15 Setembro 2021 | Renata Vomero
"Dá um toque de orgulho para o espectador saber que esse filme é 100% nacional", diz Márcio Garcia sobre "Reação em Cadeia"
Produção traz ação para as telonas com pano de fundo político brasileiro
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O cinema nacional vem se recheando cada vez mais de títulos dos mais variados gêneros, mesmo aqueles que o público não está tão acostumado em ver produzido no Brasil, caso de Reação em Cadeia (Downtown/Paris), novo filme de Márcio Garcia, que mistura ação em uma narrativa que traz o espectador para a realidade da política brasileira.
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Com estreia marcada para amanhã, 16 de setembro, este é o terceiro filme de Garcia como cineasta e o primeiro totalmente produzido no Brasil, algo do qual ele se orgulha bastante e sente que o espectador também deverá se orgulhar.
“Na minha opinião, vai chegar um filme de ação nacional, bem feito, bem embalado, algo que o brasileiro está acostumado a consumir vindo do exterior. Dá um toque de orgulho para o espectador saber que esse filme é 100% nacional, feito em reais e não em dólares”, reforçou o cineasta em entrevista ao Portal Exibidor.
O longa tem roteiro de Garcia ao lado de Thiago Dottori e supervisão de Bráulio Mantovani. O filme conta a história de Guilherme, um auditor honesto, que descobre um esquema duvidoso na empresa em que trabalha e, por conta disso, é absorvido em um esquema ainda maior de corrupção política. Ele acaba se envolvendo com uma ex-namorada, a Lara, e seu companheiro Zulu, que vivem em um mundo de menores delitos, para conseguir se livrar da armadilha.
No elenco principal, estão Bruno Gissoni, que vive Guilherme; Monique Alfradique, que vive Lara, e André Bankoff, que vive Zulu. Ainda estão no filme nomes como Adriano Garib, Silvio Matos, Juliana Knust, Victor Lamoglia, Chico Melo e Junior Lisboa Calheiros.
“É um filme de ação completo, não é de tiroteio, bomba, é um filme de ação intelectual quase, porque você está o tempo inteiro lidando com todos esses predadores. O Guilherme está buscando o caminho correto o tempo inteiro e quando se depara com esse sequestro de sua felicidade, quando sua filha está ameaçada, ele percebe que precisa entender como faz para sair dessa, criar aquele plano genial”, explicou Bruno Gissoni sobre seu personagem.
Os atores passarem dois meses em preparação para construírem seus personagens, não só pelas cenas de ação, mas mais do que tudo pela complexidade que cada arco exigia deles. Todos tiveram, então, total liberdade para criar e ajudar a construir os personagens que estavam vivendo.
“Ensaiamos bastante, acertamos bem antes de ir para o set de filmagem. O Márcio também era um diretor muito presente na construção dos personagens. A gente ia para a improvisação e depois voltava para o texto. Então, chegamos na filmagem com tudo já muito bem desenhado e o Márcio é um diretor que deixa a gente muito livre para poder criar em cena, se é legal para o filme, ele compra, também porque ele é ator e entende essa linguagem, entende como a gente se sente lá dentro”, revelou André Bankoff.
Com isso, a relação do elenco se tornou bastante íntima e de bastante confiança, inclusive, algumas das cenas de ação acabaram nem contando com dublês, principalmente nos momentos em que Zulu apostava corridas com Lara no banco do passageiro.
“Era muita adrenalina! Não estamos perdendo nada para o Tom Cruise, porque sei que ele usa dublê e a gente não usou (risos). Então, era real, era o André dirigindo e a minha personagem gosta da aventura, eu não podia ficar com nenhuma cara de medo, tinha que estar curtindo porque a Lara gosta daquilo. A gente vê pouco gênero de ação sendo produzido no Brasil, é muito bom mostrar que pode ser feito e muito bem feito. A história é muito boa, os personagens estão muito bem desenhados. Fala muito dessas relações humanas, que são muito interessantes e acaba deixando o filme atemporal mesmo tendo sido rodado há três anos”, acrescentou Monique Alfradique.
E esse sentimento de exaltação do cinema nacional nas falas tanto de Márcio Garcia, quanto de Monique Alfradique foi algo que deu bastante o tom da entrevista, já que realmente é algo raro de ver na telona filmes de ação nacionais.
Com isso, toda a equipe acredita na importância do longa ser visto nos cinemas, não só por ser um filme feito para isso, mas justamente por representar bem o audiovisual nacional, que deve e merece ser incentivado.
“Não querendo polarizar, mas a gente vem discutindo muito sobre o que é patriotismo e aí vem um filme brasileiro, que fala sobre nosso sistema e, além disso, é um filme super divertido de assistir, então, assistam por todos estes motivos. A gente não precisa ficar importando tudo o tempo inteiro, a gente tem um mercado tão próspero no Brasil, só precisamos de incentivos e que o brasileiro acredite que somos capazes de fazer tão bem quanto qualquer outro país”, ressaltou Gissoni.
Reação em Cadeia é uma produção da MGP Filmes e Warner Bros. e tem distribuição da Paris Filmes e Downtown Filmes.
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