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12 Janeiro 2021 | Renata Vomero

"Deadpool" deve quebrar padrão da Marvel e atrair novo público para o estúdio

Franquia está entre as maiores bilheterias para maiores de idade da história

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(Foto: Disney)

Nesta semana, Kevin Feige, presidente da Marvel, anunciou que Deadpool 3 será introduzido no Universo Cinematográfico da Marvel (MCU) e, além disso, confirmou que o filme continuará sendo para maiores de idade (R-Rated nos EUA, para maiores de 17 anos).

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A notícia empolga os fãs que se mostraram preocupados com a franquia do mercenário boca suja e sem pudores quando a Disney comprou a Fox em 2019. Isso porque o conglomerado não costuma produzir filmes com uma classificação indicativa muito restrita. Mas essa preocupação já pode ser deixada de lado com a confirmação de Feige, que também enfatizou que está trabalhando bem próximo de Ryan Reynolds para manter o personagem dentro do que já foi criado.

"O filme será R-Rated. Estamos trabalhando no roteiro agora e Ryan está dando uma olhada nele. Não começaremos as filmagens neste ano. Ryan está muito ocupado, é um ator muito bem-sucedido. Temos várias coisas já anunciadas que precisamos fazer, mas é empolgante ter começado este projeto. É um tipo de personagem muito diferente para o MCU, e Ryan é uma força da natureza. É incrível vê-lo trazer o personagem à vida", declarou o executivo ao Collider. Também já foram confirmadas no fim do ano passado as roteiristas do filme, as irmãs Wendy Molyneux e Lizzie Molyneux-Logelin, responsáveis pela animação adulta Bob's Burgers.

A notícia abre algumas perspectivas importantes de serem analisadas, primeiro que tradicionalmente é mais interessante no âmbito comercial que um filme tenha maior abrangência de público. Inclusive, não é raro os estúdios buscarem ao máximo abaixar a classificação indicativa de um filme. No Brasil, primeiro o Ministério Público classificou Deadpool 2 para maiores de 18 anos, em seguida, reviu a decisão e o filme entrou nos cinemas para 16 anos.

Mas, às vezes, e este é o caso, um filme consegue superar essa barreira comercial e atrair uma audiência diferente, talvez até que não se interessasse pelo filme caso ele fosse voltado para os mais jovens. Deadpool 2, mesmo tendo público mais restrito, abocanhou mais de US$785 milhões de bilheteria. Isso em 2018, o que colocou o filme como a maior arrecadação da história de um longa para maiores de idade, até a estreia de Coringa (Warner), de 2019, que faturou US$1 bilhão. O primeiro Deadpool, de 2016, faturou cerca de US$782 milhões.

Desta forma, se torna obviamente muito interessante manter o filme dentro desse padrão, já que provavelmente atrai públicos diferentes e é uma chance de conquistar mais uma fatia para esse universo bilionário, fatia essa que possivelmente ainda não tinha sido conquistada.

Nesse sentido, será uma grande mudança dentro do MCU, que não lança filmes que ultrapassem a classificação de 13 anos nos EUA e 12 anos no Brasil. Não é segredo nenhum que as produções do estúdio estejam dentro de um formato voltado para a família e que analistas do mercado colocam aí um dos grandes méritos da força e longevidade da Marvel no cinema (e agora no Disney+ também). Afinal, uma criança ou adolescente poderá crescer acompanhando a evolução destes personagens, sem deixar nada de fora.

Ainda sobre os analistas de mercado, também se aponta uma falta de originalidade entre estes títulos que não saem dessa fórmula consolidada, a chamada Fórmula Marvel. Se Coringa foi imprescindível para abrir novos caminhos para a DC nos cinemas e atrair um novo público para esse universo de heróis e vilões, talvez seja com Deadpool 3 que a Marvel encontre também esse novo caminho e um equilíbrio maior entre sua fórmula mais do que bem sucedida e a chance de se aproveitar de seus talentos para conseguir quebrar ainda mais paradigmas no cinema.

Este será um grande momento para o estúdio, mas como confirmou o próprio Kevin Feige, não deve acontecer tão cedo. Fica a expectativa de analistas e fãs sobre como a Disney vai lidar com um personagem tão diferente do que costuma criar. 

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