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14 Junho 2021 | Renata Vomero

Hong Kong cria medida que dá abertura à censura de filmes no território

Novas regras se aproximam das adotadas pela censura chinesa

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Cena do documentário "Do Not Split", que retrata manifestações pró-democracia em Hong Kong (Foto: Divulgação)

Nesta sexta-feira, Hong Kong emitiu comunicado informando sobre novas emendas referentes às regras de classificação de seus filmes. Agora, os censores do território poderão vetar produções com base em critérios semelhantes à censura chinesa, instaurada em Pequim, que ainda encontrava resistência em Hong Kong.

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Antes, os censores apenas classificavam os filmes dentro dos critérios tradicionais, orientando para o melhor público de acordo com o conteúdo de acordo com idade. No entanto, agora, os responsáveis por isso deverão analisar se os filmes podem ser ameaça à segurança nacional.

"Quando analisa o filme em seu conjunto e seu impacto nos espectadores, o censor deve levar em conta sua obrigação de prevenir e impedir qualquer ato, ou atividade, que possa constituir uma ameaça para a segurança nacional", afirma a nova diretriz, que já está em vigor, e que também imputa ao censor a tarefa de "salvaguardar a soberania, a unificação e a integridade territorial da República Popular da China".

O texto está sendo recebido com espanto pela indústria mundial, tendo em vista o quanto Hong Kong sempre se estabeleceu como uma força liberal e criativa na Ásia, sendo uma das potências para a indústria cinematográfica na região.

A nova medida é mais um reforço a instabilidade política que se instaurou na região a partir de 2019, com grupos se manifestando à favor da democracia, ameaçada no território por conta do domínio chinês. Em junho passado, uma nova lei semelhante tratou de impedir manifestações e a liberdade da imprensa e de grupos ativistas.

Em março deste ano, o documentário Inside the Red Brick Wall foi suspenso dos cinemas, ele trazia uma mensagem de protesto com relação à política na região. O mesmo aconteceu com Where the Wind Blows, uma coprodução de grande orçamento de Hong Kong.  

Em abril, uma rede local de televisão anunciou que não transmitiria a cerimônia do Oscar. A iniciativa foi a mesma adotada pelas redes chinesas, por ordem de Pequim, já que o curta Do Not Split, estava entre os indicados e narrava justamente os protestos pró-democracia em Hong Kong.

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