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13 Janeiro 2022 | Renata Vomero

Bilheteria brasileira cresce em 2021 e mantém tendência de alta para 2022

Ano foi marcado por domínio dos blockbusters represados dos últimos dois anos

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(Foto: Divulgação)

Dizer o quanto 2021 foi também um ano desafiador para o mercado de cinema é um tanto repetitivo, porém, inevitável. No entanto, apesar de um primeiro semestre difícil, a partir do meio do ano a indústria começou a ver uma gradual recuperação, dominada pelo lançamento dos blockbusters represados durante a pandemia.

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Segundo dados divulgados pela Ancine, por meio do Observatório Brasileiro do Cinema e Audiovisual (OCA), a bilheteria brasileira somou R$839,8 milhões em 2021, um crescimento de 34,8% com relação a 2020, que fechou com arrecadação de R$622,7 milhões.  Em termos de público, 2021 levou 48,3 milhões de pessoas aos cinemas, enquanto 2020 contou com 38,6 milhões. Os gráficos mostram que a maior parte dos números de 2020 ficou concentrado, logicamente, antes do início da pandemia, em março.

E aí entram alguns fatores importantes de serem destacados. O primeiro deles é a discrepância entre os filmes estrangeiros, maior parte sendo de Hollywood, e o cinema nacional, que vem sofrendo fortes ataques nestes últimos anos, com congelamento de recursos, dificuldades de lançamento e menor espaço nos cinemas.

Isso está refletido nos números deste ano. Enquanto 2020 foi responsável por atrair 9 milhões de brasileiros para verem títulos nacionais, em 2021 esse número foi de 700 mil. Em termos de renda, foram R$142 milhões arrecadados para as nossas produções, enquanto R$11,7 milhões em 2021. A queda de público foi de 92,5% e renda foi de quase 92%.

Aqui é importante destacar um nome que fez a diferença para o nosso cinema: Minha Mãe é Uma Peça 3 (Downtown/Paris), lançado no final de 2019, o filme foi o maior sucesso de nossos cinemas até o início da pandemia. Ao todo, o filme protagonizado por Paulo Gustavo somou mais de 9 milhões de espectadores aos cinemas e boa parte deste número foi em 2020, ou seja, responsável por maior parcela dos números do cinema nacional em 2020. O longa soma bilheteria de quase R$140 milhões.

Voltando a 2021, alguns fatores precisam ser destacados com relação aos cinemas. Embora o número de lançamentos nacionais tenha sido superior ao ano anterior (209 em 2021 e 189 em 2020), muitos deles tiveram suas estreias mais restritas por conta de fechamentos de cinemas e a falta da Cota de Tela, que impulsionou o domínio dos blockbusters de Hollywood.

E falando neles, 2021 contou com o lançamento de alguns dos filmes que estavam sendo aguardados desde o início da pandemia. Enquanto 2020 foi marcado pela escassez destes títulos, em 2021 eles vieram à tona, inclusive, causando mudanças na programação entre eles mesmos, já que nenhum estúdio queria passar por algum tipo de canibalização.

Bom, o resultado é evidente. Os filmes estrangeiros foram responsáveis pela arrecadação de R$828 milhões no ano, um aumento de 72,3% com relação a 2020, que somou R$480,6 milhões. Em termos de público, foram 47,7 milhões de espectadores para estes filmes, um aumento de 61%, comparando com os 29,6 milhões de 2020. Ou seja, estes números representaram quase a totalidade dos valores somados em 2021.

Boa parte destes números foram conquistados a partir do segundo semestre, quando os maiores títulos do ano foram lançados. O destaque, claro, fica nas mãos de Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Sony), que já é a segunda maior bilheteria da história do Brasil e somou no ano passado quase 10 milhões de espectadores – e segue acumulando números em 2022.

Entre os títulos nacionais, o destaque fica nas mãos de Marighella (Downtown/Paris), maior bilheteria nacional de 2021, com público de 318 mil pessoas. Agora, o filme nacional que está em destaque em 2022 é Turma da Mônica – Lições (Downtown/Paris), que chegou à soma de quase 500 mil espectadores.

Entre as maiores bilheterias de 2021 estão Homem-Aranha: Sem Volta Para Casa (Sony) com R$218 milhões, Velozes & Furiosos 9 (Universal) com R$71,3 milhões, Eternos (Disney) com R$71,2 milhões, Venom: Tempo de Carnificina (Sony) com R$67,1 milhões e Shang-Chi e A Lenda dos Dez Aneis (Disney) com R$39,5 milhões.

Começando 2022 com os cinemas abertos, mesmo com o agravamento da pandemia, a tendência é de manter o crescimento, números que estamos vendo nessas primeiras semanas denotam isso, inclusive. Com bons títulos programados para o ano e seguindo uma estabilidade da indústria, 2022 pode começar a trazer resultados mais próximos aos registrados antes da pandemia.

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