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10 Novembro 2020 | Renata Vomero

Cinépolis aguarda diálogo com Prefeitura para reabertura em Teresina

Autoridades locais estabeleceram protocolos considerados inviáveis pela exibidora

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(Foto: Divulgação)

Apesar da liberação para a reabertura dos cinemas em Teresina, Piauí, a Cinépolis não reabriu seu complexo na região, o Cinépolis Rio Poty, por não concordar com os protocolos restritivos que a Prefeitura local impôs para esta retomada.

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As autoridades do município estabeleceram que a ocupação para as salas seja de 40% da capacidade, mas com disposição dos assentos de três poltronas vazias e três poltronas disponíveis para uso dos espectadores. Além disso, está proibido o consumo e venda de alimentícios. Os critérios vão contra o que tem sido aplicado em outras cidades, em que os cinemas contam com ocupação de 50% a 60% da sala com duas poltronas vazias e duas disponíveis.

A rede afirma ter estabelecido protocolos ainda mais rígidos que os desenvolvidos pela Federação Nacional das Empresas Exibidoras Cinematográficas (FENEEC) e que está tentando dialogar com as autoridades de Teresina para mostrar a eficiência de seus métodos na operação dos cinemas já abertos.

“A Cinépolis está conversando com os poderes municipais e estaduais em todo Brasil, mas em Teresina não consegue retorno da Prefeitura para explicar o porquê os protocolos locais são inviáveis, levando-se em conta as especificidades do setor”, explica Luiz Gonzaga de Luca, presidente da Cinépolis Brasil.

Segundo o executivo, nos sete meses de fechamento em Teresina, estima-se que a rede tenha perdido cerca de 700 mil ingressos, acrescidos do faturamento da bombonière. Ele também se preocupa com o “congestionamento de filmes inéditos” que a postergação da abertura dos cinemas pode causar, o que deve impactar os produtores nacionais.

O mesmo problema ocorreu com a unidade da Cinépolis em São José do Rio Preto, no entanto, espera-se que um acordo considerado viável para a retomada possa ser estabelecido já nesta quinta-feira (12).

Quanto ao futuro do setor no mundo pós-pandemia, a Cinépolis ainda enxerga desafios a serem superados, como explica Gonzaga: “Acreditamos que a experiência de ir ao cinema é única e as pessoas estão bastante ansiosas em voltar, acreditamos que será uma volta lenta, mas com aumento gradual. Porém, o setor sofreu por ter sido o último setor da economia a ser liberado pelos governos, trazendo prejuízos enormes e irreparáveis ao mercado. Há estimativas de que 25% das salas de cinema do Brasil podem fechar, retirando a principal atividade cultural da população, principalmente do público mais jovem. O cinema sempre foi uma válvula de escape nos piores momentos de crise. É um importante veículo de cultura e, também, de participação social”.

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