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30 Outubro 2020 | Fernanda Mendes

Exibidores brasileiros fazem apelo à distribuidores

Carta aberta reforça a importância de conteúdos inéditos para retorno do público aos cinemas

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(Foto: iStock)

O retorno das salas de cinema não está sendo fácil em nenhuma parte do mundo. No Brasil, pouco a pouco mais cidades estão reabrindo seus complexos e, por isso mesmo, diversas entidades representativas dos exibidores assinaram uma carta aberta em apelo à atenção dos distribuidores.

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No documento, os exibidores explicam que estão há meses preparando seus cinemas para receberem de forma segura o público, mas ressaltam a importância dos conteúdos inéditos para de fato atrair esses espectadores. “É a soma desses dois elementos que faz a magia do cinema e permite à indústria cinematográfica crescer e se manter sólida e próspera há décadas”.

Eles lamentam a ida de grandes títulos diretamente para plataformas digitais, caso de Scooby! O Filme (Warner), Trolls 2 (Universal), Mulan (Disney) e Soul (Disney). Além do adiamento de tantas outras estreias internacionais e nacionais.

“A decisão de lançar grandes filmes em plataformas de streaming vai contra tudo o que defendemos e lutamos durante esses difíceis meses: de que somos um setor unido e que estamos juntos em prol do cinema”, alerta o comunicado.

Por fim, as entidades apelam para que a carta possa pautar as decisões dos distribuidores no momento de planejar o lançamento dos seus filmes.

O documento é assinado pelo Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, Feneec (Federação Nacional das Empresa Exibidoras Cinematográficas), Aexib (Associação dos Exibidores Brasileiros de Cinema de Pequeno e Médio Porte), Abraplex,  Abracine, Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, SEEDCMRJ (Sindicato dos Empregados em Empresas Distribuidoras Cinematográficas no Município do Rio de Janeiro) e FTEDCARJ (Federação dos Trabalhadores em Empresas de Difusão Cultural e Artística do Estado do Rio de Janeiro).

Confira abaixo na íntegra:

Carta aberta aos distribuidores

Durante esses longos meses em que permanecemos com nossas salas fechadas, mesmo passando por todas as dificuldades que a pandemia trouxe, investimos muito para preparar nossos cinemas para oferecer um retorno seguro e cauteloso a todo o público. E, com muito trabalho e persistência, conseguimos, aos poucos, abrir nossas salas e receber nossos espectadores com o máximo de cuidado e respeito, podendo ver outras vez o brilho nos olhos de cada um.

A retomada está acontecendo e vem sendo muito lenta e difícil, pois como todos sabem, ela depende de uma programação promissora de lançamentos para se tornar efetiva e sólida. O público procura pela experiência que só os cinemas podem oferecer, mas são atraídos pelos produtos que estão em cartaz. É a soma desses dois elementos que faz a magia do cinema e permite à indústria cinematográfica crescer e se manter sólida e próspera há décadas.

A decisão de lançar grandes filmes em plataformas de streaming vai contra tudo o que defendemos e vimos lutando durante esses difíceis meses: de que somos um setor unido e que estamos juntos em prol do cinema.

Saber que grandes lançamentos, como “Scooby! O filme”, “Trolls 2”, “Mulan” e “Soul”, e até lançamentos nacionais como “No Gogó do Paulinho” vão direto para o streaming, jogando os cinemas para escanteio, é um golpe duríssimo tanto para o mercado exibidor como para o público, que tem no cinema uma opção de lazer acessível e integradora. A casa onde desde a mais tenra idade, cada pessoa vive experiências memoráveis, que se tornarão lembranças para toda a vida.

Só em 2019, recebemos mais de 177 milhões de pessoas em nossos cinemas. Em, 2018, esse número foi 162 milhões, o que mostra que o nosso mercado se mantinha forte e com resultados ascendentes. Graças à parceria que estabelecemos entre exibidores e distribuidores, há anos levamos cultura e emoção para a vida das pessoas.

O momento é delicado, difícil de ser superado. E, mais do que nunca, precisamos nos unir porque, afinal, dependemos uns dos outros. A decisão de adiar títulos, de ignorar os cinemas e o valor que eles criam são extremamente decepcionantes - e preocupantes - e só atrasarão o dia em que toda a indústria será capaz de superar esta crise.

Agradecemos aos distribuidores que se mantêm firmes nessa luta com a gente e continuam apostando na sala escura de tela gigante, e como nós, acreditando que a experiência do cinema é única e não pode morrer. São parceiros que, não só demonstram seu reconhecimento do valor que o cinema tem, mas também reforçam o seu apoio a toda a nossa indústria e a possibilidade de um futuro promissor.

Todas as pesquisas demonstram que o público esperou ansiosamente esse momento de voltar a viver novas histórias nos cinemas e, onde o público já voltou, considerou a experiência segura e divertida.

Nós, exibidores brasileiros, representados pelo Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas dos Estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraná, Sindicato das Empresas Exibidoras Cinematográficas do Município do Rio de Janeiro, Feneec - Federação Nacional das Empresa Exibidoras Cinematográficas, Aexib - Associação dos Exibidores Brasileiros de Cinema de Pequeno e Médio Porte, Abraplex e Abracine, esperamos que essa resposta paute as decisões dos distribuidores no momento de planejar o lançamento dos seus filmes. O público precisa de cinema e o cinema precisa, mais do que nunca, da parceria dos distribuidores, mantendo as salas de cinema como o local para o lançamento de grandes filmes.

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