24 Maio 2021 | Renata Vomero
CinemaCon confirma edição presencial em agosto e se depara com um novo mercado
Convenção será realizada entre 23 e 26 de agosto em Las Vegas
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Depois de dois anos sem ser realizada, a CinemaCon agora está confirmada para acontecer em formato presencial no tradicional Caesars Palace, em Las Vegas, entre os dias 23 e 26 de agosto.
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Em comunicado enviado aos membros da ICTA, Robert Sunshine, da Film Expo, confirmou a informação, segundo ele dada por Mitch Neuhauser, diretor administrativo da CinemaCon. Organizado há mais de dez anos pela NATO, esta edição do evento, que deve justamente comemorar essa década de existência, já conta com mais de 238 estandes reservados.
O evento é tradicional por reunir os executivos do mercado de cinema do mundo todo, apresentando a eles as tecnologias mais inovadoras do setor de exibição, junto a importantes panoramas do mercado e os line-ups das principais distribuidoras.
É interessante, no entanto, prestar atenção a algo que vem chamando atenção da imprensa especializada dos Estados Unidos. A CinemaCon sempre foi evento central do mercado de cinema em si, porém, sua última edição aconteceu em 2019 e de lá para cá a indústria se transformou.
Antes, a ideia do cinema como único espaço de lançamento de um filme era quase óbvia. Atualmente, se tornou uma das opções de janela, janela esta que já praticamente disse adeus ao período de 90 dias até ver as produções chegarem no digital.
Uma análise da IndieWire ressaltou o quanto este tipo de evento, e tendo como base o encontro com jornalistas que aconteceu na semana passada como parte da campanha The Big Screen Is Back, soa um pouco fora do tempo já. Os jornalistas usaram a palavra “anacrônico”.
Se por um lado a indústria não vê a hora de poder se reunir para debater as novidades que cercam o segmento, também existe aí um grande desafio de entender mais sobre esse mercado, e criar um espaço que estes mesmos executivos possam entender as mudanças, entender a nova dinâmica do setor e visualizar todas as portas e janelas que se abriram nestes dois anos.
Um evento que emule o de 2019, talvez já nasça desatualizado. Não é deixar de lado as novidades de projeção, telas, poltronas e áudios, jamais. Isso é o que ajuda, tecnicamente, a fazer do cinema, o cinema. Muito menos deixar de celebrar a insubstituível experiência de ir ao cinema, que deve ser mais do que nunca exaltada. Mas também abraçando os novos players que já se sentaram a mesa e estão se fartando com o banquete. O mercado não continua de onde parou em março de 2020.
Ainda é momento de celebrar a possibilidade de reunião da indústria, sabendo que ela volta a se movimentar agora como deveria, de forma justa e sem preocupações de saúde ou sanitárias. É um dos momentos de maior expectativa para o mundo do entretenimento. Com a CinemaCon, se confirmam Cannes, Festival de Veneza, Sundance, Berlim e até a Expocine, que ganha novo espaço neste ano e vem cada vez mais trabalhando para integrar todos os elos do mercado.
É momento de celebrar, se preparar para a retomada, mas também se reunir para compreender e abraçar o que veio de novo.
Aqui estão algumas das mudanças que aconteceram no mercado desde a última CinemaCon, em abril de 2019, trazidas pelo Indie Wire:
Lançamento de Disney+, Apple+, HBO Max, Paramount +, Peacock, Discovery + e muito mais.
A janela de 90 dias está praticamente extinta, dando agora lugar para negociações caso a caso e uma janela de 45 dias.
A Disney concluiu a aquisição da Fox.
A Disney também criou uma nova divisão, o grupo de Distribuição de Mídia e Entretenimento, um departamento centralizado que toma todas as decisões de distribuição com o objetivo de satisfazer a Disney+ e o Hulu.
A Disney + atualmente disponibiliza alguns de seus filmes no streaming com pagamento premium e assinatura no dia do lançamento nos cinemas; este ano, a HBO Max disponibiliza todos os seus filmes aos assinantes com lançamento simultâneo.
Esta semana, a AT&T abriu mão da WarnerMedia para uma divisão e fusão que colocou a Discovery no comando, enquanto a Amazon supostamente cogitou uma compra de US$ 9 bilhões da MGM.
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