os franceses vão menos aos cinemas?”. As informações são do Screen Daily.

E embora a França ainda seja um mercado referência e que tenha se recuperado melhor do que seus vizinhos europeus, os números de venda de ingressos ainda são 34,2% menores do que o mesmo período (primeiros quatro meses do ano) de 2019.

Estes valores aparecem no estudo: 48% dos entrevistados disseram que vão menos ao cinema agora do que antes da pandemia, enquanto 14% afirmaram que não vão mais. Entretanto o mais interessante realmente é entender a razão por trás disso.

38% relataram que isso acontece porque perderam o hábito de ir ao cinema e 36% disseram que não vão ou vão menos por causa do preço dos ingressos, que estão muito caros.  Já 33% disseram ser porque não queriam usar máscara, mesmo com a obrigatoriedade tendo sido derrubada já em março deste ano.

26% justificam que dão preferência a ver filmes em outras plataformas e 23% relatam não se interessam pela oferta atual de filmes. 18% se afastaram dos cinemas porque os acontecimentos atuais desaceleraram seus hábitos de sair de casa e outros 18% reclamaram da duração dos filmes, pois acham muito longos. 7% disseram não ir por não terem o chamado passe de saúde verde, equivalente ao nosso comprovante vacinal, mas que inclui comprovante de teste negativo para a Covid-19, nos casos dos não imunizados.

O estudo também fez um recorte por idade destas justificativas. O público entre 15 e 34 anos relatou maior preferência pelas plataformas digitais como principal motivo. Já entre as pessoas entre 35 e 59 anos a justificativa mais usada foi o preço, enquanto a questão do hábito foi mais significativa entre os entrevistados com mais de 60 anos.

No entanto, há esperança para os cinemas franceses. O CNC também divulgou que, embora a venda de ingressos ainda não tenha se recuperado totalmente, a diferença de valor com relação a 2019 vem diminuindo.

Em abril, os números foram apenas 23% menores comparando com antes da pandemia, uma significativa melhora se observarmos com relação a janeiro, por exemplo, que houve registro de 42% de queda quanto a 2019.

Os cinemas franceses sofreram duros impactos durante os períodos mais graves da pandemia, totalizando, entre fechamentos e aberturas, 300 dias totalmente paralisados. Os exibidores também apontam como um desafio as medidas impostas pelo governo como contenção da Covid-19. A mais polêmica foi a obrigatoriedade do passe verde até 14 de março.

Esta medida foi imposta por conta dos baixos níveis de vacinação no país, que só conseguiu avançar na imunização da população após tal imposição. Na Itália, por exemplo, em que os cinemas passam por ainda maiores dificuldades, os exibidores desaprovam a obrigatoriedade das máscaras em lugares fechados, medida que foi estendida até 15 de junho no país.

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