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12 Maio 2022 | Renata Vomero

Paris Filmes anuncia pacote histórico de filmes brasileiros até 2025: "O cinema nacional não é inimigo do exibidor"

Filmes de produtoras nacionais chegarão aos cinemas entre julho de 2022 e dezembro de 2025

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(Foto: Divulgação)

A Paris Filmes fez um anúncio histórico nesta quarta-feira (11). Uma das maiores distribuidoras do Brasil, a companhia lançará 61 longas-metragens nacionais nos cinemas brasileiros entre julho deste ano até dezembro de 2025.

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Tendo como objetivo aumentar o market share do cinema nacional, impulsionando tanto os exibidores, quanto as produtoras brasileiras – são mais de 33 delas envolvidas nos projetos anunciados –, a Paris Filmes investiu em produções dos mais diversos gêneros para conseguir atrair diferentes – e boas – audiências para a sala escura.

“Isso tudo vem de um desejo nosso de reconstruir o share de mercado do qual o cinema nacional vai participar. Se o cinema nacional vai vender 100 milhões de ingressos, ou 200 milhões de ingressos, cabe a nós nos responsabilizar de procurar o tamanho do cinema. Para isso a gente entendeu que tinha que fazer um planejamento para encontrar um slate de produtos que possa encontrar aderência do público”, explicou Márcio Fraccaroli, CEO da Paris Filmes, em entrevista exclusiva ao Portal Exibidor.

Desta forma a distribuidora ressalta seu compromisso com a tela grande, sendo ela a primeira e principal tela para tais produções. Principalmente, depois de dois anos de pandemia em que muitos conteúdos brasileiros encontraram seu público nas telas de casa, por meio das plataformas digitais.

Com isso, não é segredo para ninguém que o cinema brasileiro vem enfrentando mais dificuldades para se recuperar nesta retomada, registrando números abaixo de antes da pandemia.

“Quando você tem uma cinematografia local forte - como China, Rússia, França - você tem números expressivos maiores. Porque o Batman vai vir para o Brasil para fazer 15, 16 milhões de ingressos, isso já está na conta, o que não está na conta é o cinema nacional. Como conquistar esse share de novo?  Com diversidade, com tentativas de acertos e erros, até achar de novo o fio do caminho, porque o mercado foi desestruturado  e agora chegou a hora de trazer esses 61 filmes, entre acertos e erros, é a hora de retomar o hábito das pessoas de assistirem a um filme brasileiro no cinema”, ressaltou o executivo.

E isso pode incluir, claro, uma política mais rígida de cota de tela, da qual Fraccaroli, pessoalmente, é à favor, tudo isso para impulsionar o mercado brasileiro de ponta a ponta, não só economicamente, mas culturalmente.

“Tem que fazer com responsabilidade e com negociação, dentro de uma lógica de mercado. É hora de impor a força dos produtos com os quais o exibidor possa ganhar, o cinema nacional não é o inimigo do exibidor, é um complemento grande de um orçamento e faturamento do exibidor. É muito importante como país termos nossos filmes na tela de cinema, se tiver só filmes estrangeiros todo mundo perde”, reforça.

E mais, não é apenas o cinema nacional que ganha essa força com a Paris Filmes. O cinema estrangeiro, principalmente o independente, também está no radar da distribuidora, que lançará os próximos filmes da Lionsgate na América Latina, incluindo os esperados Jogos Vorazes e John Wick 4 – além do derivado desta saga de ação. São oito filmes do estúdio programados para o próximo ano, o que deve fortalecer ainda mais a presença da distribuidora no mercado.

E não para por aí, com malas prontas para Cannes, que acontece na semana que vem, Fraccaroli vê nesta edição do evento a possibilidade de realmente impulsionar o mercado independente nos cinemas do Brasil, um mercado que também vem reencontrando seu público pouco a pouco.

“Estou super feliz e animado com energia, acho que vai ser um Cannes incrível, porque vamos trocar muitas experiências, muitos bons projetos estão sendo anunciados. Vai ser um Cannes que não vemos há 10 anos, estou muito esperançoso e animado no tocante para comprar projetos para as salas de cinemas”.

