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15 Outubro 2020 | Fernanda Mendes

“Os estúdios não estão tentando matar a indústria de cinema”, afirma John Fithian, CEO da NATO

Na abertura do evento, o porta-voz falou sobre os desafios e perspectivas para a indústria do cinema mundial

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(Foto: Reprodução)

Com transmissão ao vivo diretamente dos EUA, a Expocine 2020 recebeu J. Sperling Reich, editor do site Celluloid Junkie, e John Fithian, CEO da National Association of Theatre Owners (NATO), para debater os desafios na indústria mundial do cinema em meio ao Covid-19.

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Para Fithian, os exibidores atualmente enfrentam três dificuldades: conseguir abrir os cinemas com segurança, ter filmes inéditos em sua programação, e ter o auxílio dos governos. O porta-voz lembrou de uma pesquisa que fizeram com operadores de cinema nos EUA, onde 69% afirmaram que faliriam até dezembro caso não conseguissem enfrentar esse três desafios.

Em comparação, Fithian deu como exemplo a China onde o mercado já está em pleno vapor e com grandes filmes locais - e inéditos - sendo exibidos. “O negócio na China está de volta”.

O executivo ainda destacou o descontentamento com os estúdios que estão esperando mais mercados reabrirem para marcarem seus filmes. Para ele, o circuito exibidor mundial só reabrirá em sua totalidade quando houver a chegada da vacina. “E isso não podemos prever quando acontecerá, em 2022? Quem sabe quanto tempo levará até uma vacina efetiva?”.

“Mesmo que novos mercados abram, outros fecham. Não temos que esperar todo o mercado estar aberto. Isso será um desastre tanto para os filmes como para nós exibidores. ‘Tenet’ fez uma ótima bilheteria fora dos EUA. É isso que os distribuidores precisam fazer”, ressaltou.

E o cinema sobreviverá pós-pandemia? Para Fithian a resposta é clara: as pessoas estão entediadas em casa e mal podem esperar para fazerem passeios fora. E em relação aos distribuidores, o executivo também afirma que a janela do cinema ainda continua sendo a mais lucrativa possível.

Fithian citou como exemplo o recente lançamento do live-action de Mulan diretamente no Disney+ e a reestruturação da área de distribuição de conteúdo dentro da major. Segundo ele não há motivo para alardes, pois a centralização de funções dentro da Disney vem como uma otimização dos negócios. “O objetivo na reestruturação da Disney é para que as ideias sejam mais coesas, existe o risco de que o Disney + tenha toda atenção no momento porque é algo novo, mas os filmes da Disney no cinema ganham muito dinheiro, seria tolice abrir mão de um lucro enorme. É difícil entender ainda como será”.

Sobre o Disney +, ele acrescentou que: “os estúdios não estão tentando matar a indústria de cinema, eles precisam da gente no fim da pandemia, para que a gente volte a dar para eles o que é o negócio mais lucrativo. Existe um motivo pelo qual a Disney não divulgou os números de ‘Mulan’ no streaming, isso não funcionou muito bem, teria lucrado muito mais ao redor do mundo nos cinemas”.

Para finalizar, Fithian ressaltou: “Se a vacina estiver disponível em 2021 vamos bombar muito, e em 2022 queremos quebrar recordes. As pessoas estão desesperadas para ter essa diversão, então se fecharmos os olhos e chegarmos em 2022 estou confiante que a indústria florescerá de novo”.

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