Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Coluna Line-Up

06 Setembro 2021 | Carol Ballan

Shang-Chi e a representatividade no MCU

Compartilhe:

(Foto: Exibidor)

Após o recente lançamento de Viúva Negra (Disney) iniciando a quarta fase do Universo Cinematográfico da Marvel em filmes, estreou na última quinta feira, dia 2, Shang-Chi e a Lenda dos Dez Anéis (Disney), que finalmente move a narrativa do estúdio para uma fase após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato (Disney). O filme estreou exclusivamente nos cinemas e ainda não tem previsão de estreia no streaming Disney+.

Publicidade fechar X

O longa-metragem conta a história de Shang-Chi, um jovem chinês criado pelo pai em uma região reclusa para poder focar nos ensinamentos das artes marciais. No entanto, quando o jovem rompe esta bolha e tem contato com o mundo externo, percebe que seu pai é bastante diferente do que acreditava e parte em uma jornada de autoconhecimento e identidade.

Além da continuidade narrativa com o universo criado, a obra também marca as recentes tentativas de trazer representatividade para as telas, agora focadas no crescente público asiático. Se as origens do super-herói se inspiram na popularidade de Bruce Lee e dos filmes de artes-marciais chineses dos anos 1970 como A Fúria do Dragão (Golden Harvest Company), não foram medidos esforços na construção de uma narrativa que fizesse jus a esta origem.

Um dos principais passos foi a contratação do roteirista sino-estadunidense David Callaham para iniciar o projeto, aproveitando sua ascendência chinesa misturada à habilidade de escrita de roteiros de ação, como Os Mercenários (California Filmes) e Mulher Maravilha 1984 (Warner/Universal). Além disso, a direção do projeto foi realizada por Destin Daniel Cretton, de origem nipo-estadunidense que obteve sucesso crítico com seus projetos O Castelo de Vidro (IDC) e Luta por Justiça (Warner Bros.).

Este passo parece natural ao estúdio após o sucesso de Pantera Negra (Disney), que adquiriu fama por sua representatividade, e Capitã Marvel (Disney), que abordou a representatividade feminina no universo de heróis. Com as pautas identitárias sendo cada vez mais importantes em grandes longa-metragens, é notável o esforço para conseguir trazer uma narrativa original. O elenco também é pautado em afastar qualquer acusação de branqueamento, trazendo atores de ascendência chinesa já conhecidos pelo público estadunidense, como Simu Liu (Shang-Chi), Tony Leung (Mandarim) e Awkwafina (Katy).

Pensando também que ele se encaixa em todo o universo já construído através dos outros filmes e séries de televisão lançados até o momento, há grandes expectativas sobre o andamento dos eventos cósmicos apresentados em WandaVision (Disney) e Loki (Disney), que se tornaram mote do novo estágio das produções. Esta também será a introdução de um dos vilões clássicos dos quadrinhos, Mandarim, que apareceu apenas como um impostor em Homem de Ferro 3.

Com críticas positivas, o filme promete se manter fiel à sua origem nos filmes de ação, mas trazendo modernidade ao roteiro a partir da crise de identidade de seu protagonista, e parece ser mais um acerto da Marvel na construção de um universo plural e que se mantenha interessante.

Dado o seu lançamento apenas nos cinemas, verifique as restrições da sua cidade em relação à pandemia de Covid-19.

 

Carol Ballan: Formada em Economia pela USP, Direção Cinematográfica e Crítica de Cinema pela Academia Internacional de Cinema e atualmente pós-graduanda em Cinema pela Belas Artes-SP, dedica seu tempo à escrita em seu site e através do coletivo 3locadas. Também faz parte do grupo Mulheres do Terror e trabalhou no departamento de arte de diversos curta-metragens.

Compartilhe:

  • 0 medalha