E ainda finalizou sobre as perspectivas da Paris Filmes para os próximos anos: “Acho que nossos próximos anos serão fantásticos, com essas produções nacionais e as estrangeiras, estamos com uma expectativa enorme. Temos a capacidade de estar, como distribuidora, entre as quatro principais empresas no Brasil. Nos últimos anos, fiquei sempre entre elas, trabalho para ficar de novo entre a 1ª e 4ª posição. Estamos montando uma estrutura para isso. Minha expectativa é muito feliz, com muita energia para trabalhar”.

Confira a entrevista completa com Márcio Fraccaroli:

Vocês anunciaram que lançarão 61 filmes nacionais exclusivamente nos cinemas até 2025, como foi esse planejamento e o que isso significa para a Paris Filmes e a indústria?

O planejamento nasce com um desejo nosso de reconstruir as bases do cinema nacional na sala de cinema. A gente viveu nos últimos 15 anos, nós e a Downtown, um boom do cinema nacional, claro que tivemos na nossa mão também um fenômeno chamado Paulo Gustavo e isso sempre equilibra quando você tem uma marca tão forte.

Mas isso tudo vem de um desejo nosso de reconstruir o share de mercado do qual o cinema nacional vai participar. Se o cinema nacional vai vender 100 milhões de ingressos, ou 200 milhões de ingressos, cabe a nós nos responsabilizar de procurar o tamanho do cinema. Para isso a gente entendeu que tinha que fazer um planejamento para encontrar um slate de produtos que possa encontrar aderência do público. Então, fomos trabalhando com outros produtores e com as casas que a gente tem de produção, que são nossos parceiros e sócios, nós somos sócios de projetos, isso vale desde produtores que gosto muito como a Iafa Britz, ou até parceiros internos nossos.

Então procuramos um pouco de tudo, desde os clássicos das comédias, até uma coisa mais ousada. Estamos criando uma metodologia para voltar a ocupar o share de mercado. Esse é o planejamento para voltar a ocupar o share de mercado e o cinema nacional não viver de susto.

O que foi importante colocar para o mercado é que a Paris Filmes tem como foco a primeira janela de cinema. Pequena ou grande, a sala de cinema vai ser contemplada com a cinematografia que a gente vai produzir ou coproduzir e distribuir. Isso é muito importante. Viemos de uma pandemia e tivemos a necessidade de muitos projetos saírem da sala de cinema e irem para outro lugar, projetos que estavam prontos ou que ainda seriam feitos.

Como tem sido acompanhar essa retomada do cinema nacional, um pouco mais lenta do que para as grandes empresas globais ?

A venda de ingressos só aumenta quando a cinematografia brasileira for forte, porque esses grandes projetos que chegam, como Batman, por exemplo, são globais e já estão na conta do exibidor. Como conseguimos nos destoar nesses últimos 15 anos?  Porque tínhamos uma cinematografia local. Quando você tem uma cinematografia local forte - como China, Rússia, França - você tem números expressivos maiores. Porque o Batman vai vir para o Brasil para fazer 15, 16 milhões de ingressos, isso já está na conta, o que não está na conta é o cinema nacional.

Como conquistar esse share de novo?  Com diversidade, com tentativas de acertos e erros, até achar de novo o fio do caminho, porque o mercado foi desestruturado  e agora chegou a hora de trazer esses 61 filmes, entre acertos e erros, é a hora da gente conseguir retomar o hábito das pessoas de assistirem a um filme brasileiro na tela de cinema.

Neste ponto, então, como você avalia a necessidade de ter uma política reforçada de Cota de Tela?

Eu, Fraccaroli, sou favorável à cota de tela por um só motivo: ela protege e ela insere muita gente para o cinema. Por outro lado, não me favorece a cota de tela porque meus filmes não precisam dela para serem exibidos. Mas acho que a gente tem que fazer com responsabilidade e com negociação, dentro de uma lógica de mercado. É hora de impor a força dos produtos com os quais o exibidor possa ganhar, o cinema nacional não é o inimigo do exibidor, é um complemento grande de um orçamento e faturamento do exibidor. É muito importante como país termos nossos filmes na tela de cinema, se tiver só filmes estrangeiros todo mundo perde.

