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22 Julho 2020 | Fernanda Mendes

Filmes nacionais começam a ser rodados remotamente

“Fluxo” e “Álbum de Família” mostram impacto da quarentena nas relações afetivas

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Os atores Bruna Guerin e Gabriel Godoy sendo dirigidos por André Pellenz direto do tablet (Foto: Divulgação)

Com a quarentena, e o consequente isolamento social, as produções audiovisuais precisaram se adaptar à nova realidade. Sets de filmagem lotados não são mais permitidos. Portanto, as gravações remotas estão sendo utilizadas como forma de continuar produzindo filmes, séries, programas, etc.

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Caso de Fluxo e Álbum de Família, dois novos longas que estão sendo rodados 100% de forma remota.

Fluxo, longa dirigido por André Pellenz (de Minha Mãe é uma Peça e D.P.A. - Detetives do Prédio Azul), começou a ser rodado remotamente no Rio, São Paulo e Fortaleza. Não há contato físico entre diretor, equipe técnica e elenco, com exceção do casal de protagonistas, Bruna Guerin e Gabriel Godoy, os únicos que contracenam presencialmente.

O ponto de partida do roteiro é a história de um casal em crise. No momento que a advogada Carla decide que seu parceiro Rodrigo precisa sair de casa, a quarentena é decretada no Brasil. Assim, eles são obrigados a conviver por mais tempo sob o mesmo teto e lidar com as dificuldades do confinamento e de uma ameaça ainda maior do que o próprio vírus.

"Escrevi o roteiro no início da pandemia. É um drama visceral de relacionamento que em alguns momentos parece que vai apontar para a comédia mas se transforma numa distopia, com um desfecho que pode ser identificado com o momento atual", define o diretor.

"É um método totalmente novo, jamais testado no cinema. Estamos confiantes, o roteiro é engenhoso e vibrante, mas com certeza será uma interpretação diferente do que seria da maneira normal. Nem melhor, nem pior, apenas diferente", conta o ator Gabriel Godoy.

O elenco também conta com nomes como Silvero Pereira, Guida Vianna, Ronaldo Reis, Alana Ferri e Monika Salvino - todos filmados em suas casas através de seus próprios dispositivos, como laptops e smartphones.

"Fluxo não é 'o filme da pandemia'. Não estamos retratando a Covid-19, mas o isolamento social é o ponto de partida para discutirmos a crise de um casal que acaba refletindo uma situação maior e mais grave", diz Cosimo Valerio, sócio de Angelo Salvetti na produtora MediaBridge.

"Estamos fazendo um filme para as salas de cinema e para festivais, renovando nossa aposta na tela grande, na sala escura, no cinema como arte. O cinema não só vai sobreviver como sairá disso tudo com mais força", completa.

Álbum de Família começou a ser rodado essa semana no Rio. O longa é uma paródia da peça homônima escrita por Nelson Rodrigues. No elenco estão Otávio Muller, George Sauma, Valentina Herszage, Ravel Andrade, Simone Mazzer, Cris Larin, Eduardo Speroni, Kelson Succi e Dhara Lopes, além de participações como Renata Sorrah, Lázaro Ramos e Tonico Pereira.

A comédia tem texto e direção de Daniel Belmonte e produção de Clélia Bessa, da Raccord Produções. A ideia é mostrar o confinamento das pessoas com suas próprias famílias para questionar a ideia da família tradicional brasileira.

Os atores contracenam uns com os outros usando dos recursos que o cinema possibilita (tela dividida, voz off) e as ferramentas que internet viabiliza (Zoom, Whats App, etc), mas muitas vezes são obrigados a usar suas próprias famílias para poder dar conta de alguma cena.

Tanto Fluxo como Álbum de Família ainda não têm distribuidora confirmada.

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