17 Fevereiro 2022 | Renata Vomero
Berlinale premia curta brasileiro e destaca trabalho de cineastas mulheres
Vencedores foram anunciados na tarde de quarta-feira (16)
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A 72ª edição do Festival de Cinema de Berlim, ou Berlinale, foi encerrada ontem (16) com sua tradicional cerimônia de premiação em que são dados o Urso de Ouro e outras honrarias para os títulos que se destacaram para o júri, este ano presidido por M. Night Shyamalan.
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O Urso de Ouro de Melhor Filme, prêmio mais importante do festival, ficou com Alcarràs, de Carla Simon. O longa espanhol mostra uma família que vive em uma comunidade rural de Catalunha. Este é o segundo longa da cineasta e também segundo prêmio que ela recebe no renomado festival. Em 2017 ela foi reconhecida por seu primeiro filme, o longa Verão de 1993.
Aliás, como bem pontuou a imprensa especializada, este é o terceiro longa dirigido por uma mulher em sequência a levar Melhor Filme nos principais festivais de cinema do mundo. Ano passado, Titane, de Julia Ducournau recebeu a Palma de Ouro em Cannes; e L'Évenement, de Audrey Diwan, venceu em Veneza.
As mudanças estão chegando e se mostrando cada vez mais evidentes, aliás, talvez esta vitória, assim como de outras mulheres nesta edição, denote em parte a discussão que o Júri promoveu com a imprensa sobre a importância de aproximar o cinema independente do comercial. Sabemos o quanto o cinema de arte abraça mais mulheres, donas de menores orçamentos, e honrar estes nomes pode aproximá-las, sim, do cinema comercial, dando mais oportunidades de inclusão dessas narrativas na grande tela.
Voltando à premiação e às mulheres, Robe of Gems, de Natalia Lopoz Gallardo, vendeu o Prêmio do Júri, enquanto Claire Denis venceu o prêmio de Melhor Direção por Fire (or Both Side Of The Blade).
Hong Sang-soo não poderia ficar de fora, o diretor venceu o Grande Prêmio do Júri pelo filme The Novelist. O cineasta sul - coreano está em cartaz no Brasil com o drama A Mulher que Fugiu.
Já entre as atuações – e aqui vale ressaltar que Berlinale deixou de lado a segmentação por gênero na categoria desde o ano passado – foram reconhecidos os trabalhos de Meltem Kaptan, pelo papel em Rabiye Kurnaz vs George W. Bush, e como coadjuvante Laura Basuki por Before, Now & Then.
Entre os curtas internacionais, o Brasil foi reconhecido. O curta-metragem Manhã de Domingo levou o Urso de Prata pelo júri internacional. O filme é de Bruno Ribeiro que dedicou o prêmio à sua mãe, que faleceu durante a pandemia.
O cineasta estava acompanhado da produtora Laís Diel e pela atriz Raquel Paixão. O trio desembarcou em Berlim graças a um financiamento coletivo realizado antes para que conseguissem arcar com as despesas da viagem.
Manhã de Domingo mostra uma jovem pianista negra prestes a se apresentar em seu primeiro grande recital. No entanto, um sonho com a falecida mãe desestabiliza sua mente e seu coração, colocando em risco a apresentação.
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