27 Abril 2021 | Renata Vomero
Telecine divulga material sobre panorama do cinema e consumo audiovisual no Brasil
Conteúdo foi disponibilizado em primeira mão ao Portal Exibidor
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Em 2020, o cinema celebrou 125 anos de existência, por coincidência, em um dos períodos em que o mercado encontrou algumas de suas maiores dificuldades e transformações. Com cinemas fechados e grandes títulos engargalados, a experiência de consumo de cinema dentro de casa se intensificou, com o crescimento do streaming, abrindo mais um capítulo na história da indústria.
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Neste período, o Telecine criou toda uma programação especial em seus canais e streaming para homenagear a trajetória do cinema, além disso, incluindo também conteúdos próprios em seu canal no YouTube. Consolidando esse período de celebração à sétima arte, a empresa preparou um material inédito que traça todo o panorama do cinema nesses 125 anos, em paralelo a um estudo da relação do brasileiro com o audiovisual e seus hábitos de consumo durante todos estes anos.
Um dos destaques do material 125 Anos de Cinema, Uma Viagem no Tempo está o resultado do estudo Cinema é nosso mundo, que aponta que entre todos os conteúdos disponíveis no meio digital, os filmes ainda são os preferidos dos brasileiros, 63% deles têm a sétima arte como preferência, 10% a mais do que séries, o segundo maior favorito.
“Com o marco dos 125 anos das primeiras sessões promovidas pelos irmãos Lumière, celebramos a sétima arte com este material que é um documento histórico e comportamental sobre os fãs de cinema, em especial, claro, no Brasil. Para isso, o Coletivo Tsuru foi um parceiro fundamental para nos auxiliar na organização de todo o material de análises e cenários que investigamos ao longo de uma década de pesquisas dedicadas ao cinema. Agora, publicado na Plataforma Gente, o mergulho na história, nos hábitos e nos perfis do cinema e dos cinéfilos estará disponível para todos os apaixonados por esta magia”, explicou Daniela Evelyn, Coordenadora de Consumer Insights do Telecine.
A análise enaltece a experiência de cinema, ainda única para os consumidores e janela mais importante de lançamento. No entanto, com a facilidade de acesso à internet, dada a expansão da banda larga e do 4G, a televisão Smart TV vem sendo apontada com o maior meio de consumo de filmes em casa, ao menos para 43% dos entrevistados, em 2018, pela Box 1824 e Provokers. 98% do consumo de conteúdo em casa é realizado pela televisão, seja ela Smart ou não.
Outro apontamento interessante é de que algumas partes dos rituais do cinema estão sendo mantidos mesmo dentro de casa, como a reunião familiar, o consumo de pipoca e o momento de parar tudo para assistir a um filme. Para as pessoas entrevistadas, cinemas é: fuga da realidade, conexão com a história, início-meio-fim, tempo livro em conjunto e concentra e relaxa. Outro benefício apontado também foi o de ajudar a compreender melhor o contexto que estamos inseridos.
“Este estudo nos ajuda a conhecer mais profundamente a história, identificar os impactos do contexto e as peculiaridades que as indústrias audiovisuais nacional e global encontram no Brasil. E mergulhando neste material histórico compreendemos a importância de promovermos cada vez mais o acesso aos filmes. Se as produções são capazes de entreter, provocar conexões, reflexões e outras emoções fundamentais para a vida em comunidade, em coletividade, especialmente no Brasil, ampliar o alcance das histórias que o cinema narra é urgente. É claro que o mercado já mudou muito e que as telas contribuíram bastante para a ampliação do acesso, mas ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito a democratização do conteúdo. E considerando o nosso país e as suas características, a coexistência entre meios e telas, a complementariedade é a chave para incluir as diferentes camadas da audiência brasileira e aumentar o alcance das produções”, ressaltou a executiva.
Além disso, 81% das pessoas preferem assistir a filmes acompanhados, principalmente de seus companheiros. Para eles, o cinema é uma forma de aproximar pessoas, gerar assunto e afinidades.
Os que preferem assistir aos conteúdos pelo notebook ou celular, já prezam mais pela experiência individual, que dá mais privacidade ao espectador. Privacidade ainda maior quando o conteúdo é visualizado pelo smartphone. Sem contar o maior poder de escolha do que assistir nestes equipamentos.
“O brasileiro é apaixonado por histórias - especialmente por aquelas que fazem rir, que emocionam, que representam e que relaxam. E, claro, as produções inspiradas em histórias reais também encantam e inspiram. Não por acaso, aqui no Telecine, seja nos canais lineares ou na nossa plataforma de streaming, os gêneros campeões de audiência e de plays são comédia, ação e os filmes baseados em histórias reais. Esses gêneros sempre geraram boas audiências e, não por acaso, o Minha Mãe É Uma Peça 3 se tornou a maior bilheteria do cinema nacional e é sempre um sucesso quando exibido nos canais Telecine, ou se pensarmos em número de plays no filme no nosso serviço de streaming, por exemplo”, concluiu Daniela.
O estudo intitulado 125 Anos de Cinema, Uma Viagem no Tempo, está disponível na Plataforma Gente e pode ser acessado pelo link: https://gente.globo.com/125-anos-de-cinema-uma-viagem-no-tempo/
Confira a entrevista da executiva na íntegra:
Como foi pensado todo o desenvolvimento deste estudo?
