12 Janeiro 2021 | Fernanda Mendes
CADE autoriza acordo entre Universal e Warner; saiba mais!
Parceria envolve o licenciamento de filmes da Universal pela Warner Bros.
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Seguindo a onda de boatos dentro do mercado, mais uma confirmação é oficializada. Desta vez, via CADE (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Segundo o órgão, a Warner Bros, do grupo AT&T, está autorizada – sem restrições - a "licenciar os filmes da Universal" no Brasil. Confira o documento aqui.
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Ainda não há maiores informações sobre este possível acordo e ambas as empresas não declararam nada oficialmente. No documento do CADE, não fica claro como poderá ser a operação, uma joint-venture, joint-operation ou qualquer outro modelo de negócio, muito menos quando isso entrará em vigor.
No entanto, no documento aprovado pelo órgão, consta que todos os filmes que a Universal decidir disponibilizar para exibição cinematográfica no Brasil poderão ser licenciados à Warner, que, por sua vez, será a responsável pelo sublicenciamento dessas obras aos cinemas.
O acordo propõe que a Universal definirá de forma autônoma o plano de lançamento e de marketing de cada um de seus filmes - o que engloba o orçamento total e a estratégia. A execução do lançamento será pela Warner.
A análise do CADE sobre a parceria colocou em xeque o fato de ambas serem concorrentes no mercado de distribuição cinematográfica no país e, além disso, observou que o contrato prevê duração superior a dois anos.
Entre as justificativas para o acordo, as empresas citaram a mitigação de riscos financeiros e redução de impactos negativos da pandemia de Covid-19 na indústria cinematográfica e as prováveis consequências a curto e médio prazo.
Além disso, as empresas apresentam uma jurisprudência para tal parceria, e afirmaram que o modelo do acordo proposto mostra-se bastante costumeiro na indústria, citando exemplos como a joint-operation Warner-Fox e, mais recentemente, a fusão Fox-Disney.
O Cade, por sua vez, entendeu que o fato de a negociação entre distribuidores e exibidores se dar filme a filme, tanto os cinemas como o consumidor final atribuem importância ao filme, independentemente da distribuidora que o comercializa, o que diminui os ricos de uma injusta concorrência.
Outras conclusões expostas pelo órgão para a aprovação do acordo, é de que “o mercado em tela apresenta-se como dinâmico, evidenciado: (i) pela frequente oscilação de participação de mercado no período de 2007 a 2018; pela comprovação de que o sucesso de bilheteria de um ou alguns filmes, de fato, impactam substancialmente o market share em um dado período; (iii) pela a quantidade de distribuidores, Majors ou independentes, que alcançam o ranking das maiores bilheterias no período; e (iv) por casos concretos de contestação dos rivais em caso de tentativa de aumento unilateral de preços por parte do distribuidor líder do mercado”.
Em 2021, tanto Universal como Warner possuem um line-up robusto, com fortes títulos como 007 – Sem Tempo Para Morrer (Universal), Godzilla Vs. Kong (Warner), Velozes & Furiosos 9 (Universal), Minions 2: A Origem do Gru (Universal) e Duna (Warner).
Lembrando que a Warner já anunciou que seus títulos terão lançamento simultâneo tanto nos cinemas como na plataforma HBO Max.
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