16 Julho 2021 | Renata Vomero
Parceria inédita entre Telecine e Festival do Rio prioriza alcance nacional do cinema
Festival começa amanhã (17) com os filmes mais reconhecidos de 2020
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Tem início amanhã (17) a nova edição do Festival do Rio, que pela primeira vez acontece dentro do streaming. Para isso, foi realizada parceria com o Telecine, que será a casa do evento, disponibilizando mais de 15 filmes inéditos e exclusivos.
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Os interessados poderão assistir aos títulos no streaming do Telecine ou no canal Telecine Cult. Entre os filmes selecionados, estão Quo Vads, Aida?, Noite de Reis, DNA, com Fanny Ardant e Louis Garrel, e ganhadores do Globo de Ouro em 2021, como Bela Vingança, Druk - Mais Uma Rodada e O Mauritano. A seleção com todos os títulos que compõem a edição pode ser acessada na cinelist Festival do Rio .
“Criamos a seleção de filmes em parceria direta com a curadoria do próprio festival e com distribuidores que sempre trabalham com o Telecine. Buscamos reproduzir o que de melhor o Festival do Rio nos traz em todos os anos: um panorama da produção audiovisual mundial do ano anterior, com filmes de destaques dos últimos principais festivais internacionais. Para isso, o lineup tem títulos de 9 países diferentes, que foram indicados ou venceram no Oscar ou nas últimas edições do festival de Berlim, Veneza, Toronto e Cannes. Todos os títulos serão 100% inéditos e exclusivos do Telecine, e seis deles vão ter a primeira exibição no Brasil durante o festival, como é o caso do filme de Hong Kong “Dias Melhores”, indicado ao Oscar 2021 de Filme Internacional”, comentou Cristina Cadore, diretora de marketing e produto do Telecine.
A cada dia, um filme inédito e exclusivo irá estrear no serviço à 0h e ficará disponível para o play por apenas 24 horas. Ou seja, para não perder a oportunidade de conferir nenhum longa, os usuários precisam ficar atentos. Aos sábados, o Telecine Cult reexibirá, sempre às 22h, alguns dos principais longas da seleção. Além disso, o acesso aos filmes será gratuito entre os novos assinantes, que ganham 30 dias de graça na assinatura.
Tudo isso reverbera em um debate que ganhou mais força na pandemia, com a maioria dos eventos sendo realizados em formato online: a democratização do acesso. Se antes o Festival do Rio ficava mais restrito à própria cidade, com interessados de outras localidades precisando se deslocar, agora ele chegará com maior facilidade a todo o Brasil, podendo alcançar mais pessoas, criando assim novos públicos para filmes que não costumam ter tanta visibilidade e alcance.
"O formato online se tornou, de muitas formas, uma necessidade nestes tempos. E o longo período – mais longo do que o esperado - de "reclusão” em nossas casas serviu como potente alavanca não somente para as projeções em qualquer plataforma, mas nos levou a refletir em como tornar a programação do Festival do Rio atraente para além das salas de cinema e com um alcance em todo o Brasil. Uma edição especial online permite que nosso público aumente, quebra barreiras geográficas, permite reunir e criar uma “comunidade” que vai além do Rio de Janeiro. É um grande passo para o Festival do Rio, uma comunicação e um acesso sem precedentes, de onde temos certeza que virão muitas outras ideias. Arte para todos, todas e todes, em todas as regiões. Isso não seria possível sem um parceiro tão forte e reconhecido como o TELECINE. Ideias ainda mais arrojadas certamente virão nos próximos anos", explicou Ilda Santiago, diretora do Festival do Rio.
E isso se reforça com a programação que vai além dos próprios filmes, como também acontece no festival. A organização do evento e a plataforma prepararam uma série de atividades e iniciativas que deverão cercar o público com conteúdo de cinema, como lives, discussões, comentários de influenciadores e críticos, entre outros.
“Com a edição on-line, vamos levar o Festival do Rio de Janeiro para todo o país pelo streaming e pelo Telecine Cult. Nossa expectativa é de que as pessoas sintam o gostinho de participar do evento, incentivando que façam suas próprias listas das sessões imperdíveis, mas também checando as recomendações de críticos, cinéfilos e, claro, do nosso time de especialistas. Para ajudar na escolha, vamos ter lives e vários conteúdos nas nossas redes sociais sobre curiosidades dos longas. Também queremos recriar o clima dos corredores do Festival do Rio, quando as pessoas trocavam impressões sobre o que assistiram. Enfim, esperamos “sessões lotadas” e muito papo sobre cinema, como é tradição do festival”, reforçou Cristina.
É interessante como o online, ou o sistema híbrido, tem que se tornado uma opção até para o futuro pós-pandemia. O próprio Festival de Sundance confirmou que a próxima edição deverá ser híbrida, mesmo que não tenham mais restrições quanto à covid-19. Isso porque o evento contou com um número muito maior de público neste ano, que aconteceu online, e os filmes selecionados alcançaram pessoas das mais diversas localidades, que dificilmente teriam acesso ao evento. É algo que pode acontecer aqui no Brasil, inclusive no futuro do Festival do Rio. E mesmo que não aconteça, talvez o futuro reserve um novo momento para o evento presencial a partir desta edição online.
"É uma nova construção e ter esse desafio do online nos faz repensar nosso relacionamento e alcance com diferentes públicos. É como criar uma nova seção de filmes ou juntar mais cinemas ao evento. Fazer um festival é um work in progress eterno. A indústria do cinema, do audiovisual, nunca parou de mudar. Porque os gostos do público mudam, os modos de consumo se transformam. Um festival de cinema é o reflexo dessas transformações. Esta edição especial é uma parte importante do Festival do Rio, enquanto preparamos uma edição regular mais para o fim do ano. Imaginamos como sempre, um festival capaz de abraçar a cidade do Rio de Janeiro – essencial para todos nós coletivamente voltarmos a estar juntos. Saber a reação e o gosto de gente em todo o Brasil vai ser transformador. Profundamente transformador, como está sendo todo o processo desta nossa vivência humana desde 2020. O Festival de Cannes está mostrando o quanto o cinema presencial é importante, exatamente neste momento. Mas falar com públicos cada vez maiores, via online, muda olhares e propõe para os autores e produtores novos pensamentos e oportunidades para estes tempos. Quem faz cinema quer achar seu público. O prazer continuará com a mesma força e a vontade de compartilhar histórias é eterna. Nunca deixou de existir, de ser um elemento essencial da existência humana", refletiu Ilda.
O filme de abertura do festival será Druk – Mais uma rodada, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro deste ano. Para o encerramento, foi selecionado Noite De Reis (La Nuit Des Rois), em 31 de julho.
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