O Telecine investe continuamente em pesquisas. Nosso objetivo é, para além de conhecer, nos conectar profundamente com o consumidor e entender como o comportamento dele se transforma à medida que a indústria do audiovisual se expande. Não por acaso somos líderes, Top of Mind, em cinema no Brasil. Com o marco dos 125 anos das primeiras sessões promovidas pelos irmãos Lumière, celebramos a sétima arte com este material que é um documento histórico e comportamental sobre os fãs de cinema, em especial, claro, no Brasil. Para isso, o Coletivo Tsuru foi um parceiro fundamental para nos auxiliar na organização de todo o material de análises e cenários que investigamos ao longo de uma década de pesquisas dedicadas ao cinema. Agora, publicado na Plataforma Gente, o mergulho na história, nos hábitos e nos perfis do cinema e dos cinéfilos estará disponível para todos os apaixonados por esta magia.
Para vocês, quais são as principais conclusões e resposta que toda essa análise resultou?
O cinema é uma experiência coletiva única e, por isso mesmo, apesar da pluralidade de telas hoje existentes, incomparável. No nosso país, pelas características geográficas e socioeconômicas, o desafio de levar a magia do cinema se transforma em um desafio continental, que vai além do formato. Por isso que, mais do que buscar conclusões ou respostas, este estudo nos ajuda a conhecer mais profundamente a história, identificar os impactos do contexto e as peculiaridades que as indústrias audiovisuais nacional e global encontram no Brasil. E mergulhando neste material histórico compreendemos a importância de promovermos cada vez mais o acesso aos filmes. Se as produções são capazes de entreter, provocar conexões, reflexões e outras emoções fundamentais para a vida em comunidade, em coletividade, especialmente no Brasil, ampliar o alcance das histórias que o cinema narra é urgente. É claro que o mercado já mudou muito e que as telas contribuíram bastante para a ampliação do acesso, mas ainda temos um longo caminho a percorrer no que diz respeito a democratização do conteúdo. E considerando o nosso país e as suas características, a coexistência entre meios e telas, a complementariedade, é a chave para incluir as diferentes camadas da audiência brasileira e aumentar o alcance das produções.
De acordo com estes dados, qual é o papel dos filmes na vida dos brasileiros?
O que mais percebemos ao longo dos anos, se fosse para resumir é uma palavra, seria união. O filme conecta pessoas, histórias, emoções, gera lembranças e afeto. E até quando a pessoa assiste a um filme sozinha, a conexão é com ela mesma. Os brasileiros falam muito sobre como assistir a um filme faz com que eles fujam da realidade, esqueçam da rotina e dos problemas. Também é importante para ampliar o conhecimento, a visão de mundo e ressignificar questões importantes para cada um. Um filme faz refletir. Uma frase curiosa que surge muito nas pesquisas é que o filme concentra e relaxa.
Quais são as particularidades do brasileiro no consumo do audiovisual?
O brasileiro é apaixonado por histórias - especialmente por aquelas que fazem rir, que emocionam, que representam e que relaxam. E, claro, as produções inspiradas em histórias reais também encantam e inspiram. Não por acaso, aqui no Telecine, seja nos canais lineares ou na nossa plataforma de streaming, os gêneros campeões de audiência e de plays são comédia, ação e os filmes baseados em histórias reais. Esses gêneros sempre geraram boas audiências e, não por acaso, o Minha Mãe É Uma Peça 3 se tornou a maior bilheteria do cinema nacional e é sempre um sucesso quando exibido nos canais Telecine, ou se pensarmos em número de plays no filme no nosso serviço de streaming, por exemplo. É claro que o estudo 125 anos de Cinema é um material mais amplo, que vai além do Telecine, mas aqui cabe ressaltar uma especificidade da relação do público com o nosso hub de cinema que diz muito sobre o hábito de consumo de filmes no nosso país. É que mesmo diante de tanta oferta para entreter o consumidor, o Telecine segue como Top of Mind, referência em filmes. Já no que diz respeito aos canais lineares, por exemplo, registramos em março de 2020, a maior audiência da história do Telecine justamente com uma exibição de um grande sucesso de ação: “Velozes e Furiosos: Hobbs e Shaw”. As audiências no streaming e nos canais lineares reiteram a força e a presença do Telecine no imaginário do brasileiro, especialmente no contexto em que o modelo de consumo de conteúdos de entretenimento está pulverizado em multiplataformas. Mais do que isso: os números e os exemplos endossam a força do hábito de consumo de entretenimento e audiovisual no Brasil e das histórias que os brasileiros amam, além dos caminhos para os negócios coexistirem e se integrarem.
Como enxergam o futuro do consumo de entretenimento no Brasil?
O entretenimento está – e estará cada vez mais - inserido na rotina das pessoas, especialmente à medida que o acesso à internet se tornar mais democrático. E este entretenimento ganhará cada vez mais força como ferramenta de impacto social. Nos últimos tempos, não por acaso, os conteúdos audiovisuais, de uma forma geral, estão abordando cada vez mais pautas urgentes para a sociedade. Aliás, ao mergulharmos no estudo 125 anos de Cinema temos visibilidade da força dos filmes neste papel de provocação e mobilização - desde a origem da sétima arte. O cinema sempre fez este papel, trazendo à tona tabus e assuntos polêmicos, além de um olhar para o futuro e para a inovação. A ampliação de telas fez com que ainda mais temas entrassem em pauta. Assim, com a multiplicação das plataformas e a democratização do acesso, a natureza do conteúdo será mais determinante ainda para o consumo. Em um universo com tantas opções, aquela história que for capaz de conectar, representar e, especialmente, emocionar o público, será a que despertará interesse, audiência e engajamento.
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