30 Julho 2020 | Fernanda Mendes
CEO da Cineworld se posiciona sobre acordo da AMC com Universal: "Não vemos sentido"
Executivo reforçou que a exibidora continuará a passar apenas filmes que respeitem a janela de 90 dias
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O acordo entre a AMC Theatres e a Universal Pictures que permite que os filmes da distribuidora sejam lançados em PVOD após 17 dias em exibição nos cinemas da rede norte-americana, está mexendo com o mercado, sem dúvidas. O CEO da Cineworld, a segunda maior rede de cinemas do mundo, já demonstrou que não gostou nada dessa movimentação.
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“Não vemos nenhum sentido comercial neste modelo”, disse em entrevista exclusiva ao Deadline. “Enquanto não sabemos os detalhes na íntegra desse acordo, e nós sempre estamos analisando qualquer movimentação na indústria, nós vamos analisar isso também. As pessoas precisam entender que o primeiro grande filme da Universal virá em apenas em seis meses, então, sem pressão”.
No entanto, o executivo acredita que essa não foi uma boa jogada e reforçou que a exibidora não mudará sua política no que diz respeito a exibir apenas filmes que respeitem a janela do cinema. Atualmente a Cineworld opera em 10 países com 787 unidades e 9,5 mil salas. A rede, inclusive, é proprietária da Regal Cinemas, segunda maior rede dos EUA.
Até o momento a Cineworld foi a única cadeia de cinemas a se posicionar abertamente sobre o acordo entre AMC e Universal. A Cinemark ainda não se pronunciou e nem a NATO (Associação Nacional dos Proprietários de Cinema) que é conhecida por defender tradicionalmente a janela de 90 dias entre a exibição nos cinemas e a ida do título para as plataformas digitais.
Universal
Em uma conferência para divulgar o balanço do segundo trimestre da NBCUniversal, o CEO do grupo, Jeff Shell, falou sobre o acordo com a AMC. Shell reiterou que o PVOD é um "complemento e não um substituto para um lançamento robusto nos cinemas”.
O executivo também reforçou que nos últimos anos se tornou "cada vez mais difícil" obter os mesmos retornos nos filmes nas duas primeiras janelas. Portanto, o novo acordo com a AMC ajudaria o estúdio e os cinemas nessa frente. Ele acredita que o acordo não levaria a Universal a aumentar seu line-up de filmes, mas permitiria manter a produção "estável".
No momento, a produção do próximo filme de Jurassic World recomeçou no Reino Unido e o estúdio continua "a todo vapor" nas produções de novas animações.
Cobre o balanço financeiro, a receita da unidade de filmes caiu em 18,1%, registrando US$ 1,2 bilhão no segundo trimestre, sendo que houve um declínio de quase 97% na receita dos lançamentos para cinema, mas que foi parcialmente compensado por um ganho de 19,5% na receita de licenciamento de conteúdo.
Shell reforçou que esse ganho foi impulsionado pelos filmes que tiveram estreia direta nas plataformas premium de vídeos sob demanda como Trolls World Tour e The King of Staten Island. Para ele, esses lançamentos excederam as expectativas e tiveram um significante impacto positivo.
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