17 Dezembro 2020 | Fernanda Mendes
Pesquisa revela de 67% das mulheres no audiovisual sofreram assédio no ano passado
Estudo feito pela Comissão de Hollywood abordou 10 mil trabalhadores da indústria
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Em uma pesquisa feita em novembro de 2019 pela Comissão de Hollywood, dados importantes sobre assédio, racismo e abuso no setor audiovisual foram revelados. As informações, divulgadas pela Reuters, mostram que dois terços das mulheres relataram incidentes contínuos de assédio sexual.
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Com 10 mil respondentes, a pesquisa online abrangeu trabalhadores de televisão e cinema, comerciais, teatro, música, transmissão de notícias, agências de talentos, relações públicas e ambientes corporativos.
Entre as respostas, cerca de 67% das mulheres relataram ter passado por assédio de gênero durante os 12 meses anteriores, com 42% das mulheres relatando interesse sexual indesejado. Sobre racismo, menos da metade dos que participaram acredita que Hollywood valoriza origens e pontos de vista diversos.
Em paralelo à pesquisa dos EUA, no Brasil o movimento MeToo, divulgou que mais de 70 mulheres realizaram denúncias de abusos sexuais nos canais virtuais da instituição e pela rede de voluntárias Justiceiras, desde o lançamento do projeto no Brasil, no dia 25 de setembro.
"Trabalhamos para que todas as pessoas, inclusive homens, independente da razão do abuso, busquem os canais de denúncias que disponibilizamos. Somente com informação podemos ajudar a diminuir o número de casos. Muitas vezes, um abusador é, na verdade, um predador, ou seja, não pratica esse tipo de crime apenas uma vez, faz uma série de vítimas", explica Mariana Ganzarolli, fundadora do Me Too Brasil.
Aliás, o lançamento da série acompanhando o cotidiano da cantora Anitta trouxe à tona um caso de estupro que a cantora sofreu com 14 anos de idade. O MeToo Brasil publicou uma carta aberta em solidariedade e apoio à Anitta. “O MeToo Brasil e toda sua rede de apoio estendem a mão à Anitta e a todas as mulheres que sofreram algum tipo de abuso. Vocês não estão sozinhas”, diz o comunicado.
Voltando à Hollywood, a Comissão, presidida pela professora de direito Anita Hill, afirmou que Hollywood fez progressos no tratamento de "questões culturais e climáticas significativas de assédio e discriminação", mas é preciso fazer mais.
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