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04 Março 2020 | Fernanda Mendes

Regina Duarte assume Secretaria Especial da Cultura

Em seu discurso, a atriz disse que pretende ter uma gestão leve e bem-humorada

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(Foto: Reprodução/GloboNews)

Nesta quarta-feira (4) a atriz Regina Duarte assumiu a Secretaria Especial da Cultura em uma cerimônia no Palácio do Planalto com o presidente Jair Bolsonaro, o Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, a Ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, Damares Alves, e o vice-presidente Hamilton Mourão.

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Todos os discursos foram marcados pela vertente da “descentralização da cultura”. O Ministro do Turismo iniciou a cerimônia dando as boas-vindas à Regina e ressaltando que espera que “a cultura seja de todos os brasileiros e não de uma pequena elite, como foi tratada nos últimos anos”. 

Marcelo Álvaro Antônio ainda disse que muitos brasileiros atualmente não entendem os resultados que o governo de Bolsonaro alcançou neste último ano. “Daqui a 40 anos as pessoas vão ter a noção real do que o Brasil passa pela gestão do Bolsonaro”.

Regina, após seu noivado que começou em janeiro, finalmente assinou o documento para a posse do cargo de Secretária Especial da Cultural, após a saída de Roberto Alvim que foi exonerado por propagar um discurso nazista em suas redes sociais.

Visivelmente emocionada, a atriz agradeceu ao apoio de seus familiares e admiradores. “Eu recebi aprovação de 97% da população, quando a pessoa vinha com aquele sorrisão de esperança eu já dizia ‘É Bolsonaro’”.

Regina ressaltou a sua paixão pelas artes e a importância da cultura para a economia, educação e identidade brasileira. Ela também explicou que a transferência da pasta da Cultura para o Ministério do Turismo foi pensada para somar os resultados das duas atividades ao País. Como também já havia dito antes, seu papel, segundo ela, é a pacificação entre a classe artística e os órgãos governamentais.

O tom de humor na cerimônia seguiu do começo ao fim e, segundo Regina, seguirá até o fim de seu mandato, pois essa leveza “pertence ao Brasil para segurar as ondas de adversidade”. Esse bom-humor de Regina foi inclusive elogiado pelo Presidente e citado como um ponto positivo para a sua aprovação com os brasileiros.

Regina fez questão de dizer que prezará pela diversidade de conteúdo, incluindo produções de todos os gêneros como romance, suspense, “malícia, sexy”. “A cultura de um País é a sua alma, e, assim como a família, é sólida, cultiva seus valores e raízes. Assim, uma nação tem que nutrir e zelar pela cultura do seu povo, democratizando, repartindo com equilíbrio as fatias dos fomentos. Não pode ser um privilégio dos grandes”.

Entre as características da cultura brasileira, Regina citou o futebol, a caipirinha, a pipa, o pastel e o palhaço. “Cultura é assim, feita de palhaçada, mas também tem o teatro mais sério que bota a gente para pensar”.

Sobre o atual orçamento apertado para o setor da cultura, a Secretária afirmou que, como na arte de rua, vai “passar o chapéu, já que a vontade é de fazer mais e os recursos são escassos”.

Por sua vez, Bolsonaro iniciou seu discurso criticando a gestão dos recursos das gestões anteriores. “É um momento muito difícil para mim, o que muitos pensam é que eu estou longe de amar a cultura. [...] Na minha cabeça a cultura nos últimos anos não era a cultura que devia ser desenvolvida com dinheiro público.  Nós achamos a pessoa certa que pode valorizar a Lei Rouanet, tão mal utilizada no passado. Ela deve atender artistas em início de carreira e que querem se consolidar no mercado”.

Bolsonaro encerrou seu discurso comemorando a escolha de Regina Duarte para o cargo e ressaltando que deu liberdade para ela escolher a sua equipe. “Obviamente eu exerço meu poder de veto em alguns nomes”.

Nova equipe da Secretaria Especial da Cultura

Durante a cerimônia, a atriz deu as boas-vindas a sua nova equipe que ela diz ser “apaixonada, experiente e louca para colocar a mão na massa”.

Ainda não há informações sobre os integrantes desta nova equipe, mas, segundo reportagem do O Globo, Regina já demitiu seis pessoas: Camilo Calandreli (secretário de Fomento e Incentivo à Cultura), Reynaldo Campanatti (secretário da Economia Criativa), Gislaine Targa (chefe de gabinete da Secretaria de Fomento e Incentivo à Cultura), Raquel Brugnera (chefe de Gabinete da Secretaria da Economia Criativa), Ednagela Santos (diretora do Departamento de Promoção da Diversidade Cultural) e Ricardo Freire Vasconcellos (diretor do Sistema Nacional de Cultura).

A Folha de S.Paulo conseguiu contato com Camilo Calandreli, que disse ser “bolsonarista, olavista e patriota”. Questionado se todos os demais demitidos também tinham perfil bolsonarista, Calandreli disse que sim.

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