24 Novembro 2020 | Fernanda Mendes

Pesquisa revela que 45% dos brasileiros assinaram um serviço de streaming em 2020

Estudo mostra hábitos de consumo e preferência dos latino-americanos nos serviços de streaming

Uma pesquisa divulgada pela Sherlock Communications revelou um crescimento bastante importante no consumo em streaming e VOD (vídeo on demand) na América Latina durante a quarentena de Covid-19. No Peru, 83% dos consumidores adquiriram pelo menos um serviço de vídeo sob demanda em 2020. No México e Colômbia foram registrados números semelhantes, 81%.

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No Brasil, 45% dos respondentes assinaram um serviço em 2020. Entre as motivações que levam a investir em plataformas digitais, 43% dos brasileiros revelaram que assinaram um serviço para passarem o período da quarentena. Quando questionados sobre o cansaço em relação à TV tradicional, 37% responderam positivo. No México e Peru o número foi mais alto, 46%.

Por isso mesmo, canais de TV estão investindo cada vez mais em seus próprios serviços de streaming como a Globoplay, que engloba não só programas originais da plataforma, mas também clássicos já exibidos em TV aberta e fechada. No México, o maior canal de TV por lá, a Televisa, tem a plataforma Blim que registrou crescimento de 131% entre fevereiro e junho.

As operadoras de TV também estão seguindo essa tendência, como já apontado em matéria do Portal Exibidor. No Peru, por exemplo, o consumo médio na plataforma da Telefónica cresceu 25% durante os primeiros quatro meses da pandemia.

Aliás, os mexicanos e peruanos estão demonstrando serem consumidores assíduos de plataformas de streaming. 22% dos mexicanos e peruanos afirmam ter quatro ou mais serviços de streaming diferentes. Mais da metade de todos os entrevistados brasileiros, argentinos e colombianos já têm pelo menos duas assinaturas distintas.

Devido a essa tendência cada vez mais forte, a pesquisa aponta que, em março, a consultoria Digital TV Research estimou que as assinaturas de serviços de streaming na América Latina poderiam aumentar de 42 milhões no final de 2019 para 81 milhões até 2025. Em setembro, a projeção foi atualizada para 100,3 milhões no mesmo período de cinco anos.

Conteúdo é rei!

A presença de conteúdo exclusivo também é um dos principais motivos para a escolha de um serviço de streaming ou sob demanda na América Latina. No México, 40% relataram ter iniciado assinaturas para acessar algum conteúdo que estava disponível apenas na plataforma em questão; no Brasil, a marca chega a 37%.

Entre a preferência de conteúdo, 46% dos brasileiros estão propensos a assinar serviços de streaming por conta de novos programas e 31% por conta de programas e séries clássicas. Para conteúdos internacionais, 29% dos brasileiros se mostraram interessados.  

A preferência por conteúdo novo também se dá na área de filmes. 55% dos brasileiros afirmaram que os novos filmes chamam a atenção na hora de escolher por um serviço digital. E apenas 15% se interessa por filmes clássicos.

“Os resultados indicam que o consumidor latino-americano se preocupa muito com o conteúdo - em particular com o conteúdo exclusivo. Com a competição tão acirrada, não é mais segredo que os estúdios tradicionais estão removendo conteúdos licenciados de grandes plataformas e os redirecionando como principal atração de suas próprias operações, como a Disney já vem fazendo”, diz o estudo.

O conteúdo local também lidera a preferência dos assinantes. Para os colombianos (37%) e os peruanos (36%) em particular, este é um dos principais motivos para a assinatura de um serviço, assim como entre os chilenos (34%) e os brasileiros (32%).

A população negra no Brasil (44%) e na Colômbia (40%) também considera a representação um diferencial importante.

Para conferir o estudo na íntegra, clique aqui.