13 Abril 2021 | Renata Vomero
Estudo aponta queda no protagonismo feminino em 2020
Apenas 29% dos cem filmes de melhor bilheteria do ano tiveram mulheres no papel principal
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Segundo o relatório “It’s a Man’s (Celluloid) World”, houve queda no protagonismo feminino em 2020. Os dados mostram que apenas 29% dos cem filmes de melhor bilheteria do ano contaram com mulheres no papel principal.
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Este é o menor valor desde 2017, quando houve 24% de protagonismo feminino. Em 2019, melhor ano até o momento, houve 40% dos melhores filmes contando com mulheres no papel principal.
A avaliação é feita anualmente pelo Centro para o Estudo das Mulheres na Televisão e no Cinema da Universidade Estadual de San Diego. Inclusive, é o mesmo centro que avaliou que, em 2020, entre também os cem melhores filmes do ano, houve crescimento no número de diretoras mulheres.
Tudo isso torna a discussão ainda mais complexa, evidenciando que ainda há um caminho mais longo para contemplarmos a representatividade feminina como um todo nas telonas. Mesmo o número de diretoras crescendo, ainda há maioria masculina e o domínio desta visão nos cinemas.
Houve um aprofundamento do estudo nesta questão. Cerca de 60% dos filmes dirigidos ou escritos por mulheres contam com protagonistas femininas. No sentido oposto, elas são o papel principal em apenas 17% dos filmes dirigidos ou escritos por homens.
Existe um abismo ainda maior quando se faz um recorte étnico, racial e também por idade. Dos títulos protagonizados por mulheres, 71% delas eram brancas, um crescimento de 3% com relação a 2019; 17% eram negras, 6% eram latinas e também 6% eram asiáticas.
Em termos de idade, um peso e um dilema sério ainda enfrentado por Hollywood, mostra-se que as personagens costumam ser mais jovens que seus pares masculinos. A maioria das protagonistas estão entre os 20 e 30 anos, 24% e 29% respectivamente. Já os homens em papeis principais estão entre os 30 (31%) e 40 anos (28%).
A situação fica ainda pior quando é analisado o protagonismo na faixa dos 40 anos ou mais, 52% eram homens, enquanto apenas 32% eram mulheres.
“Vemos um punhado de atrizes maduras e presumimos que o preconceito de idade diminuiu em Hollywood. Mas, a menos que seu sobrenome seja Streep ou McDormand, é provável que você não esteja trabalhando muito no cinema. A tendência de apresentar personagens femininas mais jovens em filmes enfatiza o valor de sua juventude e aparência em detrimento de permitir que as mulheres envelheçam em posições de poder pessoal e profissional”, afirmou Martha Lauzen, criadora e diretora do estudo.
A diferença de idade entre homens e mulheres não se repete, no entanto, quando o recorte é étnico e racial. Enquanto 71% das protagonistas femininas eram brancas, 73% dos homens também o eram. Apenas 16% eram homens negros, 6% eram latinos e 4% eram asiáticos. Isso denota outra complexidade e urgência em retratar as minorias nas telonas.
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