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21 Junho 2021 | Leandro Matos

"Veneza": Musa de Almodóvar estrela novo filme de Miguel Falabella

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(Foto: Exibidor)

Veneza entrou em cartaz nos cinemas brasileiros no dia 17 de junho. Lançamento da Imagem Filmes, o título colecionou prêmios nos festivais que passou, como o Festival de Gramado, onde faturou os prêmios de Melhor Atriz Coadjuvante para Carol Castro e Melhor Cenografia para Tulé Peak. Veneza é um dos títulos nacionais disputando a atenção do público, depois das estreias de Quem Vai Ficar com Mário? (Downtown Filmes & Paris Filmes), Acqua Movie (Imovision) e Missão Cupido (H20 Films), lançados na semana passada.

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Veneza conta a história de Gringa (Carmen Maura), dona de um bordel no interior do Brasil que abandonou o único homem que amou em Veneza. Cega e doente, ela sonha em voltar à cidade para reencontrar seu antigo amor e pedir seu perdão. Com a ajuda de Tonho (Eduardo Moscovis), Rita (Dira Paes), Madalena (Carol Castro), Jerusa (Danielle Winits) e as outras moças que trabalham em seu bordel, o grupo elabora um plano para levar Gringa até seu destino.

O grande destaque do longa é a espanhola Carmen Maura, musa do cineasta Pedro Almodóvar, com quem realizou diversos longas, inclusive Volver, que lhe rendeu a Palma de Ouro de Melhor Atriz no Festival de Cannes. O elenco é elogios à estrela. Segundo Carol Castro, “só de observar Carmen Maura já era uma aula”. Para Danielle Winits, foi um presente contracenar com ela.

O filme é dirigido por Miguel Falabella, prolífico diretor e roteirista com diversas produções no cinema, na tv e no teatro, que volta ao cinema como diretor depois de Polaróides Urbanas, lançado pela Buena Vista International em 2008. O longa é baseado na Venecia, do argentino Jorge Accame e foi filmado no Uruguai e na Itália.

Para Falabella, ter Carmen Maura no elenco foi a realização de um sonho, assim como trabalhar com Dira Paes, com quem nunca havia trabalhado antes e para quem escreveu a personagem Rita desde que adaptou a peça para o teatro em 2003. Para o diretor, ele teve em suas mãos um “elenco matador” nas mãos para levar seu texto às telas.

A transição entre cinema e tv é bastante comum no audiovisual brasileiro, mas fora do país sempre houve um muro que dividia os artistas das duas mídias, e eram poucos os momentos em que um ator ou uma atriz da tv conseguia realmente virar uma estrela do cinema. Bruce Willis e George Clooney são exemplos das poucas exceções que aconteceram antes que o muro fosse derrubado, na virada do século, quando a tv começou a apresentar projetos cada vez mais complexos e interessantes.

No Brasil, esse muro não precisou cair: nossos artistas sempre navegaram bem as duas vias, construindo um saudável equilíbrio entre as mídias. Desde a retomada do cinema, muitos diretores de tv também se aventuraram na sétima arte, criando comédias de grande sucesso como Sexo, Amor e Traição (Fox), dirigida por Jorge Fernando, épicos como Olga (Europa Filmes) dirigido por Jayme Monjardim, e filmes intimistas e impactantes como Lavoura Arcaica (Europa Filmes), dirigido por Luiz Fernando Carvalho, isso sem contar a alta rotatividade de produções de Daniel Filho, diretor de Chico Xavier (Sony Pictures & Downtown Filmes), Boca de Ouro (Imagem Filmes & Elo Company) e dos dois recordistas de bilheteria Se Eu Fosse Você e Se Eu Fosse Você 2 (Fox).

O encontro entre as duas formas de arte ainda gerou dois movimentos fortes dentro do nosso audiovisual: o primeiro foi a transição não apenas dos artistas, mas das próprias obras da pequena para a grande tela, e vice-versa. O Auto da Compadecida (Sony Pictures), primeiro uma microsérie e depois um longa de sucesso inspirou outras obras a fazerem a transição, como as séries Os Normais, que gerou dois longas lançados pela Europa Filmes, e Se Eu Fosse Você, que virou uma série com duas temporadas no Canal Fox. O segundo movimento, que apareceu com força na última década, foram os filmes inspirados em personagens da tv brasileira, que geraram longas como Crô: O Filme (Paris Filmes), Giovanni Improtta (Sony Pictures) e O Bem-Amado (Buena Vista International).

Com a volta dos cinemas após um ano fechados, o cinema brasileiro tem muitos novos títulos para estrear, com uma seleção pronta para agradar a todos os gostos.

Leandro Matos: Formado em Cinema e em Roteiro pela Estácio de Sá, com cursos de roteiro na Columbia University, na Escola de Cinema Darcy Ribeiro e com Robert McKee, é roteirista dos longas-metragens Amor.com, Divã a 2 e Minha Família Perfeita. Estreou na tv escrevendo para o seriado Cilada, criou as séries Os Figuras e De Cabelo em Pé e participou de diversas outras séries como Samantha!, A História Bêbada e Se Eu Fosse Você – A Série. Fora de roteiro, trabalhou no Festival do Rio por 11 anos na equipe de Eventos Sociais e no Show Búzios como coordenador de Receptivo e Hospedagem. Atualmente mora em Toronto, onde escreve seu primeiro longa para o mercado canadense, além de projetos para a Imagem Filmes e Disney Plus.

 

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