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05 Maio 2021 | Renata Vomero

Maior nome do cinema nacional, Paulo Gustavo deixa legado da importância do riso e do afeto

Artista faleceu na noite de ontem (4) devido a complicações da Covid-19

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(Foto: Divulgação)

Faleceu ontem (4) o ator e humorista Paulo Gustavo, 42 anos, devido a complicações da Covid-19. Um pouco antes da pandemia fechar os cinemas do país, seu último filme Minha Mãe é Uma Peça 3 (Downtown/Paris) se consolidou como maior bilheteria de um filme nacional, com R$182 milhões, e filme mais visto também, com 11,6 milhões de público.

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Para além dos números, Paulo Gustavo se consagrou como um fenômeno dos cinemas. O artista foi responsável por levar com sua personagem Dona Hermínia - uma homenagem à sua própria mãe -  mais de 25 milhões de pessoas aos cinemas, somando os valores dos três títulos.

A franquia Minha Mãe é Uma Peça fez uma ode à família, às diferenças, ao amor e ao afeto. Foi com o riso que Paulo Gustavo conquistou o Brasil e levou a ele temas tão importantes. O público retribuiu à altura, os números não mentem, muito menos a comoção nacional desde as primeiras informações de sua internação por Covid-19, em 13 de março.

Ontem, na notícia de seu falecimento, relembrei imediatamente a reportagem que escrevi em 14 de fevereiro de 2020, quando seu filme chegava à marca dos mais de 6 milhões de público, com poucas semanas em cartaz. Era um fenômeno consolidado, capaz de fazer sombra às grandes sagas do cinema de Hollywood, evidenciando o tamanho do cinema nacional e dos nossos talentos.

Um mês antes dos cinemas fecharem no Brasil, Paulo Gustavo entrava para a história e não deveria parar por ali. É simbólico que Minha Mãe é Uma Peça 3 tenha sido o último filme que muitos brasileiros tiveram a oportunidade de assistir nas telonas, antes de sermos assolados pela doença que levaria embora seu realizador.

É simbólico também que sua partida aconteça às vésperas do Dia das Mães, uma figura familiar que ele elevou ao maior status no Brasil, adotando a nós todos, hoje um tanto órfãos de Dona Hermínia.

Paulo Gustavo nos fez olhar com carinho para aqueles que estão ao nosso lado, nossas mães, nossos pais, nossos amores. Foi com ele que compartilhamos tantos momentos junto dessas pessoas queridas, compartilhamos risos, choros e reconhecimento. Tudo isso diante de uma tela gigante, comandada pela figura ainda mais gigante de Paulo Gustavo.

Trago aqui o parágrafo que encerrei a análise, aquela escrita no início de 2020. Nele, eu trouxe a esperança de ver a dona Hermínia se tornar uma senhora idosa diante de nossos olhos. Algo que não teremos a oportunidade de ver, mas, agora, ela se torna eterna, assim como seu criador.

“Desta maneira não é difícil imaginar a possibilidade de vermos Dona Hermínia como uma senhora idosa nas telonas, já que a franquia com público acumulado de mais de 20 milhões de pessoas tem tudo para ter uma vida longa nos cinemas. ‘Atribuímos isso ao enorme talento do Paulo Gustavo e depois pela identificação que o grande público tem com o tema. Sobre expectativa, o céu é o limite’, finaliza Bruno Wainer, diretor da Downtown Filmes”

O Portal Exibidor lamenta o falecimento de Paulo Gustavo e deseja força e acolhimento à sua família e amigos.

 

CONFIRA A ANÁLISE PUBLICADA EM 14 DE FEVEREIRO DE 2020

 

“Minha Mãe é Uma Peça 3” se consagra como fenômeno do cinema nacional

Franquia de Paulo Gustavo já tem público acumulado de 20 milhões de pessoas até o momento

O assunto é um só: Minha Mãe é Uma Peça 3 (Downtown/Paris). A comédia entrou no cinema o dia 26 de dezembro agora e, de cara, arrecadou o suficiente para tirar Star Wars: A Ascensão Skywalker (Disney) do topo da bilheteria do Brasil, com 1,8 milhão de ingressos vendidos e faturamento de R$31 milhões.

