06 Outubro 2021 | Renata Vomero

O2 Play comemora oito anos com presença consolidada em cruciais frentes da indústria

Distribuidora usou as facilidades do digital para crescer durante a pandemia

A O2 Play, distribuidora do grupo O2, está comemorando agora oito anos de mercado. Com mais de 50 filmes lançados no período e um crescimento na presença internacional e digital. Durante a pandemia a empresa se consolidou unindo seu DNA focado também nos players de tecnologia, já pensando na mistura entre as salas de cinema e o entretenimento doméstico.

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Só na pandemia foram 17 títulos lançados em formato híbrido, entre eles o sucesso Chorão – Marginal Alado, documentário sobre o líder do Charlie Brown Jr.,  lançado nos cinemas e em VOD no início do ano e se tornando a estreia mais assistida no digital no período.

“Apesar da O2 ser uma empresa consolidada na produção, a operação da distribuidora começou do zero, não tinha um filme, um modelo de contrato, nada. Eu brincava que eu sozinho com um macbook debaixo do braço era o departamento, e foi assim por quase um ano. Aos poucos fomos criando a nossa cultura, reunindo uma equipe muito boa, todos somando com sua bagagem, um jeito de ser. Nosso posicionamento de distribuição tradicional somada a distribuição digital foi tomando forma. Fizemos cases muito interessantes, participamos de muitos festivais, eventos, assinamos com produtores de todos os tamanhos. São mais de 50 filmes só em cinema, centenas de títulos licenciados, projetos, editais… “, avaliou Igor Kupstas, diretor da O2 Play, em entrevista ao Portal Exibidor.

Com isso, é possível ver na O2 Play um importante reflexo das transformações do mercado, mas não só isso, nela houve uma antecipação das tendências que chegariam em meio à crise causada pela pandemia, mas que já estavam sendo discutidas antes dela.

Talvez um dos principais pontos seja no encurtamento da janela entre o cinema e o streaming ou VOD,  algo que há nem dois anos era visto com polêmica, agora entra quase no “novo normal” da indústria. E a Netflix foi a empresa que ditou essa tendência, lançando alguns de seus filmes mais sofisticados nas salas de cinema para depois estrearem na plataforma, mirando as premiações de Hollywood. Adivinha quem distribuiu a maior parte destes importantes títulos no Brasil? Pois é, a O2 Play. Inclusive, em meio à pandemia, quando grandes estúdios estavam segurando seus principais títulos para serem lançados globalmente.

“São tempos híbridos e nós, de certa forma, sempre fomos híbridos. Eu entendo resistências, tanto de produtores quando de exibidores, respeito todos. Mas a nossa visão de mundo é que há pouco espaço para regras fixas atualmente, quando há tanto conteúdo disponível. Acreditamos que cada empresa tem que defender uma estratégia e seguir o que achar melhor para o seu produto, seja uma janela de três meses, um lançamento simultâneo ou mesmo somente no digital. Cada um tem o direito de criar a sua definição de sucesso. Quando um filme que estará em uma plataformas de streaming em duas semanas tem sessões esgotadas em uma sala de cinema, como negar que isso é sucesso? Quando um filme brasileiro independente entra em três salas de cinema em duas cidades brasileiras, porque ele deveria esperar três meses para ir para outras plataformas e chegar a todo o Brasil? Espero que nossa contribuição na indústria seja provocar estas conversas”, reforçou o executivo.

Aliás, em meio a todas essas conversas, a O2 Play ainda lançou uma nova ferramenta de apoio aos cinemas e pequenos produtores. Chamada de auto-distribuição, ela serve de ponte entre esses realizadores, com projetos em mãos parados, entre importantes players do mercado, em sua maioria muito interessados em aquisições de novos conteúdos.

E tudo isso foi planejado com a equipe trabalhando em home office, utilizando das facilidades do digital para garantir presença internacional, um braço importante para comercialização e aquisição de conteúdos, além de garantir uma maior fluidez com tantos agentes do mercado, entendendo mais ainda as possibilidades dentro desse ambiente online.

Inclusive, em comemoração aos oito anos da empresa, a O2 Play lançou um vídeo (que pode ser visto ao fim da matéria) ao mercado apresentando todas essas frentes tão bem consolidadas durante a pandemia. Não só isso, dando espaço para cada um de seus colaboradores falarem sobre seu trabalho e como tudo se conecta, dando vida à O2 Play que conta com grandes marcos em sua trajetória.

“Teve muita coisa bacana. Lançamos Junho - O Mês Que Abalou o Brasil em junho de 2014, um ano após as manifestações, simultâneo nos cinemas e no iTUNES em mais de 90 países, algo inédito na época. Coração de Cowboy foi nosso maior lançamento, com mais de 200 salas, e o painel que fizemos no Show de Inverno em Campos do Jordão na época foi muito elogiado, com a participação do Chitãozinho, foi fantástico. Mais recentemente, em abril, nosso lançamento do Chorão - Marginal Alado me deixou muito contente, o filme estreou em algumas salas de cinema, infelizmente muito poucas, devido a pandemia, e simultaneamente nas plataformas digitais de aluguel, nas quais foi o filme mais visto do Brasil no fim de semana”,  acrescentou Kupstas.

Além destes, houve também o lançamento de A Nuvem Rosa, dirigido por Iuli Gerbase e lançado mundialmente em Sundance, um dos festivais mais importantes do mercado cinematográfico, ganhou pré-estreia em cinemas selecionados e estreou no selo Telecine Première. A produção, aclamada pela crítica, teve passagem em salas tradicionais de capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, e estreou no serviço de streaming do canal. 

E o futuro? Bom, para a O2 Play, há a expectativa de ainda maior crescimento e ampliação no mercado internacional.

“Mais filmes, mais plataformas, mais modelos de negócios, mais internacionalização. E acredito mesmo que com o controle da pandemia teremos um 2022 muito rico, para todos do mercado. Vamos produzir, filmar e consumir muitos filmes”, finalizou Igor.

Confira o vídeo: