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13 Julho 2021 | Renata Vomero

Receita global de entretenimento caiu 3,8% em 2020 e deve se recuperar ainda este ano

Relatório anual da PWC apontou os dados do setor e projeções até 2025

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(Foto: iStock)

A PwC divulgou seu relatório anual Global Entertainment & Media Outlook, referente aos números de 2020, mas com projeções até 2025. Segundo o documento, a receita de entretenimento global caiu 3,8% em 2020, frente aos desafios da pandemia, mas com queda amortecida pelo fortalecimento de streaming e VOD.

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Embora o decréscimo de 3,8%, representado pelo valor de US$2 trilhões seja significativo, as projeções para os próximos anos apontam para crescimento e recuperação. Um aumento de em média 5% ao ano, o que é bastante otimista.

Para 2021, os analistas da PwC reforçam que há espaço para recuperação e retomada, principalmente na indústria de cinema, que enfrentou queda de mais de 70% no ano passado. A PwC calcula que a receita de cinema em 2021 poderá chegar a US$25,4 bilhões globais, incluindo publicidade. A soma foi de US$13,1 bilhões em 2020. A receita de bilheteria global deve ser, segundo dos dados, de cerca de US$23 bilhões em 2021, comparados aos US$11,8 bilhões em 2020. A projeção é que os valores de 2019 – melhor ano para os cinemas até o momento com bilheteria de US$40,7 bilhões – sejam superados em 2024, com estimativa de receita de US$41,6 bilhões.

“Esperamos que alguns dos grandes sucessos de bilheteria que serão lançados no verão e no outono ajudem a indústria a ter uma receita significativamente mais saudável este ano. Mas olhando para o futuro, o crescimento do cinema está tão intimamente relacionado ao status de vacinação, então o cinema vai levar alguns anos para se livrar do declínio acentuado que vimos no ano passado, com os consumidores sendo incapazes ou indispostos de ir aos cinemas devido ao risco perfil. Não estamos prevendo que o cinema retorne aos níveis de receita de 2019 até 2024”, comentou CJ Bangah, diretora da PwC dos EUA.

Para a América do Norte, que teve bilheteria de US$2,3 bilhões em 2020, a estimativa é que alcance US$4,9 bilhões neste ano. A região acaba de alcançar a marca de US$1 bilhão, e especialistas esperam que o valor de 2020 seja superado ainda neste verão. No entanto, segundo o relatório da PwC, o resultado de 2019 (US$11,4 bilhões) deverá ser alcançado apenas em 2025 na região, com soma de cerca de US$11,1 bilhões.

O streaming e o VOD obviamente não iam ficar de fora do relatório, um dos grandes amortecedores da queda da receita em 2020 e um dos mais importantes atores do cenário de entretenimento atual.

A receita de entretenimento doméstico digital com streaming e VOD cresceu 29,4% em 2020, o único indicador positivo do ano. A receita global foi de cerca de US$49,3 bilhões. No entanto, o crescimento ano a ano não deve se manter no mesmo patamar.  Segundo a PwC, deve ser de cerca de US$13,2% em 2021, com uma média de 10% até 2025, chegando a US$94 bilhões.

Essa desaceleração se dá por conta da maior oferta de opções fora de casa que os consumidores terão quando a pandemia passar, desta forma, os investimentos que agora estão voltados para o digital deverão se dividir em outras formas de entretenimento. Isso deve fazer crescer, inclusive, a concorrência entre os streamings, já que o público escolherá os principais que irão manter a assinatura.

“Os consumidores farão uma nova análise para onde seu dinheiro está indo e, em alguns casos, tomarão decisões diferentes. Portanto, estar entre os 1, 2, 3 principais tipos de fontes de entretenimento e consumo de mídia que realmente estão agregando valor, será essencial neste momento”, reforçou Bangah.

Ainda segundo a executiva, a maior descoberta do relatório, em análise apontada também pela Variety e o The Hollywood Reporter, foi a rapidez com que os consumidores mudaram seus hábitos em 2020, forçados pela obrigação de ficarem em quarentena.

“Os consumidores têm assumido o controle de sua experiência de entretenimento há vários anos, mas a pandemia mostrou como eles podem mudar rapidamente seu comportamento”, ressaltou.

Portanto, segundo a análise, a disputa dos players do mercado no futuro não será apenas pelo dinheiro do consumidor, mas talvez ainda mais pelo tempo, ou seja, em como ele decidirá passar seu tempo livre frente a todas as possibilidades que estarão disponíveis para ele.

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