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05 Janeiro 2022 | Renata Vomero

Análise aponta impacto na bilheteria de "Viúva Negra" causado por pirataria

Filme foi lançado simultaneamente no Disney+ por meio do Premier Access

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(Foto: Disney)

Viúva Negra (Disney) foi um dos filmes centrais na discussão sobre a janela entre o cinema e o streaming – ou a falta dela, no caso. A produção foi lançada em formato simultâneo no Disney+, por meio do Premier Access, o que levou a empresa a arrecadar US$60 milhões na plataforma em seu fim de semana de estreia.

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Inclusive, sabemos o valor porque foi uma das únicas vezes, senão a única, em que a Disney abriu os valores da plataforma para o público e a imprensa. A questão é que com isso, Scarlet Johansson abriu processo contra a empresa alegando quebra de contrato já que parte de sua remuneração era baseada nos lucros de bilheteria, que foram afetados pela estratégia adotada pelo conglomerado. Estima-se que a estrela possa ter perdido cerca de US$50 milhões por conta disso.

Agora, em uma análise completa do Deadline que trouxe observações pertinentes sobre o impacto do lançamento simultâneo nos estúdios, há também mais um dado que traz o longa de volta ao centro desta discussão.

Segundo o veículo, Viúva Negra teria sido assistido ilegalmente, ou seja, por meio de pirataria, 20 milhões de vezes. A partir disso, os cálculos apontam para um impacto na bilheteria de cerca de US$600 milhões, o que, claro, faz uma grande diferença para os profissionais do mercado, principalmente, em meio à crise causada pela pandemia. O longa, que estreou em julho, fez bilheteria global de US$379,6 milhões.

A análise do Deadline reforça o quanto a disponibilização tão rápida de um conteúdo em formato digital, ainda em excelente qualidade, como 4K e até com legendas, pode sim facilitar o acesso ilegal a estes títulos, o que não acontece tão facilmente com os longas lançados exclusivamente nos cinemas.

Se soma a isso também o formato adotado pela Disney, por meio do Premier Acess, o espectador além de já ser assinante do Disney+, tem que arcar com o valor adicional de US$29,90 (ou R$69,90) no Brasil, o que também pode ter contribuído para esse alto volume de pirataria.

Na época do lançamento do filme, mais um fator negativo foi atribuído à estratégia adotada pela Disney: a queda de bilheteria na segunda semana. A produção caiu 68% na bilheteria norte-americana, uma das maiores diminuições para um filme da Marvel.

A partir deste notório caso, no entanto, a Disney optou por repensar a estratégia adotada em seus lançamentos seguintes. Depois de lançar Jungle Cruise ainda seguindo o mesmo modelo, o conglomerado voltou a lançar os filmes exclusivamente nos cinemas, respeitando uma janela mínima para lançar no streaming e gratuitamente para os assinantes.

Ainda assim, em declarações para investidores e a imprensa, Bob Chapek, CEO do conglomerado, não descartou a possibilidade de voltar a adotar o formato simultâneo, devendo tomar as decisões em cada filme separadamente e com base no desempenho de títulos semelhantes nos cinemas.

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