20 Janeiro 2021 | Fernanda Mendes
"É super-impressionante o que a Disney fez", elogia CEO da Netflix
Em apresentação do balanço do quarto trimestre, Netflix comemora os números e fala sobre a chegada de novos players
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Em sua apresentação sobre o balanço do quarto trimestre de 2020 para os acionistas ontem (19), a Netflix comemorou a marca de 200 milhões de assinantes no mundo todo. Entre os números exorbitantes, a empresa também divulgou a receita anual de US$ 25 bilhões, representando um aumento de 24% em comparação a 2019, e o lucro operacional de US$ 4,6 bilhões, registrando 76% de crescimento.
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Somente no quarto trimestre a média de assinaturas pagas aumentou 23% em comparação ao mesmo período de 2019, enquanto a receita média por assinatura ficou estável.
Os números foram recebidos com otimismo pelo mercado e a Netflix disparou mais de 10% nas transações eletrônicas fora de hora na própria terça-feira (19), depois do fechamento da bolsa de Wall Street. As informações são da AFP.
Entre os assuntos abordados durante a apresentação da empresa, a chegada de novos players concorrentes, como a Disney+, não passou em branco. O CEO Ted Sarandos acredita que a chegada do novo streaming da Disney, que atualmente conta com 86,8 milhões de assinantes, é bastante saudável tanto aos consumidores como ao próprio mercado que se desenvolverá ainda mais pela disputa de conteúdo e qualidade. “É super-impressionante o que a Disney fez. E isso mostra que os espectadores estão interessados e dispostos a pagar mais por mais conteúdo porque estão famintos por ótimas histórias. E a Disney tem ótimas histórias”, disse em seu discurso, segundo informações do Deadline.
Sarandos ainda falou que nessa corrida pelo melhor conteúdo, a Netflix pretende se aprimorar na área de animações voltadas a família, uma especialidade da Disney. “Estamos muito entusiasmados em alcançá-los em animações voltadas à família - talvez eventualmente ultrapassá-los...veremos, há um longo caminho a percorrer apenas para alcançá-los - e manter nossa liderança no entretenimento que é algo tão estimulante”.
Na carta oficial ao mercado, a Netflix falou sobre a sua estratégia a partir da chegada de novos players no setor de streaming: “Nossa estratégia é simples: se pudermos continuar a melhorar a plataforma todos os dias para melhor agradar nossos membros, poderemos ser sua primeira escolha para entretenimento em streaming. O ano passado foi uma prova dessa estratégia. O Disney+ teve um primeiro ano massivo (87 milhões de assinantes pagos!) e nós registramos o maior ano de crescimento de assinantes pagos da nossa história”. O discurso da Netflix se refere às 37 milhões de novas assinaturas pagas em 2020.
Em relação a competição por conteúdo, o executivo também falou sobre a época de Natal, quando haviam dois grandes lançamentos de seus concorrentes (Soul no Disney+ e Mulher-Maravilha 1984 no HBO Max) e ainda assim a audiência da plataforma foi bastante satisfatória. Inclusive com um longa brasileiro em destaque no mundo inteiro: Tudo Bem No Natal Que Vem, estrelado por Leandro Hassum, foi assistido por 26 milhões de contas nos primeiros 28 dias de seu lançamento. Outros títulos de destaque foram Amor com Data Marcada com audiência de 68 milhões de assinantes e Crônicas de Natal: Parte Dois contabilizando 61 milhões.
Outro lançamento de sucesso do fim de 2020 foi a série Bridgerton, da criadora de Grey’s Anatomy, Shonda Rhimes, “que eu não acho que você vai ver o mesmo na Disney tão cedo”, brincou Sarandos em referência ao grande contrato que Shonda assinou com a Netflix recentemente, após anos trabalhando para o canal ABC, do qual a Disney é proprietária.
O investimento da plataforma em trazer grandes nomes para produzir seus conteúdos originais tem dado bastante certo. De acordo com o anúncio oficial aos acionistas, entre os 10 programas mais procurados mundialmente no Google em 2020, 9 eram da Netflix.
E o ano de 2021 já começou com um investimento enorme também, já que a Netflix anunciou que lançará um filme original por semana e atualmente está com mais de 500 títulos em pós-produção.
Outra comparação citada pelos acionistas foi em relação a capilaridade da Disney+. Spencer Wang, um investidor, afirmou que 30% da base de assinantes do serviço da Disney vem do Hotstar da Índia, o que é um serviço diferente. Ele enfatizou a maior penetração global da Netflix: 83% dos novos assinantes de 2020 são de fora do continente norte-americano; sendo que 41% desses assinantes são da região da Europa, Oriente Médio e Ásia; e a região Ásia-Pacífico foi a segunda maior região da base desses novos assinantes.
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