15 Janeiro 2021 | Fernanda Mendes
"Sabíamos que estávamos mudando o setor", afirma executivo da Universal sobre encurtamento da janela
Peter Levinsohn, responsável pelo acordo entre a Universal e a AMC, falou em entrevista ao The Hollywood Reporter sobre as tendências do mercado
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Peter Levinsohn, atual vice-presidente e chefe do departamento de distribuição da Universal Filmed Entertainment, concedeu entrevista ao The Hollywood Reporter sobre o atual cenário do mercado de cinema, trazendoi nsights para a questão da flexibilização de janelas, a consolidação do streaming e novos padrões de consumo do espectador.
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Aliás, Levinsohn é o responsável pelo acordo entre a Universal e a rede AMC para que os filmes do estúdio fiquem disponíveis em plataformas PVOD após três semanas de exibição na rede. Após esse acordo, outras redes fecharam a mesma parceria com a distribuidora como Cinemark e Cineplex e, com certeza, vem mais por aí. “Estamos em um diálogo muito, muito positivo com a Regal. Estou totalmente confiante de que alcançaremos uma estrutura mutuamente benéfica assim que eles se abrirem”, contou o executivo na entrevista.
Apesar dessa flexibilização no intervalo entre a exibição do filme nos cinemas e a chegada às plataformas digitais, o vice-presidente da Universal fez questão de esclarecer que a distribuidora valoriza prioritariamente a janela do cinema, descartando a possibilidade a curto prazo de lançarem filmes diretamente na plataforma de streaming da marca, Peacock. “Estamos entusiasmados com a experiência do cinema e com este novo modelo PVOD que colocamos em prática. Acreditamos que isso terá um impacto importante na lucratividade da empresa. Não significa que em algum momento não produziremos filmes para o Peacock ou que não compraremos filmes originais, mas agora nosso foco principal é a experiência do cinema”.
Voltando no assunto do acordo com a AMC e outras redes de cinema, Levinsohn falou que esta medida é um passo para um futuro sustentável para a indústria. “Estamos falando de uma janela de 17 dias para um filme médio, que são três finais de semana completos, que é quando um filme normalmente ganha cerca de 75% de sua bilheteria. Ou para filmes maiores, que chegam a US$ 50 milhões ou mais no primeiro fim de semana, estenderíamos a janela de PVOD para 30 dias, que são cinco finais de semana inteiros”, explicou. O executivo contou que na época do primeiro acordo, a Universal sabia que estava mudando os rumos do setor. “Não se tratava de criar uma estrutura que fosse boa apenas para a Universal. Tratava-se de criar uma estrutura que fosse verdadeiramente sustentável pós-pandemia. Não se tratava de uma solução rápida. Era algo que achamos que fazia sentido para o mercado, fazia sentido para o ecossistema, algo que era sustentável e justo para os dois lados”.
Para finalizar, Levinsohn falou sobre o futuro pós-pandemia para o cinema: “Eu estou otimista. Acredito que haverá algum tipo de consolidação depois da pandemia. Mas estamos esperando que o público volte e que haja bilheteria nos cinemas. Então, obviamente, nesse país pode haver mais cinemas do que precisamos. Mas equilibrará o volume no meio deste processo. Portanto, a questão é fazer com que os cinemas voltem a ser abertos e os filmes voltem ao mercado em um momento em que todos se sintam confortáveis com a experiência”, finalizou.
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