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04 Agosto 2021 | Renata Vomero

Apresentação de comprovante vacinal se torna obrigatória em Nova York

Pesquisa aponta para perda de confiança do público nos cinemas nos EUA

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(Foto: Reprodução)

Há uma semana, reportamos os efeitos do aumento de casos de Covid-19 causados pela variante Delta em Hollywood e em cinemas e mercados internacionais. Com alguns picos preocupantes durante a semana, o setor acendeu o alerta de vez para a questão.

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A realidade é que os Estados Unidos estagnaram na vacinação com apenas 50% da população totalmente vacinada, mesmo o imunizante estando disponível para todos. Com um movimento antivacina e negacionista, somado a uma variante mais transmissível, que só pode ser contida com a vacina, o mundo está todo atento ao que acontece por lá e o mercado de cinema não é exceção.

A Paramount, por exemplo, retirou o longa Clifford: O Gigante Cão Vermelho do calendário na região justamente por conta dessas preocupações. No Brasil, por enquanto, o longa segue programado para dezembro.

Na mesma medida, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, anunciou que os estabelecimentos de entretenimento e lazer, assim como academias, bares e restaurantes, deverão exigir a comprovação vacinal do público e funcionários para estes adentrarem os espaços fechados. A medida entrará em vigor a partir de 13 de agosto.

Isso valerá tanto para moradores da cidade, quanto para turistas, o que incomodou o setor hoteleiro e poderá gerar protestos em outros segmentos. No entanto, é uma medida que vem se tornando popular em outras regiões, como na França e Itália, para estimular a vacinação.

Além disso, poderá ajudar o público a retomar sua confiança nos cinemas. Diante deste novo cenário, uma nova pesquisa realizada pela National Research Group apontou queda na confiabilidade do público na ida aos cinemas nestas últimas semanas.

É interessante porque esse era um dado que vinha sendo observado desde o início da pandemia, e quando a situação começou a ficar controlada no país, os números só cresceram e se refletiram – ainda se refletem - na boa bilheteria norte-americana.

O valor que antes era de 81% de confiança, fechou julho em 72% diante da transmissão da variante delta nas últimas três semanas, nesta primeira semana de agosto já caiu para 70%. Outro dado interessante que apareceu na pesquisa, é que a preocupação maior está entre as mães, com queda de 75% para 59%. É importante porque pode significar uma diminuição de público nos títulos família, inclusive, algo que era esperado no lançamento de Jungle Cruise, que acabou performando acima do esperado mesmo assim. Ou seja, repetindo, esse temor ainda não se reflete nos resultados de arrecadação.

No entanto, o alerta está totalmente ligado em todo mercado. Lembrando que enquanto os cinemas de Los Angeles e Nova York estiveram fechados durante quase todo o ano de pandemia, Hollywood segurou o calendário, tão crucial para o funcionamento do setor.

Por enquanto, o único adiamento é do filme da Paramount, mas as atenções estão voltadas para os próximos meses e com a expectativa de que as iniciativas governamentais de estímulo a vacinação tenham efeito positivo no controle da pandemia. Inclusive, para outros países que enfrentam o mesmo problema.

Os próximos aguardados títulos a chegar nos cinemas são Venom, em setembro, e 007 – Sem Tempo para Morrer, em outubro.

Seguindo os acontecimentos dos EUA, o Festival de Sundance anunciou que só poderão participar presencialmente de sua edição de 2022, aqueles que também comprovarem a imunização contra a Covid-19.

Brasil

Embora o mercado brasileiro dependa e muito dos blockbusters de Hollywood para movimentar os cinemas – os maiores números de arrecadação até o momento vieram destes títulos -, há aqui um sentimento um pouco diferente.

Com a pandemia começando a ficar mais controlada com o avanço da vacinação, temos 20% da população totalmente vacinada e mais da metade dos brasileiros com ao menos uma dose da vacina, esperando a data para completar o esquema vacinal.

Desta forma, tendo em vista nossa tradição em ter um bom alcance na vacinação, com apoio do SUS, e uma população sedenta para ser imunizada, mesmo com uma onda negacionista, é possível que o cenário até o fim do ano seja diferente, mesmo com a variante delta circulando por aqui.

“Não acredito que a gente vá precisar pedir esse tipo de comprovação vacinal no cinema. O que eu tenho visto é a população com muita vontade e intenção de vacinar, só precisamos acelerar o calendário. Talvez pedir isso seria até uma forma de discriminação contra quem ainda não teve a chance de se imunizar”, comentou André Sturm, responsável pelo Petra Belas Artes, na ocasião da reabertura do cinema de rua de São Paulo no meio do ano.

E esta impressão se consolida nas pesquisas realizadas pelo Datafolha e que tiveram os resultados divulgados em julho. Segundo o instituto, a adesão do brasileiro à vacinação contra a covid-19 chega a 94%, número recorde na pandemia e bastante animador para todos os setores.

Os pesquisadores afirmam que cerca de 80% da população precisa estar totalmente vacinada para que haja um controle efetivo da pandemia.

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