Tem que ser uma indústria de todo mundo, ficaria muito feliz que empresas estrangeiras distribuíssem para valer o cinema brasileiro e não só na plataforma e com o mesmo empenho quando lançam um filme estrangeiro deles. Sou favorável, desde que tenha uma negociação e siga uma lógica, sou favorável ao Estado regular o setor, porque um setor desregulado pode ser influenciado pelo poder econômico, por ações internacionais, é muito importante o setor ser regulado. Já que o exibidor precisa de ajuda, é muito importante que todo mundo esteja no mesmo lugar para falar. A gente já tem maturidade para esse diálogo.

Precisamos ter nossas histórias na tela grande, é preciso proteger, porque estamos lidando também com grandes grupos mundiais, não é brincadeira competir com o poder dessas plataformas. A única empresa que consegue competir com eles é a TV Globo e enfrenta grandes dificuldades para tal.

Vocês também sempre trazem boas apostas do cinema internacional, tivemos agora a Cinemacon com boas novidades da Lionsgate, por exemplo, como estão olhando o cinema internacional?

Continuo nos últimos três anos, com toda essa loucura que nós passamos, investindo na estrutura de distribuição, estrutura para a sala de cinema. Os projetos são consequência de tempo, agora a gente tem a distribuição para a América Latina da Lionsgate, que está trazendo uma safra muito boa para os cinemas, como John Wick, Jogos Vorazes, tem aí pelo menos uns oito filmes que nos deixa muito excitados porque tem chance de encontrar bom público nos cinemas. Mas no final do dia, a Paris Filmes é uma empresa que termina o ano sempre com 12 a 15 filmes brasileiros e 15 a 20 filmes estrangeiros, esse é o nosso ano.

Tem ano que tem mais materiais eficientes nacionais, outros são internacionais. Ano que vem vai ser uma conta atípica, porque principalmente no segundo semestre estarão concentrados filmes independentes que entendemos como grandes que são nacionais e estrangeiros.  Estou indo a Cannes agora para fazer as aquisições, tem muita coisa para acontecer.

E como estão as expectativas para Cannes?

Tem mais de 120 filmes sendo anunciados em Cannes, muito trabalho e muitos projetos. O mostra muito sobre o mercado independente, que é que o mercado está voltando para a sala de cinema, até mesmo o mercado independente.

Estou super feliz e animado com energia, acho que vai ser um Cannes incrível, porque vamos trocar muitas experiências, muitos bons projetos estão sendo anunciados. Vai ser um Cannes que não vemos há 10 anos, estou muito esperançoso e animado no tocante para comprar projetos para as salas de cinemas.

Para finalizar, quais sãos as perspectivas da Paris Filmes para este futuro próximo?

Basicamente é somar com o exibidor um planejamento de trabalho para transformar a sala de cinema em um novo momento. A sala de cinema não passa só por filmes, passa por planejamento, por políticas de preços, por olhar o comportamento do consumidor que vai ao cinema.  Acho que nossos próximos anos serão fantásticos, com essas produções nacionais e as estrangeiras, estamos com uma expectativa enorme. Temos a capacidade de estar como distribuidora entre as quatro principais empresas. Nos últimos anos, fiquei sempre entre elas, trabalho para ficar de novo entre a fila um e a dois, ou seja, entre a 1ª e 4ª posição. Tudo o que estamos fazendo aqui é para ficar no share de mercado entre o 1º e 4º lugar. Estamos montando uma estrutura para isso.  Minha expectativa é muito feliz, com muita energia para trabalhar. O mercado vai ser fantástico para nós e já já a gente reestabelece tudo, tem, claro, um desgaste natural que não está na nossa conta, que essa questão da inflação, da economia, que são coisas que a gente não controla.

