30 Junho 2021 | Renata Vomero
"É um orgulho e um prazer poder representar o Brasil", comenta brasileiro da equipe de “O Poderoso Chefinho 2”
Alex Simões acumula passagens pela Sony, Blue Sky e DreamWorks
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Estreia nos cinemas da América do Norte nesta sexta-feira, 2 de julho, a animação O Poderoso Chefinho 2: Negócios da Família (Universal). Entre os profissionais do time de animação da DreamWorks está Alex Simões, brasileiro que já teve passagens pela Sony e pela Blue Sky.
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Nascido em São Paulo, Simões começou a trabalhar com animação em Vancouver, quando foi contratado para participar da equipe da série As Aventuras do Gato de Botas, da Netflix. A partir daí, e depois de mais alguns trabalhos no Canadá, o profissional passou a trabalhar na Sony Pictures Animation, sendo um dos animadores de Hotel Transilvânia 3. Foi aí que a DreamWorks o contratou, patrocinando, inclusive, seu visto de trabalho para morar nos Estados Unidos, em Los Angeles. Ele integrou o time de animação de personagens de Abominável, O Poderoso Chefinho 2 e The Bad Guys, que será lançado em 2022.
“Me sinto muito empolgado e sempre humilde e grato por estar rodeado de artistas extraordinários. Todo projeto é um desafio, o time de animação da Dreamworks está sempre esperando fazer o melhor do melhor, e essa é a melhor parte, porque sempre tentamos fazer algo novo e único para nos destacar no mercado, que é supercompetitivo. É um orgulho e um prazer poder representar o Brasil e a cultura brasileira, somos em bem poucos brasileiros no estúdio, mas somos bem unidos e sempre tentamos acrescentar um pouco da cultura brasileira e da positividade que temos dentro do time, o que acaba se refletindo também nos projetos onde trabalhamos”, reforçou o animador em entrevista ao Portal Exibidor.
O Poderoso Chefinho 2 chega em 12 de agosto no Brasil, e promete repetir o sucesso do primeiro filme de 2017. Por aqui, foram mais de 3 milhões de ingressos vendidos e na bilheteria global a animação teve faturamento de US$527 milhões. A sequência marcará a estreia da Universal dentro do modelo de lançamento híbrido com o streaming, no caso, o Peacock, nos Estados Unidos.
“A produção do filme foi bem intensa e interessante. Trabalhei desde o início até a fase final da produção, um processo que levou um ano e meio. Então tive a oportunidade de participar em diversas sequências e animar personagens diferentes e todos os personagens principais. É uma emoção muito grande ver que o filme está indo aos cinemas e streaming e o público vai poder assistir a todo esse trabalho duro que tivemos durante quase dois anos somente na parte de animação”, ressalta o brasileiro.
Outro desafio inegável, não só com o lançamento de O Poderoso Chefinho 2, mas nos próximos filmes da DreamWorks, foi a pandemia. Embora o setor de animação seja o menos afetado, já que permite uma flexibilidade na produção remota, o isolamento impacta em uma parte crucial para qualquer criador do meio artístico: a criatividade.
“Foi um desafio inesperado, como para todos, porém o estúdio nos deu bastante suporte para essa transição. Acho que para cada pessoa foi um desafio diferente. No meu caso, eu não tinha um escritório preparado para trabalhar em casa da forma como a gente precisa e é exigido na Dreamworks, nem mesmo uma mesa de trabalho ou computador. Então tive que providenciar tudo isso, com todas as lojas fechadas, foi bem difícil no começo. Sobre a criatividade, impactou um pouco por conta da colaboratividade, porém, ainda conseguimos manter nossa comunicação bem ativa e fazer todas as tarefas”, explicou.
Entre os trabalhos na DreamWorks também surgiu o projeto de criação de uma escola de mentoria de animação em 3D para profissionais a área, a Animation Flow Academy. As aulas são online, então, Simões consegue reunir alunos do mundo todo.
“Sempre gostei de compartilhar conhecimento e acredito que a escola é uma ótima maneira de fazer isso. A ideia surgiu pela demanda, eu sempre ajudei pessoas que me faziam perguntas na internet, e essas pessoas começaram a me perguntar se eu não gostaria de fazer uma mentoria para elas, então eu acabei abraçando a ideia e montando a escola. A trajetória tem sido muito boa, com bastante feedback positivo e cada vez tentando melhorar”, finalizou.
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