12 Novembro 2020 | Fernanda Mendes
Christie lança solução para exibidores terem próprio PVOD
Patente permite que exibidores utilizem a tecnologia já existente da Christie
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A discussão sobre as janelas de exibição não vem de hoje. O intervalo entre a exibição do filme nos cinemas para as plataformas digitais é um assunto crucial no setor e que molda os planos de negócios da cadeia como um todo.
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Pensando nisso, e em como cada vez mais as mudanças estão aceleradas pela pandemia do Covid-19, a Christie está lançando uma nova tecnologia que permite ao exibidor ter seu próprio serviço de home entertainment. “Em meio ao Covid parece que essas discussões entre exibidores e distribuidores não são mais discussões, mas ações que são realizadas sem o consentimento dos exibidores. Achamos que era o momento certo para apontar maneiras alternativas em como abordar a janela de lançamento, permitindo ao exibidor desempenhar um papel mais relevante na determinação financeira de qualquer mudança na janela de lançamento tradicional”, conta Brian Claypool, vice-presidente executivo da área de Cinema da Christie.
A solução, que ganhou patente pela USPTO (Oficina de Patentes e Marcas dos Estados Unidos) e EPO (Oficina Europeia de Patentes), utiliza do sistema já existente da Christie, com seu media block, hardware e software dos projetores, para que os exibidores levem qualquer filme para a casa dos espectadores. A tecnologia suporta imagens em até 8K.
O executivo explica que o diferencial da solução em relação aos outros streamings/PVODs já consolidados no mercado é o modelo de negócios, “que permite a implementação, consumo e monetização do conteúdo a ser negociado diretamente entre exibidor e distribuidor”.
“Eles não precisam comprar mais servidores ou contratar serviços de hospedagem. Isso permite que os exibidores peguem o que eles têm, adicionem uma camada de tecnologia e tenham sua própria capacidade de oferecer um serviço PVOD”, conta.
Claypool ainda explica que, os exibidores, muitas vezes, não conseguirão colocar estreias em seus serviços, por conta do cumprimento da janela de exibição, mas podem incrementar a receita oferecendo títulos que normalmente o espectador assistiria em casa. “Por exemplo, um cliente específico pode dizer que vai ao cinema com a família e assiste a filmes infantis, mas nunca vem para ver uma comédia romântica. Quando uma comédia romântica é lançada no cinema com uma janela de 30-60 dias, esse é o título que os exibidores poderão aumentar suas bilheterias, oferecendo a esse cliente para que assista em casa porque eles sabem que nunca sairão de casa para ver esse tipo de filme. Eles podem pagar um pouco mais para poder vê-lo nos primeiros 30-60 dias antes de ser lançado em outros serviços de streaming após a janela expirar”.
A solução também visa barrar riscos de pirataria, por exemplo, pois nenhum dispositivo que usa um HDMI com conexões HDCP para a tela será compatível com o modelo de segurança da solução.
A fabricante já está em negociações com diversos cinemas e também apresentou o modelo para estúdios. “Com esta patente, a Christie está fornecendo aos exibidores as ferramentas para determinar quando disponibilizar o conteúdo, para quem e por quanto”.
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