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13 Abril 2022 | Renata Vomero

Itália impõe janela de 90 dias entre cinema e streaming para filmes apoiados pelo Estado

Medida havia sido flexibilizada durante a pandemia

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(Foto: iStock)

O Ministro da Cultura da Itália, Dario Franceschini, assinou decreto que impõe janela de 90 dias entre cinema e streaming para qualquer filme, italiano ou não, que tenha recebido apoio do Estado.

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Com a medida, o país derruba a flexibilização adotada durante a pandemia, que permitiu janelas reduzidas ou até mesmo que alguns lançamentos pulassem a estreia nos cinemas para chegarem diretamente no streaming ou VOD.

Estima-se que a medida deva entrar em vigor a partir de maio, quando a lei deve ser publicada no diário oficial da legislação italiana. Embora ela seja apenas voltado a filmes que tiveram qualquer tipo de apoio fiscal ou financeiro do governo, as autoridades destacaram que querem estudar também a possibilidade de regular os filmes estrangeiros que não contam com esses tipos de incentivos.

Aqui vale destacar que diversos estúdios já estão trabalhando com janelas encurtadas para impulsionar seus próprios streamings, caso da Warner, que em 2022 voltou a trabalhar com os filmes exclusivos nos cinemas, mas que chegam na HBO Max em 45 dias, mesmo caso da Paramount, com o Paramount+.

Mesmo tendo voltado a endurecer a regulação com relação ao tempo das janelas depois de flexibilizada, a medida não agradou aos exibidores do país, que sentem falta de uma política mais protecionista aos cinemas, da mesma forma que acontece em outros países europeus.

O exemplo vem da França, por exemplo, que tem regras mais rígidas para manter os filmes nos cinemas, por lá, as produções devem respeitar o tempo de pelo menos um ano para chegaram no streaming.

“Está muito longe do apoio que os exibidores recebem em alguns outros países europeus como a França, onde a janela para lançamento é de no mínimo 12 meses”, disse Manuele Ilari, que dirige a Ueci, a associação dos cinemas italianos, em reportagem do ScreenDaily.

Os cinemas italianos sentiram grande impacto nestes dois anos de pandemia, a associação aponta que 500 cinemas fecharam definitivamente durante a pandemia e que mais espaços estão em risco se não tiverem maior apoio do estado.  A associação destaca que o setor emprega 100 mil pessoas e que correm risco de ficarem desempregadas.

O governo também divulgou aumento no apoio às produções, subindo para 40% de oferta em créditos fiscais em cima dos custos totais de produção, antes esse valor era de 30%.

 

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