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19 Julho 2021 | Leandro Matos

Abe: Noah Schnapp e Seu Jorge estrelam novo filme de Fernando Grostein Andrade

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(Foto: Exibidor)

Abe é o lançamento da Paris Filmes e Downtown Filmes para o início do próximo mês. Chegando aos cinemas no dia 08 de agosto, Abe é o novo longa de Fernando Grostein Andrade, diretor do popular documentário Quebrando o Tabu e da série Carcereiros.

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O filme conta a história de Abe (Noah Schnapp), um garoto de 12 anos que mora no Brooklyn com os pais, e precisa lidar com as desavenças religiosas dos dois lados de sua família, metade Israelense e metade Palestina. Abe adora cozinhar e consegue um trabalho num restaurante com o chef brasileiro Chico (Chico), que o ajuda a encontrar um caminho para unir sua família: a culinária.

Abe é um coming-of-age (termo específico para filmes sobre jornadas de amadurecimento adolescentes), estrelado por Noah Schnapp, conhecido do público pela famosa série da Netflix, Stranger Things. Seu personagem descobre, ao longo da história, que não precisa escolher um lado, mas apostar que união e compreensão são a melhor maneira de resolver as desavenças do mundo.

O longa foi filmado em Nova York, e era um projeto pessoal do diretor Fernando Grostein Andrade. Com uma história intimista e um elenco majoritariamente americano, Seu Jorge assume o papel de Chico, o chef que ajuda Abe em sua jornada. Não é a primeira vez que o ator interpreta um personagem em um filme todo falado em inglês, já tendo feito antes em A Vida Marinha de Steve Zissou e no longa brasileiro Soundtrack (Imagem Filmes)

Seu Jorge é apenas um dos talentos brasileiros que conseguiram quebrar a barreira do mercado internacional, depois de construir uma carreira no Brasil. Sonia Braga, ainda nos anos 80, foi para os Estados Unidos e fez diversos filmes e séries como Rebelião em Milagro e a série de sucesso Sex and the City.

Assim como Seu Jorge, o diretor Fernando Grostein Andrade também está investindo numa carreira de diretor internacional. A formação do cinema americano foi, desde os primórdios, trabalhada por criativos estrangeiros como Billy Wilder, Michael Curtis, Greta Garbo, Ingrid Bergman e muitos outros, e vários talentos brasileiros também encontraram oportunidades no mercado americano.

Após a retomada do cinema brasileiro, em 1995, mais atores e atrizes arriscaram uma carreira em Hollywood. Fernanda Montenegro, após sua merecida indicação ao Oscar, preferiu continuar trabalhando no Brasil, mas abriu uma exceção quando foi convidada por Mike Newell para um papel na superprodução Amor nos Tempos do Cólera. Rodrigo Santoro está há quase 20 anos na ponte-aérea, trabalhando em diversas produções internacionais e com um papel fixo na cultuada série Westworld, da HBO, e Alice Braga estrelou Eu Sou a Lenda (Warner) com Will Smith e protagoniza a série Queen of the South, que teve 5 temporadas até agora. Isso sem contar Wagner Moura, indicado ao Globo de Ouro por seu papel de Pablo Escobar na série Narcos, da Netflix, onde ele precisou aprender espanhol especialmente para o trabalho.

Os talentos brasileiros no mercado internacional não se limitam apenas aos atores e atrizes. Daniel Rezende, indicado ao Oscar pela edição de Cidade de Deus (Imagem Filmes), foi um dos montadores do cultuado A Árvore da Vida (Imagem Filmes). O músico Antonio Pinto cuidou da trilha sonora de diversos títulos, como O Senhor das Armas. Maurício Zacharias assinou os roteiros de Melhores Amigos (Alpha Filmes/Pandora Filmes) e O Amor é Estranho (Alpha Filmes/Pandora Filmes). Afonso Beato foi o diretor de fotografia do vencedor do Oscar de melhor filme estrangeiro Tudo Sobre Minha Mãe (Sony) e de A Rainha (Europa Filmes), e Rodrigo Teixeira foi um dos produtores de Me Chame pelo Seu Nome (Sony) e A Bruxa (Universal).

Mas foram os diretores brasileiros que conseguiram maior entrada no mercado internacional. Karim Aïnouz acabou de anunciar seu próximo longa, sobre a dinastia inglesa Tudor, estrelado por Michelle Williams. Fernando Meirelles mantém uma carreira internacional de sucesso com O Jardineiro Fiel (Universal) e Dois Papas (Netflix). Afonso Poyart, Fernando Coimbra e José Padilha também trilharam o mercado internacional com diversos projetos de grande importância. E não podemos esquecer, claro, de Hector Babenco, que depois de ovacionado por Pixote, a Lei do Mais Fraco, dirigiu O Beijo da Mulher-Aranha, indicado a vários Oscars (inclusive melhor filme e diretor), trabalhou com Jack Nicholson e Meryl Streep em Ironweed e conduziu uma superprodução com Brincando nos Campos do Senhor.

Abe é mais uma prova de que o talento brasileiro pode – e deve – rodar o mundo. Que venham os próximos!

 

Leandro Matos: Formado em Cinema e em Roteiro pela Estácio de Sá, com cursos de roteiro na Columbia University, na Escola de Cinema Darcy Ribeiro e com Robert McKee, é roteirista dos longas-metragens Amor.com, Divã a 2 e Minha Família Perfeita. Estreou na tv escrevendo para o seriado Cilada, criou as séries Os Figuras e De Cabelo em Pé e participou de diversas outras séries como Samantha!, A História Bêbada e Se Eu Fosse Você – A Série. Fora de roteiro, trabalhou no Festival do Rio por 11 anos na equipe de Eventos Sociais e no Show Búzios como coordenador de Receptivo e Hospedagem. Atualmente mora em Toronto, onde escreve seu primeiro longa para o mercado canadense, além de projetos para a Imagem Filmes e Disney Plus.

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