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27 Maio 2020 | Fernanda Mendes

Cinemas independentes nos EUA e Reino Unido sofrem com o fim da quarentena

Enquanto os cinemas norte-americanos reabrem sem público, os britânicos estão com medo da reinauguração

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(Foto: iStock)

Alguns países já começam a sair da quarentena e, com isso, os cinemas também estão aptos a reabrirem, mas claro, com as medidas de segurança. Nos Estados Unidos, algumas cidades estão flexibilizando a quarentena, e os cinemas independentes estão abrindo, mas o retorno do público não está sendo como o esperado.

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Em uma reportagem, a Variety conversou com diversos proprietários que reabriam seus locais. O cinema Sweet Onion em Vidalia (Geórgia) vendeu 34 ingressos no primeiro fim de semana, na semana seguinte o número caiu para 14, e após ficarem surpresos com a baixa procura, programaram sessões com filmes cristãos, aumentando o número de espectadores para 39 no terceiro fim de semana. “Eles estão com medo”, disse Melanie Parker, proprietária do cinema.

Na última semana, apenas 3% do circuito de exibição nos EUA reabriu, e com capacidade limitada para espectadores. O proprietário do Ritz Theatre, Malcolm Neal, contou que ainda não recebeu uma quantidade significativa de pessoas. “Em uma cidade pequena, as pessoas esperam para ouvir que alguém fez algo para fazerem também. Eles querem saber que o vizinho foi no cinema no fim de semana passado e foi bom”.

A rede Center Cinemas, de Vinita, Oklahoma, abriu em 1º de maio seu primeiro complexo e em 15 de maio já tinha reaberto mais duas unidades. A venda de ingressos é de 25% do que usualmente seria nessa época do ano, quando começam as estreias dos grandes sucessos das férias escolares.

Apesar de saberem que estão com prejuízos, os exibidores optaram por reabrir para irem testando os novos processos de sanitização e de segurança, além de irem reconquistando a confiança do público. Muitos também alegam que precisam pagar as contas. “Estou apenas tentando sobreviver", disse Robert Jones, proprietário da Center Cinemas em entrevista à Variety. “Quando fechamos, não havia dinheiro entrando, mas as contas ainda estavam aumentando. Não consigo continuar fechado e ter um futuro”.

Já no Reino Unido, o movimento é o contrário. Apesar do governo já ter autorizado a reabertura dos cinemas a partir de 4 de julho, as cadeias independentes preferem esperar. Em uma pesquisa feita pela Independent Cinema Office (ICO), a maioria dos cinemas independentes não se sentem prontos financeiramente ou até mesmo seguros para abrirem neste prazo.

A data mais provável é setembro, mas também há quem afirmou que prefere reabrir só no ano que vem e outros disseram que não farão a reinauguração até que seja seguro fazê-la sem distanciamento social.

Com o distanciamento social, eles preveem uma perda de pelo menos 50% da capacidade de espectadores, número de sessões, vendas na bombonière e receita de publicidade. A maioria dos locais acha que só sobreviveria no máximo por três meses em tais circunstâncias.

Aliás, outra preocupação é com a idade da audiência de filmes independentes, que tende a ser mais velha. E são os mais propensos a morte com o Covid-19.

41% dos cinemas independentes disseram que não acham que poderiam aplicar medidas de distanciamento social em seus locais e, portanto, seriam incapazes de reabrir, com a maioria citando a necessidade de um grande número de espectadores para permanecer financeiramente viáveis.

Dos outros 59% que afirmaram que reabrirão com os novos protocolos de higienização e segurança, a maioria admitiu que tais procedimentos aumentarão em 20% os seus custos.

“Usaremos as respostas desta pesquisa para traçar uma estratégia de reabertura para o setor independente, para a segurança dos funcionários e do público. Vamos fazer campanha por apoio financeiro para os cinemas enquanto eles estiverem fechados e para quando reabrirem com segurança e sustentabilidade”, diz a ICO em sua pesquisa que recebeu 497 respostas de CEOs, diretores e gerentes de cinemas independentes.

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