27 Abril 2020 | Fernanda Mendes
Operação da Cinemex nos EUA entra com pedido de recuperação judicial
Rede é a primeira do país a entrar com este pedido
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A CMX Cinemas, operação norte-americana da rede mexicana Cinemex, é a primeira exibidora na América do Norte a entrar com pedido de recuperação judicial (concordata) após a pandemia do Covid-19. “Fizemos isso como resultado da crise econômica precipitada pela pandemia do Coronavírus. Esse registro nos ajudará a garantir a viabilidade a longo prazo dos nossos negócios, incluindo nossa capacidade em proteger os nossos funcionários”, disse o comunicado oficial da empresa.
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O anúncio ainda reforça que a instabilidade se agrava pela incerteza de quando os cinemas poderão reabrir. “Não podemos prever quando, e se for reaberto, o número de espectadores voltará a ser o que era antes da crise”.
A CMX chegou nos EUA em 2017 e apenas seis meses depois se tornou uma das 10 maiores redes do país ao adquirir a Cobb Theatres. Recentemente, a CMX planejava mais uma aquisição, desta vez da Star Cinema Grill, o que a tornaria a sexta maior rede dos EUA. No entanto, com o atual cenário, o acordo foi suspenso temporariamente.
No comunicado, a CMX ainda diz que mesmo antes do pedido de recuperação judicial, os gastos já estavam pesados. Cerca de 30% do arrecadamento da rede era destinado aos aluguéis, sem contar o repasse de 60% do arrecadamento de cada ingresso para os estúdios.
Apesar de tentarem negociar com os credores, não houve comum acordo. Por isso, o comunicado da rede reforça que essa situação pode servir para a indústria rever o modelo de negócios e os acordos firmados há anos. “O setor não sobreviverá sem esse reequilíbrio econômico. Os estúdios ainda precisarão das receitas e da publicidade geradas pelos exibidores, e os proprietários de shopping centers ficarão ainda mais dependentes das salas de cinema à medida que os varejistas continuarem migrando para a Internet. Recorremos à abertura de restaurantes e bares em nossos cinemas para compensar uma distribuição tão desproporcional de receitas, mas uma diversificação ainda maior não salvará o setor sem um reequilíbrio”.
Entre as sugestões para o reequilíbrio do mercado, a CMX sugere um limite de até 40% de repasse das receitas para os estúdios, e alterar os termos de aluguel dos cinemas em shoppings, suavizando as cobranças.
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