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17 Setembro 2021 | Renata Vomero

Exibidores do Rio estão preparados para operar com exigência do comprovante vacinal

Gilberto Leal falou com a Exibidor sobre a nova medida do setor

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(Foto: Agência Brasil)

 

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No fim de agosto, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, anunciou a implementação de uma nova medida que obriga locais de uso coletivo a exigirem comprovante vacinal do público. Entre esses lugares estão os cinemas e teatros, que passaram a operar dentro da nova regra nesta quarta-feira, 15 de setembro.

Embora a medida seja local, é o tipo de inciativa que começa a pipocar entre autoridades regionais do Brasil todo com o intuito de estimular a vacinação, mesmo que ela esteja avançada.

A nova regra, no entanto, pegou os exibidores de surpresa, já que muitos deles estavam até preparando ações e campanhas para atrair o público vacinado e estimular a imunização, mas sem essa obrigatoriedade.

“A gente ficou surpreso, porque existem outros espaços que tem maior número de aglomeração e que deveriam ser incorporados ou ao menos começar a ter essa medida em lugares em que as pessoas frequentam por obrigação, e não no setor de entretenimento, tão combalido, e que as pessoas vão por opção”, afirmou Gilberto Leal, Presidente do Sindicato dos Exibidores do Estado do Rio de Janeiro.

Este é um ponto relevante a ser tratado, porque a nova medida obriga a exigência do comprovante em locais como academias, ginásios, estádios e centros de treinamento, bem como espaços culturais, entre eles, cinemas, teatros, salas de conserto, ou museus, galerias e até locais turísticos, como parques temáticos.

Incomoda os exibidores o fato de que a medida não atinge bares e restaurantes, que, além de terem sido alguns dos primeiros espaços a poderem retomar, muitas vezes, pela natureza da atividade mesmo, acabam gerando aglomeração e a retirada das máscaras.

“Essa sensibilidade a gente já estava tendo, todo mundo que foi ao cinema viu que estávamos respeitando muito os protocolos, o que já deixava o público seguro. Acho que esse material apenas veio a colaborar, é mais um item. No entanto, é desnecessário, a não ser que seja para todos, não sei porque o entretenimento está pagando pelo trem, diferente de bares e restaurantes, que são lugares de maior aglomeração”, reforçou Leal.

Quando a medida foi anunciada, os exibidores se reuniram com a prefeitura, que se mantém aberta ao diálogo com o setor, para tentar barrar a obrigatoriedade, o que não deu certo. No entanto, as conversas continuam por meio da RioFilme.

Segundo Leal, embora descontentes, os exibidores estão seguindo a regra e já incorporaram a medida na operação dos cinemas. Inclusive, os funcionários já estão treinados para trazer as informações para os clientes, muitas vezes pegos desavisados na hora de entrar na sala, então, ali são instruídos a como baixar o aplicativo para conseguirem apresentar a carteira de vacinação e a comprovação da imunização. Essas informações também estão sendo trabalhadas pelo marketing das exibidoras, com conteúdos didáticos nas redes e nos próprios estabelecimentos.

Quanto as mudanças na operação, o impacto não é tão grande, já que normalmente exige-se comprovação de meia-entrada ou para outras promoções, a diferença é a apresentação de um documento a mais na hora da entrada na sessão.

“Na verdade, na operação do cinema, a meia-entrada já cria essa demanda, é mais um documento a ser apresentado. A logística, então, é um pouco similar. A única coisa que tem é é que as pessoas já estão acostumadas com a meia e essa é uma novidade, então, os clientes estão precisando baixar a carteira e serem instruídos e informados sobre isso”, reforçou.

Um dado interessante que também deixa os radares ligados é quanto ao impacto dessa medida na frequência e bilheteria de cinema do estado. Embora ainda seja cedo para analisar isso, principalmente, com semanas de tendência de queda, por conta da falta de um grande blockbuster desde Shang-Chi, a expectativa, agora, é no lançamento de 007 – Sem Tempo Para Morrer (Universal), que promete atrair bons públicos para as sessões.

Essa queda depois da obrigatoriedade foi observada na França, por exemplo, que viu a bilheteria sofrer o impacto da mesma medida. No entanto, para Leal, há uma grande diferença entre os países, já que o brasileiro tende a se vacinar. Talvez a medida pudesse ser adotada em último caso, se a vacinação estagnasse.

Inclusive, antes da implementação, diversos exibidores estavam preparando ações como promoções ou benefícios para o público que apresentasse comprovação da vacina, em uma tentativa – bem mais simpática – de atrair as audiências, como também colaborar para a campanha de vacinação como um todo. Todas essas iniciativas foram canceladas quando a medida foi anunciada.

No entanto, Leal reforça esta saída para os exibidores de outras localidades do país: “Minha sugestão é que os exibidores de outros lugares se antecipem a este tipo de obrigatoriedade, acho que talvez os exibidores do Brasil todo possam fazer uma campanha especial, de um preço promocional, por exemplo, aproveitando a questão do lúdico, faça isso localmente. Não precisa baixar decreto, já estamos estimulando a vacinação da população”, finalizou.

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