13 Outubro 2021 | Renata Vomero
Sato Company traz drama japonês aos cinemas e acredita em potencial adormecido do Brasil para conteúdos asiáticos
Com música do BTS, "Seus Olhos Dizem" estreia no Brasil nesta quinta-feira (14)
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A Sato Company tem mais de 35 anos de existência no mercado brasileiro, sendo uma das principais responsáveis por trazer conteúdos asiáticos, em sua maioria japoneses, ao Brasil ao longo destes anos. Com a proposta de ampliar este mercado, a empresa está investimento em gêneros que vão além do universo de cultura pop japonesa, trazendo dramas e romances para os brasileiros. É dentro desta meta que estreia nesta quinta-feira (14) o longa Seus Olhos Dizem.
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O filme, dirigido por Takahiro Miki, está sendo distribuído para toda a América Latina, tendo presença em cerca de 70 salas em toda a região, sendo 25 no Brasil. O longa japonês é um remake do sul-coreano Always, lançado em 2011, e, nesta versão, traz música da banda de k-pop BTS, canção que dá nome ao filme, mas no longa os meninos cantam em japonês, o que vem gerando bastante curiosidade.
Seus Olhos Dizem foi primeiro lançado no próprio Japão no meio do ano passado e fez imenso sucesso, arrecadando US$8 milhões. Com isso, Nelson Sato, CEO da Sato Company, abraçou a oportunidade de trazer o filme para toda a América Latina, unindo tanto o objetivo da distribuidora de trabalhar com títulos diversificados, como no potencial do longa em si, que, além da música do BTS, fenômeno mundial, tem um elenco jovem formado pelos astros japoneses, Yuriko Yoshitaka e Ryûsei Yokohama.
“Nos últimos anos tenho procurado trazer mais conteúdos do Japão, não só anime, mas produções diversificadas, como filmes, dramas. Andei fazendo algumas experiências, tenho tido boa aceitação com filmes menores e com a pandemia tenho olhado com mais cuidado, filtrado mais, e aí apareceu o Seus Olhos Dizem. Assisti e gostei, é um romance de uma moça cega, é daqueles filmes que fazem a gente chorar, romance gostoso de ver”, reforçou o executivo da empresa.
O desafio maior, então, está em encontrar espaço na programação, tendo em vista que com esta retomada dos cinemas, o calendário está cheio de blockbusters de Hollywood. No entanto, mesmo com uma presença menor, o filme está sendo bem recebido pelos exibidores, que estão dando espaço ao longa, inclusive, nas principais redes do Brasil e América Latina, como Cinépolis e Cinemark.
Ao lado desta recepção, a Sato Company está trabalhando no digital para levar o filme para seu público, em sua maioria jovem e fãs tanto da banda BTS, quanto da cultura coreana e japonesa. Aliás, com o cancelamento a turnê mundial da banda sul-coreana por conta da pandemia, a expectativa da Sato Company é justamente que o filme atraia aos cinemas esse público sedento por novidades do grupo.
Crescimento
Para além do lançamento desta semana, a Sato Company, que se consolida como uma empresa 360º, que passa por produção, distribuição e até agregadora de conteúdos, vem se posicionando no mercado pensando justamente no crescente interesse por conteúdos asiáticos.
Algo que ficou evidente fora do próprio nicho quando Parasita venceu o Oscar 2020 e se reforça de forma impressionante nesta semana, inclusive, em que a série sul-coreana da Netflix, Round 6, celebra o recorde de visualizações, se tornando a produção mais vista na história da plataforma.
A Sato Company, aliás, foi a primeira agregadora de conteúdo da Netflix na América Latina, logo quando ela ganhou forma em 2011. Com ela, a Sato trouxe importantes títulos de animes e outras produções japonesas, reforçando o quanto estes conteúdos faziam sucesso no Brasil, no entanto, há muito o que se ampliar deste mercado, havendo muito potencial para ele.
“Sempre falo isso para o pessoal lá fora, que o Brasil é o país que tem mais descendentes de japoneses no mundo, mas ainda não é o maior mercado de conteúdos asiáticos do mundo. A conta não fecha”, explicou Nelson, que trouxe como exemplo o mercado do México, onde há maior público para estas produções, mesmo não tendo uma comunidade asiática tão grande quanto no Brasil.
“Temos uma influência aqui grande, na gastronomia, por exemplo, mas há muito mais o que trabalhar, tem como ampliar. Sempre falo para os exibidores que tem aqui um potencial adormecido, não só o descendente, o brasileiro gosta da cultura japonesa. O nicho de anime funciona muito bem, já está basicamente seguro, estou querendo ampliar, trazer coisas diferentes”, acrescentou.
Com isso, a Sato Company está trazendo documentários e filmes live-action que abordem os mais diversos gêneros. Ainda pensando em alcançar este público em potencial, a empresa está organizando um festival de cinema japonês, programado para estrear em dezembro em formato híbrido, justamente para mostrar o quanto os cinemas podem se aproveitar destes conteúdos para atraírem maiores audiências.
Neste ponto, é inegável a força e papel que o streaming está exercendo para apresentar estas produções japonesas e asiáticas para os consumidores. Algo que se destaca também sobre os conteúdos de outros países, que acabam não tendo tanto espaço nos cinemas como os títulos das majors de Hollywood, e o mesmo está acontecendo com o audiovisual brasileiro no exterior, claro.
“Eles são os grandes parceiros, hoje como não tem mais o limite da programação linear, havia uma dificuldade muito grande de entrar na programação. Como o streaming não tem isso, há maior abertura e se mostra um interesse. Os streamings estão bem abertos e é gratificante ver que estão vendo que existe interesse, estão valorizando estes produtos”, reforçou o executivo.
Para o futuro, então, a Sato Company tem a expectativa de fomentar este crescimento, seguindo como uma empresa que atua em diversas frentes do mercado. Inclusive, trabalhando neste momento para o lançamento do filme de Jaspion, um sucesso na televisão brasileira nos anos 1980 e 1990, e que está sendo produzido no Brasil.
“Pretendemos continuar 360, sempre distribuímos muito, estamos entrando em produção também, há um desafio muito grande, mas a gente gosta de desafio, quanto mais difícil, mais gostoso fica. Procuramos sempre caprichar e fazer bem feito”, finalizou.
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