09 Abril 2021 | Renata Vomero

França estuda encurtamento de janela para plataformas que investirem em produção local

Medida poderá entrar em vigor a partir de 1 de julho

As principais entidades representantes do setor cinematográfico da França apresentaram uma proposta ao governo francês para regulação das plataformas de streaming e, além disso, estimular o investimento à produção local.

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A proposta em questão prevê o encurtamento das janelas de exibição, tão rígidos no país, para os serviços que investirem nas produções nacionais. O acordo seria de disponibilizar os títulos depois de seis meses nas TV Pagas e streamings que investirem 75% de sua receita no país em filmes franceses que chegarão aos cinemas. Para outros tipos de investimento, a janela pode ser encurtada em 12 meses ou 18 meses. Até antes da pandemia, a janela para estes tipos de lançamentos era de 36 meses, três anos.

A medida deverá ser debatida pelas autoridades francesas, podendo entrar em vigor a partir do dia 1 de julho. Para isso, os serviços precisariam também ser mais transparentes quanto ao seu número de assinantes e de acessos das produções francesas, podendo fornecer, assim, um quadro mais claro do faturamento no país.

Se aprovada, a proposta será revolucionária tanto para a França, sempre tão protecionista com sua janela de cinema, tanto para as leis de regulação destas plataformas, ainda tão embrionárias no mundo todo.

A Netflix pode ser uma das grandes beneficiárias dessas mudanças, já que tem investimento alto na região, e tem o público francês como um dos seus principais mercados da Europa. Até o momento, os filmes devem respeitar 36 meses de janela para ficarem disponíveis na plataforma.

No início deste ano, a França assinou uma medida obrigando que todos os serviços de streaming invistam 20% de seu faturamento em filmes ou canais de TV locais. A lei também obrigada que 30% do catálogo destes serviços seja formado por produções francesas.