Em sua segunda semana em cartaz, o longa fez público acumulado de mais de 4 milhões e renda de R$70,3 milhões. Então, o filme passou a competir de igual para igual com Frozen 2 (Disney), que estreou no dia 2 de janeiro no Brasil e já se consolidou como a maior animação da história por sua arrecadação global. A animação da Disney teve público de 2,1 milhões e renda de R$35 milhões. Já a comédia nacional contou com audiência de 1,6 milhão de pessoas e arrecadação de R$28 milhões.  Os dois também são os filmes com a maior presença no circuito exibidor, com Frozen 2 estando em 94,2% dos cinemas e Minha Mãe é Uma Peça 3 em 89,9%.

Entrando em sua terceira semana, o filme liderou a bilheteria na quinta-feira (9), levando 284,5 mil pessoas aos cinemas e faturando R$4,6 milhões. Frozen 2, que vem logo em seguida, vendeu 266,8 mil ingressos e arrecadou R$4,4 milhões. O que deu indícios do que aconteceria no fim de semana: liderança. Foram 1,2 milhão de pessoas conferindo a sequência da história de Dona Hermínia e seus filhos, que passou a contar com um acumulado de 6,8 milhões de ingressos vendidos.

Com todos esses números, Minha Mãe é Uma Peça 3  também ganha potencial para se tornar o filme de maior sucesso da franquia –  criada pelo comediante Paulo Gustavo, quem dá vida à protagonista Dona Hermínia – , já tendo superado a frequência do primeiro longa, Minha Mãe É Uma Peça, que vendeu 4,6 milhões de ingressos em 2013 e ficou onze semanas nos cinemas. Em termos comparativos, o segundo filme da franquia, lançado em 2016, vendeu 9,3 milhões de ingressos nas 13 semanas que ficou em cartaz.  Ou seja, em três semanas nos cinemas o filme parece ter forças para se aproximar deste valor, devendo ainda ter uma longa carreira pela frente.

“Claro que surpreendeu! Esperávamos um bom resultado, mas o que acontece está na categoria de fenômeno”, comentou Bruno Wainer, diretor da Downtown Filmes. A distribuidora, inclusive, já espera uma expansão natural da comédia nos cinemas, dado todo o seu sucesso e se apoia agora no boca a boca para continuar levando público ao cinema.

O filme se compara a outros fenômenos nacionais, como foi o caso de Tropa de Elite 2 (Zazen Produções), de 2010, que vendeu 11,1 milhões de ingressos e é o maior filme brasileiro em termos de público – com exceção de Nada a Perder (Downtown/Paris) e Os Dez Mandamentos – O Filme (Downtown/Paris). Mas esse sucesso também é comparado aos blockbusters das majors de Hollywood. Por exemplo, Os Vingadores (Disney), lançado em 2012, vendeu 10 milhões de ingressos no Brasil, seu sucessor de 2015, Vingadores: Era de Ultron (Disney) teve público de 10,1 milhões de pessoas. Já Liga da Justiça (Warner), de 2017, foi responsável por levar 8,6 milhões de pessoas aos cinemas no Brasil.

Desta maneira não é difícil imaginar a possibilidade de vermos Dona Hermínia como uma senhora idosa nas telonas, já que a franquia com público acumulado de mais de 20 milhões de pessoas tem tudo para ter uma vida longa nos cinemas. “Atribuímos isso ao enorme talento do Paulo Gustavo e depois pela identificação que o grande público tem com o tema. Sobre expectativa, o céu é o limite”, finaliza Wainer.

 

 

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