31 Maio 2021 | Carol Ballan
Cruella: Disney segue seu projeto de humanização de vilãs clássicas
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Por Carol Ballan
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Com o lançamento de “Cruella” em vinte e sete de maio nos cinemas e plataformas digitais, o estúdio Disney lança seu terceiro longa-metragem live action focado em vilãs clássicas, após “Malévola” . É também parte do projeto do estúdio de revitalizar algumas de suas obras através de novas técnicas e abordagens, algo que já conseguiu através de “Aladdin” (2019), “O Rei Leão” (2019), “A Bela e A Fera” (2017) e “Mogli: o Menino Lobo” (2016), todos disponíveis na plataforma Disney+.
O filme foca no passado de Cruella, mostrando como ela passou de uma jovem buscando seu espaço no mundo da moda londrino dos anos 1970 para a já conhecida vilã, principalmente através de sua relação com a Baronesa, uma mentora desafiadora que acaba aflorando sua rebeldia. Curiosamente, Cruella já foi interpretada por Glenn Close na adaptação de 1996 “101 Dálmatas - O filme”, também do estúdio Disney - atriz esta que foi indicada oito vezes ao Oscar nas categorias de melhor atuação. Com a chegada do novo longa, Close chegou a afirmar em entrevistas que adoraria reviver a vilã e revelou que todas as roupas usadas no filme estão guardadas consigo, algo que foi negociado em seu contrato.
Neste contexto, é interessante que Emma Stone seja a escolhida para interpretar a vilã, dado que a mesma já possui seu Oscar pela atuação em “Lalaland: Cantando Estações”, disponível online no Telecine Play, Google Play, Apple TV e Looke. A atriz não negou o nervosismo por representar um papel icônico já interpretado por uma colega que ela admira. Com Emma Thompson no papel de Baronesa, o elenco se torna ainda mais estrelado, com outra indicada quatro vezes ao Oscar, levando a estatueta pela atuação em “Retorno a Howard’s End”, e podem-se esperar excelentes cenas provenientes do embate entre as duas personalidades, rivais na narrativa.
A direção fica a cargo do australiano Craig Gillespie, sendo este o seu oitavo longa-metragem. Sua carreira se iniciou em 2007, ano no qual ele deixa a publicidade para o cargo de diretor da comédia “Em Pé de Guerra”, que acaba tendo o diretor alterado para refilmagens após uma recepção morna nas primeiras exibições. Ele volta para seu projeto “A Garota Ideal”, uma comédia dramática sobre um homem que se apaixona por uma boneca inflável e consegue filmá-lo, tendo boa recepção da crítica, com diversas premiações e uma indicação ao Oscar por melhor roteiro original. O longa está atualmente disponível na Amazon Prime Video.
Depois de um período com produções menos expressivas e o trabalho na televisão com a série “O Mundo de Tara”, foi seu filme “Eu, Tonya” que o colocou novamente sob holofotes, com três indicações e uma vitória no Oscar de 2018. O filme que conta com Margot Robbie no papel principal, narra a história da patinadora de gelo Tonya Harding, que ficou famosa nas Olimpíadas de 1994 quando seu ex-marido tentou incapacitar sua principal adversária para garantir sua vitória; o filme está disponível para compra pela Apple TV. O tom de humor ácido volta com uma forte presença, o que acaba sendo uma marca do diretor e, pelos trailers de Cruella, vemos que transbordará neste novo trabalho.
Eu “Eu, Tonya” há uma exploração sobre as origens da personagem, e principalmente sobre sua relação com a mãe, algo pouco usual. É interessante perceber o paralelo que se forma em relação a Cruella, cuja história também está sendo abordada sob um novo ponto de vista e trazendo uma figura feminina como mentora (Baronesa), criando um elo narrativo entre as duas anti-heroínas. Somando isto ao visual punk londrino dos anos 1980 e à estética já formada através dos filmes anteriores com a vilã nos quais foram ostentados visuais icônicos, fica a promessa de um deleite narrativo e visual.
O longa, considerado o “mais sombrio da Disney até agora”, e que também marca a volta aos cinemas do estúdio. Além de ser lançado nas salas, também está disponível através do Disney+ com a aquisição do Premier Access, com a adição de R$69,90 à mensalidade.
Carol Ballan: Formada em Economia pela USP, Direção Cinematográfica e Crítica de Cinema pela Academia Internacional de Cinema e atualmente pós-graduanda em Cinema pela Belas Artes-SP, dedica seu tempo à escrita em seu site e através do coletivo 3locadas. Também faz parte do grupo Mulheres do Terror e trabalhou no departamento de arte de diversos curta-metragens.
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