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08 Julho 2020 | Fernanda Mendes

Secretário de Cultura de SP esclarece questões sobre a reabertura dos cinemas

Sérgio Sá Leitão falou sobre a venda de alimentos e bebidas na bombonière e as expectativas para os próximos meses

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(Foto: Divulgação)

Na última sexta-feira (3), o Governo do Estado de São Paulo anunciou a data prevista de reabertura das salas de cinema para aquelas cidades que já se encontram na Fase Amarela do plano de retomada das atividades comerciais. No momento as cidades são: a capital do Estado e a região metropolitana (veja mapa abaixo).

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Ter uma data para a possível reabertura das salas é algo animador para o setor que vem sofrendo tanto com a paralisação total de suas operações, mas algo chamou a atenção: a proibição do consumo de produtos da bombonière dentro das salas de cinema.

Já é de conhecimento geral que a margem de lucro nas vendas da bombonière é muito maior que a venda dos ingressos, ou seja, é crucial para os exibidores terem bons números vindos da venda de alimentos e bebidas. No entanto, a decisão anunciada na última sexta-feira, segundo o Secretário de Cultura e Economia Criativa do Estado de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, se deve à meses de estudos que comprovam que o consumo de alimentos e bebidas no interior de uma sala fechada e com ar condicionado eleva muito o risco de contágio. “Importante lembrar que a venda está permitida. O consumo tem de acontecer, por enquanto, fora das salas”, justificou.

Em entrevista ao Portal Exibidor, o Secretário esclareceu algumas questões que ainda geram dúvidas entre os exibidores e fez questão de salientar que neste momento “a prioridade continua sendo a saúde das pessoas”. Confira:

Revista Exibidor: Sabendo que a margem por consumo nas bombonières dos cinemas é maior que a venda de ingressos, o que motivou o Governo do Estado a não permitir a alimentação dentro das salas de cinema? E como os exibidores podem encontrar alternativas para manterem a rentabilidade que viria desse consumo?

Sérgio Sá Leitão: A prioridade continua sendo a saúde das pessoas. Não há como perder isso de vista. É fundamental que a retomada aconteça de modo seguro, gradual e responsável. O consumo de alimentos e bebidas no interior de uma sala fechada eleva muito o risco de contágio. Foram dois meses de análise e debate sobre o assunto no Centro de Contingência da Covid-19 do Estado de São Paulo, formado por 18 especialistas. Trata-se da decisão mais adequada para a Fase Amarela do Plano São Paulo. Nas etapas seguintes, as restrições serão menores. Importante lembrar que a venda está permitida. O consumo tem de acontecer, por enquanto, fora das salas.

Até quando a Fase Amarela irá durar?

Não é possível determinar previamente a duração. Depende da evolução do quadro da pandemia. O faseamento é determinado por indicadores objetivos estabelecidos de modo claro no Plano São Paulo. A cada 15 dias o Governo do Estado divulga um novo ranking. Pode-se estimar que a Capital e o Grande ABC não devem demorar a migrar para a Fase Verde, pois os indicadores estão melhorando diariamente. O importante é que agora o setor cultural e criativo está dentro do Plano São Paulo e as empresas sabem as etapas e as condições da retomada.

Haverá mais alguma fase intermediária que os cinemas devem se preparar antes de atingir o funcionamento pleno?

Sim. Após a Fase Amarela virá a Fase Verde, na qual ainda teremos restrições. A última será a Fase Azul. As restrições serão reduzidas a cada etapa. Na Fase Verde, por exemplo, a ocupação poderá chegar a 60%. É fundamental que as empresas acessem o portal do Governo do Estado para acompanhar as informações, acessar os protocolos, conferir os indicadores e checar em que etapa cada cidade se encontra. As empresas devem se planejar de acordo com as etapas.

Qual foi o critério para a autorização do consumo de alimentos em restaurantes e a proibição do consumo de alimentos nas salas de cinema?

Na Fase Amarela, o consumo de alimentos e bebidas em bares e restaurantes está limitado a áreas arejadas, com ampla circulação de ar fresco. Há também outras restrições. A sala de cinema é um espaço fechado e com ar condicionado. Nessas condições, as pessoas precisam permanecer o tempo todo com as máscaras na posição correta para que o risco de contaminação seja reduzido. As decisões relacionadas ao Plano São Paulo são tomadas por especialistas com base em exaustiva análise de estudos, pesquisas e referências.

Como foi o feedback do setor de exibição com a apresentação do protocolo de retomada?

O setor agora sabe como é o processo de retomada, conhece as regras e protocolos e entende o faseamento e os critérios. Com isso, pode se planejar. Esta é a principal conquista. A adoção dos protocolos e restrições necessários não é algo que possa ser feito da noite para o dia. Penso que avançamos bastante em relação ao quadro anterior. Seria irresponsável abrir sem restrições. A ciência tem que ser a base para a tomada de decisões. A vida é o mais importante.

Quais as expectativas do governo para a reabertura das salas de cinema?

A expectativa é que os cinemas sejam reabertos a partir de 27/7 nas cidades que se encontram hoje na Fase Amarela. Com a adoção plena dos protocolos e restrições. O compromisso das empresas é chave para que isso aconteça. E para que não haja retrocesso. Aos poucos, o público se sentirá mais seguro e voltará a frequentar. Será um processo gradual de retomada.

Clique abaixo para ver ampliado:

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