Exibidor

Publicidade

Notícias /mercado / Webinar

28 Maio 2020 | Fernanda Mendes

Distribuidores e exibidores debatem problemas e soluções para os filmes nacionais na reabertura dos cinemas

Participaram Gabriel Gurman, CEO da Galeria Distribuidora, Sandro Rodrigues, CEO da H2O Films, e Humberto Neiva, programador do Espaço Itaú de Cinemas

Compartilhe:

(Foto: Divulgação)

Ontem (28) aconteceu o oitavo webinário organizado pela Revista Exibidor. O tema foi o papel dos filmes nacionais no retorno dos cinemas. Para discutir o assunto participaram Gabriel Gurman, CEO da Galeria Distribuidora, Sandro Rodrigues, CEO da H2O Films, e Humberto Neiva, programador do Espaço Itaú de Cinemas e coordenador do curso de cinema da FAAP.

Publicidade fechar X

É de conhecimento geral do mercado que, historicamente, os filmes brasileiros têm uma certa dificuldade de performar nas salas de cinema. Para os convidados, entre os problemas a serem trabalhados para que essa questão possa melhorar, está um investimento maior em pesquisas para entender melhor os espectadores e o que eles querem. Gurman acredita que apesar das comédias terem um domínio na produção nacional, o público também se interessa por outros gêneros, mas o mercado ainda não sabe como trabalhá-los. Para isso, Rodrigues reforçou que o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) poderia ter parte de sua verba voltada às pesquisas de mercado. “Não conhecemos a fundo o nosso consumidor e não acompanhamos a mudança do mercado”, disse.

Neiva também afirmou que um dos fatores para a baixa procura por produto nacional é por conta da falta de formação de público desde o ensino primário nas escolas. “Não estamos acostumados a ver filmes nacionais desde pequeno e é difícil você ter 16 anos e gostar de filme brasileiro de uma hora para outra. A referência dos meus alunos na FAAP é toda de filmes americanos”, explicou Neiva.

Se já havia problemas de audiência para produtos nacionais, após a reabertura dos cinemas, como isso pode ficar? Como exibidor, Neiva acredita que o cinema brasileiro pode ser um propulsor para que os exibidores voltem a ficar mais próximos do público, fazendo ações de divulgação que possam aproximá-los. “Estamos fazendo reuniões para que façamos ações para que o cinema brasileiro seja esse grande chamariz. Não queremos que ele seja o chamariz para armar os outros filmes, mas para que tenha público e que seja interessante para todo mundo. O cinema brasileiro é o mote principal”.

Da parte dos distribuidores, com certeza trabalhar com o elenco dos filmes poderá ajudar nessa proximidade com os espectadores. Rodrigues explicou que a H2O está olhando bastante para o mundo digital e para a influência dos atores dentro desse universo. Gurman também acredita na vantagem de o filme brasileiro ter os seus talentos aqui no País para fazer eventos, e até pré-estreias virtuais, por que não?

No entanto, o CEO da Galeria Distribuidora se preocupa com a taxa de ocupação das salas nesse novo mundo pós-pandemia, onde os exibidores precisarão vender menos tickets para seguirem as recomendações de distanciamento social feitas pela OMS (Organização Mundial da Saúde). “Antes os filmes que pediam por 1 mil ou 1,5 mil salas, agora com a ocupação reduzida esses filmes vão ter que passar para 100% do circuito. Isso impacta diretamente no nosso orçamento”.

Além disso, ambos distribuidores afirmaram que, apesar dos estudos, ainda pairam muitas dúvidas e que precisam entender muitas questões sobre como o mercado vai ficar no futuro - e talvez isso aconteça só na prática - para poderem traçar as estratégias e saberem como trabalhar os produtos.

Compartilhe:

  • 0 medalha