Veja abaixo a lista completa de títulos que serão lançados

 

1 - DESCULPA QUALQUER COISA - A.F. CINEMA

2 - VUDU DELIVERY - A.F. CINEMA

3 - A PAIXÃO SEGUNDO G.H. - ACADEMIA DE FILMES

4 - AS MIL FACES DO CRIME - ACADEMIA DE FILMES

5 - OBJETOS PERDIDOS - ACADEMIA DE FILMES

6 - CHAMA A BEBEL - ACCORDE FILMES

7 - SOB O SIGNO DO MEDO - ACCORDE FILMES

8 - DIÁRIO DE UMA GAROTA GORDA - ACCORDE FILMES

9 - INTIMIDADE INDECENTE - ANANÃ FILMES

10 - SOS MULHERES AO MAR 2.5 - ANANÃ FILMES

11 - MINHOCAS 2 - ANIMAKING STUDIOS

12 -- POPCORN - ANIMAKING STUDIOS

13 -- 3 - ARTE AUDIOVISUAL

14 - CHICO BENTO - BIÔNICA

15 - J. SISTERS - BIONICA FILMES

16 - CACHORRO DO MATO (BUSH DOG) - BITS FILMES/BIONICA FILMES

17 - 3OITÃO - UMA BALADA EM 4 ATOS - BLACK FILMES

18 - 8 SEGUNDOS - BLACK FILMES

19 - O MÁGICO DE Ó - BOA IDEIA CRIAÇÃO E ENTRETENIMENTO

20 - AMOR NA CONTRAMÃO - CASÉ FILMES

21 - CHARLIE BROWN JR - CHOCOLATE FILMES

22 - ESTOMAGO 2 - CITIZENCRANE PRODUÇÕES

23 - DPA4 - CONSPIRAÇÃO

24 - A CORREÇÃO - EL TOPO

25 - QUASE MORTA - EL TOPO

26 - A SANTÍSSIMA TRINDADE - FORMATA

27 - UMA MULHER DE OUTRO MUNDO - FORMATA

28 - OS ENFORCADOS - GULLANE FILMES

29 - TERAPIA DA VINGANÇA - HUNGRY MAN

30 - DEIXA A VIDA ME LEVAR - INDIANA

31 -- JOELMA - INTRO (TC FILMES)

32 - O HIT DO VERÃO - INTRO (TC FILMES)

33 - DISPOSIÇÕES AMORÁVEIS - IYA OMIN

34 - O ÚLTIMO IMPERADOR DO BRASIL - LUZ MÁGICA

35 - A VIDA SEXUAL DA MULHER FEIA - MEDIA BRIDGE

36 - NÃO APRENDI DIZER ADEUS - MEDIA BRIDGE

37 - GENI E O ZEPELIN - MIGDAL FILMES

38 - O SAFADÃO DO 105 - MIGDAL FILMES

39 - EIKE -- TUDO OU NADA - MORENA FILMES

40 - NÃO VOLTE PRA CASA aka DBOOK - ORGANISMO

41 - FUNK - BAILE DE FAVELA - PARANOID

42 - A HORA DA ESCOLHA - PARIS ENTRETENIMENTO

43 - MEU NOME É GAL - PARIS ENTRETENIMENTO

44 - MINHA IRMÃ E EU - PARIS ENTRETENIMENTO

45 - A NÚMERO UM - PARIS ENTRETENIMENTO

46 - A SOGRA PERFEITA 2 - PARIS ENTRETENIMENTO

47 - FÉRIAS TROCADAS - PARIS ENTRETENIMENTO

48 - SILVIO SANTOS VEM AÍ - PARIS ENTRETENIMENTO

49 - HOMEM COM H - PARIS ENTRETENIMENTO

50 - OS MISSIONÁRIOS - PARIS ENTRETENIMENTO

51 - TÁ ESCRITO - PARIS ENTRETENIMENTO

52 - VOCÊ NÃO SABE O QUE EU PASSO - PARIS ENTRETENIMENTO

53 - AS 10 VANTAGENS DE MORRER DEPOIS DE VOCÊ - PARIS ENTRETENIMENTO

54 - UM DIA 5 ESTRELAS - PARIS ENTRETENIMENTO

55- MORANDO COM O CRUSH - PARIS ENTRETENIMENTO

56 - ISSO É MUITO MINHA VIDA - RACCORD

57 - ASA BRANCA - SENTIMENTAL FILMES

58 - OLHOS D'ÁGUA - TELEIMAGE

59 - TAINÁ E OS GURADIÕES DA AMAZÔNIA - TIETÊ

60 - QUALQUER GATO 3 - TIETÊ

61 - CAPITÃO GAY - ZOLA FILMES

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